A
ciência e a medicina têm avançado espantosamente nas últimas décadas. No final
de fevereiro, a revista inglesa NewScientist
publicou uma reportagem abordando a possibilidade de em 2017 termos o primeiro
transplante humano de cabeça no mundo. A repercussão, claro, foi mundial. A
pesquisa é desenvolvida pelo médico italiano Sergio Canavero, da Universidade
de Turim, na Itália. Ele a apresentará oficialmente na conferência anual da
Academia Americana de Cirurgiões Neurológicos e Ortopédicos, em Annapolis, Maryland,
em junho, a fim de estimular que outros especialistas se unam à sua pesquisa.
Segundo Canavero, a intenção é possibilitar que pessoas com doenças
degenerativas ou câncer que tenha se espalhado pelo corpo possam continuar
vivendo em um corpo de um doador que tenha tido morte cerebral. A pesquisa
médica prevê que, após a cirurgia de transplante de cabeça, o paciente
permaneceria de três a quatro semanas em coma, com eletrodos implantados no
corpo a fim de estimular a medula, e, assim, fortalecer as novas conexões
nervosas. Segundo o médico italiano, já existe condições de evitar uma possível
rejeição do corpo à nova cabeça. A medicina já vem tentando o transplante de
cabeças em animais. Os primeiros foram realizados em 1954, por um cirurgião
soviético, em cachorros, mas eles sobreviveram poucos dias. Em 1970, ocorreu um
transplante de cabeça entre macacos, na Universidade Case Western, em
Cleaveland, Ohio, nos Estados Unidos, mas sem tentar reconectar a medula,
mantendo o animal paralisado. O macaco sobreviveu nove dias. De acordo com
Sergio Canavero, aspectos éticos e religiosos serão grandes dificultadores para
o desenvolvimento de sua pesquisa nos Estados Unidos e na Europa, mas, se for
preciso, a levará para outra região do mundo. E acrescenta que muitas pessoas
já demonstraram interesse em se submeter à cirurgia. Eu sou de opinião que tais
procedimentos não são impossíveis de se tornar realidade, deixando de vez de
serem apenas tema de filmes e livros de ficção científica. O mundo daqui a 50
ou 100 anos é uma verdadeira incógnita. Assim como quando estudamos como ele era
há 50 ou 100 anos antes, vemos como mudou comparável ao que passamos a ter à nossa disposição:
transplantes de coração, pulmões, fígado; clonagem de animais, por exemplo.
Desejo, porém, que todos esses avanços científicos e médicos favoreçam a todos
no mundo, não apenas aos mais ricos, e que respeitem sempre aspectos éticos.
Enfim, que sejam para salvar vidas e torná-las menos sofridas. fr
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