Em
Salvador, no início do mês, um médico receitou a compra de cadeados para uma paciente que se
queixava de dores no fígado e pediu um remédio para emagrecer. Os cadeados
seriam para a boca da paciente, para a sua geladeira, para o armário, para o
freezer, para o congelador e mais um para o cofre de casa (pelo menos é o que se depreende da péssima caligrafia do médico). Um absurdo a falta
de respeito com que as pessoas são tratadas na saúde pública no Brasil. O
ocorrido se deu em um posto móvel da Fundação José Silveira, conveniada à
Secretaria de Saúde do estado da Bahia, no bairro do Uruguai, na periferia de
Salvador. A Fundação informou ter aberto
uma investigação, durante a qual esse médico (se é que se pode chamá-lo assim),
José Soares Menezes, está afastado de suas funções. O Conselho Regional de
Medicina da Bahia recebeu a queixa da paciente, Adriana Santos, e
comprometeu-se a abrir uma sindicância para apurar se houve infração ao código
de ética da profissão. José Menezes disse ter sido “mal interpretado” por
Adriana, e que tinha usado apenas uma “linguagem figurada”. É assim que a população
humilde é tratada no Brasil, com descaso e deboche. E assim como ocorre em
tantas outras situações, muito provavelmente o caso cairá no esquecimento e o
médico não será punido. O Brasil é mesmo o país da impunidade! De que adianta o
Brasil crescer e ser uma das maiores economias do mundo, se o povo é tratado
dessa forma pelo poder público? Vergonha! fr
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