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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

EUA restabelecem relações diplomáticas com Cuba

17/12/2014: um dia histórico. Os presidentes cubano e estadunidense anunciaram, ontem, a decisão dos Estados Unidos de restabelecer as relações diplomáticas com Cuba. Às vésperas de completar 54 anos do rompimento decidido pelo então presidente Dwight D. Eisenhower, a 3 de janeiro de 1961, Barack Obama, em Washington, e Raúl Castro, em Havana, anunciaram a reaproximação. Até o anúncio ao mundo, os dois países mantiveram encontros secretos no Canadá e no Vaticano, mostrando também a importante participação do papa Francisco. Houve uma troca de cidadãos de lado a lado, presos há anos sob a acusação de espionagem: dois em Cuba, por três nos Estados Unidos. Cuba será retirada de uma lista estadunidense de nações que apoiariam o terrorismo, permitindo, assim, que passe a receber financiamentos no exterior. Serão abertas embaixadas de Cuba em Washington, e dos Estados Unidos em Havana. Além de tudo isso, há mais mudanças. Os Estados Unidos facilitarão as viagens de seus cidadãos a Cuba, desde que não seja a turismo, e a remessa trimestral de parentes residentes naquele país a cubanos passará de U$ 500 para U$ 2.000. Cuba se comprometeu a ampliar o acesso da internet à população; libertar 53 pessoas consideradas por Washington como 'presos políticos'; e permitir a atuação de organismos internacionais em seu território, como a ONU e a Cruz Vermelha. O restabelecimento de relações, porém, não interfere, pelo menos por enquanto, no fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba, vigorando desde 7 de fevereiro de 1962. Este somente pode ser extinto com autorização do Congresso estadunidense. O restabelecimento de relações diplomáticas foi comemorado por muitos como mais um resquício da Guerra Fria que se vai, mas outros condenam a decisão de Obama por criticarem a falta de liberdade em Cuba. Eu desejo que as relações dos dois países se normalizem, e que o bloqueio, que já causou tanto prejuízo ao povo cubano, venha a ser derrubado de vez. O ideal seria que os Estados Unidos também devolvessem a base naval de Guantánamo a Cuba, mantida por eles por conta de um tratado que lhe deu domínio indefinido no período pós-independência cubana. E que parassem de interferir na política interna de Cuba. Ao mesmo tempo, os cubanos pudessem conduzir o país a uma democracia, com as liberdades individuais garantidas. Mas, infelizmente, tudo isso é muito difícil de vir a ocorrer. Até porque, pela proximidade de Cuba aos Estados Unidos, estes sempre vão se achar no direito de ingerir-se na política cubana, assim como fazem na América latina como um todo. De qualquer maneira, fico feliz pela reaproximação dos dois países. Torço pela paz e harmonia nas relações dos seus governos, porque, no final das contas, quem sofre com a radicalização política é sempre o povo, principalmente do lado mais fraco.  fr

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