O mundo foi surpreendido
ontem pelo anúncio do Papa Bento 16, que renunciará ao cargo às 20 horas
(horário de Roma; às 17h, horário de Brasília) do próximo dia 28, por questões
de idade e saúde. Eleito Papa no dia 19 de abril de 2005, para substituir João Paulo II, o alemão Joseph Ratzinger completará 86 anos em abril. Não
é a primeira vez que um Papa abdica do cargo, mas tal fato não ocorre desde o
Papa Gregório XII, em 1415. Em seu comunicado, o Papa Bento 16 explicou suas
razões:
"(...) No mundo de
hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo
para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é
necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos
últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha
incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado. (...)"
Segundo fontes do
Vaticano, um conclave (assembleia que se reúne para eleger um novo Papa) será
convocado, e o sucessor de Bento 16 será escolhido em março. O conclave deve
ter início em no mínimo 15 dias e no máximo 20 dias após a morte ou renúncia de
um Papa. Participarão cardeais do mundo inteiro, que ainda não tenham
completado 80 anos. O novo Papa somente será eleito quando obtiver pelo menos dois
terços do total de votos, caso contrário nova eleição é realizada. Após cada
votação, os papéis dos votos são queimados, e o resultado é anunciado ao mundo
através da cor da fumaça que sai pela chaminé da Capela Sistina. Se for escura,
ainda não há definição. Se for branca, o mundo já tem um novo Papa. Possivelmente,
a primeira visita internacional do futuro Papa seja ao Brasil, mais
especificamente ao Rio de Janeiro, onde será realizada a próxima "Jornada
Mundial da Juventude", em julho deste ano, evento cuja presença de Bento
16 já estava confirmada.
A partir de agora,
acompanharemos infindáveis discussões e especulações pelo mundo inteiro sobre
"as reais motivações" da renúncia do Papa. Muitos dirão que Bento 16
terá preferido se afastar a permitir que a Igreja Católica passe por mudanças,
em função do seu perfil mais conservador. E, como acontece antes de todos os
conclaves, a imprensa passará a apontar os cardeais favoritos a suceder Bento
16. Eu espero que o futuro Papa tenha uma personalidade forte, sem
radicalismos, e possa conduzir a Igreja Católica no futuro com sabedoria e
senso de justiça, colaborando para as transformações que se fazem necessárias
para o bem da humanidade. Eu acredito que dois cardeais brasileiros poderiam
ter sido excelentes Papas: o cardeal cearense Dom Hélder Câmara, já falecido, e
o catarinense Paulo Evaristo Arns,
já com mais de 90 anos. Mas, mais importante de qual seja a nacionalidade do
futuro Papa, é que ele venha a ser o líder que a Igreja Católica precisa e o
mundo deseja. Boa sorte a ele! fr
Nenhum comentário:
Postar um comentário