Muitos dos repórteres que cobrem os clubes de futebol, os chamados
setoristas, alteram as perguntas que fizeram antes aos jogadores, depois quando
vão ao ar. Uma prática tão comum, quanto condenável nos programas sobre futebol
no rádio carioca. No momento em que entrevistam o jogador, a pergunta é feita
de um jeito, com cuidado na escolha das palavras, e, até, na entonação - o mais
amistosa e respeitosa possível. Quando o programa vai ao ar, ao vivo, o
repórter, já sabendo qual a resposta (gravada), não coloca sua pergunta
original. Ele refaz, ao vivo, a pergunta, de forma diferente, mais incisiva, e
o tom de voz muitas vezes é jocoso. Alguns desavisados que ouvem, devem ficar
com a sensação de que o repórter é corajoso para falar de forma tão direta com
o entrevistado, sem dar voltas, indo "direto" ao assunto. Claro, as
respostas são gravadas. Eu não gosto dessa prática, por mais que os que a usam
aleguem não estar alterando o sentido da resposta. Não importa, estão alterando
a pergunta e a sua entonação. E sem a autorização dos entrevistados, e sem
avisar aos ouvintes que a entrevista é gravada. Errado! Um exemplo que eu recrio, apenas para
ilustrar:
Pergunta original:
- Você acha que o Flamengo tem que jogar com mais cuidado na defesa, no jogo
de hoje?
Resposta:
- O Vasco é um grande time, e temos que respeitá-lo. Os seus atacantes são
muito perigosos, não dá para descuidar da defesa.
Pergunta refeita, ao vivo:
- E aí, vocês vão partir pra cima do Vasco, ou estão com medo? fr
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