Este
ano, comemoramos 20 anos da conquista do Campeonato Brasileiro de 1995 pelo
Botafogo, e eu fiz questão por estes dias de assistir aos dois jogos finais novamente, através
do youtube. É o segundo título nacional do Glorioso, já que a
Taça Brasil passou a ser equiparada ao Brasileiro pela CBF (Confederação
Brasileira de Futebol). O Botafogo a conquistou em 1968.
No
Campeonato Brasileiro de 1995, cada vitória passou a valer três pontos. De
acordo com o regulamento, os 24 clubes foram divididos em dois grupos de 12 (A
e B). No primeiro turno, as equipes de cada grupo se enfrentaram; no segundo,
as equipes de um grupo enfrentaram as do outro. Classificaram-se para as
semifinais os vencedores de cada grupo nos dois turnos. Cruzeiro e Fluminense
venceram, respectivamente, os grupos A e B na primeira fase. Botafogo e Santos,
respectivamente, na segunda.
A
campanha do Botafogo foi excelente. Em 27 jogos, venceu 14, empatou nove, e
perdeu somente quatro. Marcou 46 gols, sofreu 25, tendo um saldo positivo de 21
gols. Teve o artilheiro do campeonato: Túlio, com 23 gols; seis à frente do
segundo colocado, Giovanni, do Santos, com 17. O time-base do Botafogo pouco se
alterou nos 27 jogos. Wagner (1), Wilson Goiano (2), Wilson Gottardo (3)
(capitão), Gonçalves (4), Leandro (5), André Silva (6), Túlio (7), Jamir (8),
Donizete (9), Beto (10) e Sérgio Manoel (11). O treinador era Paulo Autuori. O
goleiro Wagner foi o que mais jogos disputou: 26 dos 27 jogos; não participou
somente da vitória sobre o Bahia, no Maracanã, pelo segundo turno. Além dele,
Gonçalves, Túlio e Sérgio Manoel, com 25 jogos; Wilson Gottardo e Donizete, com
24; e Beto, que era substituído na maioria das vezes, com 23.
Os dois jogos das finais com o Santos
O
Santos jogava por dois empates. Nos dois confrontos, o Botafogo jogou com
camisas listradas, calções pretos e meiões cinzas; e o Santos com o uniforme
todo branco.
Botafogo 2x1 Santos
O
primeiro jogo foi dia 14 de dezembro, no Maracanã, tendo o sergipano Sidrack
Marinho dos Santos como árbitro. Em uma noite chuvosa, o Botafogo foi melhor,
buscando a vitória para superar a vantagem do adversário. Todos os gols
ocorreram no primeiro tempo. Aos 18 minutos do primeiro tempo, em uma cobrança
de escanteio de Wilson Goiano pela direita, Wilson Gottardo cabeceou para baixo
e a bola entrou no canto direito do gol defendido pelo goleiro Edinho, filho de
Pelé. Foi o seu único gol no campeonato, e no momento mais importante.
Aos
38 minutos, em uma saída errada de Leandro para Donizete, que não conseguiu dominar,
a bola foi interceptada e lançada para Giovanni chutar e fazer o gol de empate,
na saída do goleiro Wagner.
Aos
44 minutos, um erro de Sidrack Marinho. Sérgio Manoel, mesmo caído, deu o passe
para Túlio, que ficou de frente para o goleiro Edinho, e tinha tudo para fazer
o segundo gol do Botafogo. Mas o árbitro não deu a vantagem, e apitou a falta,
favorecendo o infrator. Na sequência, Sérgio Manoel cobrou, a bola bateu na
barreira e foi para escanteio. Este foi cobrado da direita, Donizete não acertou
a cabeçada, a bola desviou em Giovanni, o principal jogador do Santos, e acabou
sobrando para Túlio mandar para as redes. Túlio saiu comemorando dando socos no
ar; segundo ele, em homenagem a Pelé. Uma vitória que acabou sendo decisiva.
Mas o Botafogo foi prejudicado pelo erro da arbitragem ao não levar em
consideração a vantagem no que poderia deixar o placar final em 3x1. Uma
vitória merecida.
1x1
O
segundo jogo foi no dia 17 de dezembro, no Pacaembu, apitado pelo mineiro
Márcio Rezende de Freitas. A vantagem tinha mudado para o Botafogo, que jogava
pelo empate. Assim como no Maracanã, os gols foram no primeiro tempo, que teve
um início de muita disputa e poucas oportunidades. O primeiro chute a gol
somente ocorreu aos 15 minutos, para uma tranquila defesa de Wagner.
Aos
26 minutos, em uma cobrança de falta da esquerda, Sérgio Manoel mandou a bola
para a área, Jamir cabeceou e a bola sobrou nos pés do artilheiro do
campeonato, na risca da pequena área. De cara para o goleiro Edinho, Túlio
abriu o placar. Nenhum jogador do Santos reclamou. Mais tarde, vendo várias
vezes a repetição do lance, chegaram à conclusão que Túlio estava adiantado.
Foi o gol "peixe frito", como ele batizou, fazendo uma alusão ao
apelido do Santos. Túlio, aliás, esteve muito mais participativo do que em
outros jogos, buscando a bola e disputando os lances com muita raça.
Após
o gol botafoguense, o Santos foi para o ataque, e teve muito mais
oportunidades, já que precisava virar o jogo. O Botafogo, por sua vez, esteve
consciente que não podia partir para o ataque e se descuidar da defesa, a
vantagem era sua.
Nos
acréscimos, em uma jogada pela direita, Marquinhos Capixaba passou pelo Sérgio Manoel, ganhou na dividida com
Gonçalves, e a bola sobrou para Marcelo Passos, que chutou forte diante de
Wagner para empatar o jogo. Uma bobeada do Botafogo. E outro erro da
arbitragem: Marquinhos Capixaba ajeitou a bola com a mão.
Aos 34 minutos do segundo tempo, em
uma cobrança de falta da esquerda, Marcelo Passos lançou para a área, Camanducaia
cabeceou para o fundo das redes. Márcio Rezende de Freitas anulou o gol, por
considerar impedimento. Depois, com os recursos da televisão, viram que ele não
estava.
Mas o árbitro errou novamente, quatro
minutos depois, e quase prejudicou o Botafogo. Wágner repôs a bola em jogo, o
adversário interceptou e Giovanni, de cabeça, passou para Macedo, que, em um impedimento
claro, só foi derrubado quase dentro da área. Um erro que poderia ter resultado
em gol.
Erros de arbitragem aconteceram, e
prejudicaram os dois lados. O Botafogo foi prejudicado no Maracanã, com o gol
que Túlio teria tudo para fazer diante do goleiro do Santos, mas que Sidrack
Marinho não permitiu acontecer por não dar a vantagem em uma falta sofrida por
Sérgio Manoel. Com um resultado de 3x1 no primeiro jogo, o Botafogo poderia ter
ido para o Pacaembu podendo perder até de 1x0. E depois que o Botafogo fez o
gol no segundo jogo, o Santos teria que ter feito três para ser campeão.
A verdade é que o Botafogo fez uma
ótima campanha em 1995, e foi campeão porque mereceu. O resto é choradeira dos
torcedores santistas, da imprensa paulista, e de flamenguistas, vascaínos e
tricolores cariocas. Podem chorar, o título é do Botafogo e o troféu está em
General Severiano! fr
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