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domingo, 30 de setembro de 2007

Um poema ainda longe da realidade

“O BRASIL, MINHA PEQUENA”
Quero falar-te do Brasil,
minha pequena,
a terra bem amada,
cheia de sol, de paz e de beleza.
Ali a natureza
esculpiu vales, rios e montanhas.
No Brasil, minha filha,
são todos felizes.
Ali há justiça, trabalho, pão
e escolas.
A miséria e o analfabetismo
pertencem ao passado,
nenhum estudante desaparece
nas masmorras,
já não há presos políticos
e reina a liberdade.
As Companhias estrangeiras
não são mais proprietárias
dos nosso enormes recursos naturais.
Já não há golpes de Estados
nem torturas.
Os nossos generais
esqueceram há muito
os atos institucionais.
Para ti, minha pequena,
que nasceste no exílio
e brincas com a neve
tão longe da Pátria,
dedico estes versos
cheios de esperança.
Oxalá que quando os leres
no entardecer dos meus anos
já não sejam quimera,
uma vã utopia.
Mas se minto, perdoa.
Quero apenas que durmas
Embalada nos meus sonhos.

(Guilem Rodrigues da Silva, ex-marinheiro gaúcho, exilado na Suécia, onde escreveu este poema para sua filha, Zoyra-Lya, em 1968, na época, com três anos. Guilem é escritor e tornou-se professor de português na Suécia.)

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