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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Marcha pelos interesses de quem?


Há dias, enormes cartazes foram espalhados pelo Rio de Janeiro visando a mobilizar a população para que participe, na próxima segunda-feira, dia 26, da marcha contra o projeto de Lei que propõe alterar a distribuição dos royalties da exploração do petróleo marítimo. Eu vi esses cartazes no prédio administrativo da Prefeitura, na Assembleia Legislativa, nos Arcos da Lapa, na Central do Brasil e na sede do DER (Departamento de Estradas e Rodagens), na Av. Presidente Vargas (foto). Eles têm os slogans “Contra a injustiça – Em defesa do Rio” e “Veta, Dilma”.

O projeto já foi aprovado no Senado em outubro do ano passado, e será votado na Câmara dos Deputados. Se vier a se tornar Lei, os estados produtores de bens naturais exploráveis, como gás natural, petróleo e pré-sal, deixarão de ser os únicos a receber os royalties, que passarão a ser divididos com a União, estados e municípios brasileiros, inclusive os não produtores. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou recentemente que se o projeto for aprovado, inviabilizará a Copa do Mundo de 2014 no Rio, os Jogos Olímpicos de 2016 e o funcionamento da máquina administrativa do estado. O prefeito Eduardo Paes, recentemente reeleito para um segundo mandato, vem se manifestando no mesmo sentido.

O Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo. Além dele, os outros estados que serão prejudicados serão o Espírito Santo, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Pará e Amapá. A esperança das autoridades do Rio é que a presidente da República, Dilma Rousseff, vete total ou parcialmente o projeto. Uma marcha semelhante já ocorreu em 10 de novembro do ano passado. A de segunda-feira tem a sua concentração marcada para as 14 horas em frente à Igreja da Candelária. Para engrossar o movimento, a Prefeitura, o governo do Estado e o Poder Judiciário fluminense decretaram ponto facultativo nas repartições públicas da cidade a partir das 14 horas.

Eu também considero um golpe contra o Rio, maior prejudicado. Mas, é bom lembrar que nesses anos todos que o estado e os municípios fluminenses vêm recebendo todo esse dinheiro de royalties, a vida do povo do estado não tem melhorado o correspondente. Campos dos Goytacazes, por exemplo, o maior produtor de petróleo do Brasil, tem péssimos indicadores sociais. Então, o que fazem as autoridades com o dinheiro dos royalties para quererem que o povo se uma à sua luta? E os outros estados e municípios, se o projeto vier a ser aprovado, saberão usar melhor o dinheiro? No fundo, estão todos brigando em causa própria, e não pelo povo que dizem defender! fr

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