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domingo, 24 de julho de 2016

Piloto francês teve a vida salva por Ayrton Senna

Durante os treinos para o GP da Bélgica, no dia 28 de agosto de 1992, em SPA-Francorchamps, o piloto francês Érik Comas bateu forte com a sua Ligier e desmaiou, ficando com o carro atravessado na pista. Ayrton Senna vinha atrás, e parou o seu carro, descendo para ajudar o companheiro. Ele desligou o motor para evitar uma explosão, e segurou a cabeça de Comas, certificando-se que ele respirava, até a chegada do atendimento médico. 
"Vi o vídeo depois, mas não lembro de nada. É como se minha memória tivesse apagado momentos antes do impacto. O pneu dianteiro direito atingiu minha cabeça e me levou a nocaute. Estava inconsciente, mas continuei com o pé no acelerador. Ayrton chegou e ouviu o som dos giros do motor. Parou e correu em minha direção enquanto ainda havia carros passando na pista. Eles estavam mais lentos porque havia bandeiras amarelas, mas a pista não estava vazia. Ele desligou meu carro. Naquele momento havia um risco real muito grande de explosão. Como consequência da batida, havia alguns vazamentos e ninguém pode imaginar o que teria acontecido. Ayrton salvou minha vida." – contou Érik Comas, anos depois do acontecido. 
Cerca de dois anos depois, no dia 1º de maio de 1994, a situação se inverteria no acidente que levou Senna à morte, no GP de San Marino, na Itália. Comas também participava da corrida, e disse ter passado pelo local do acidente e visto Senna já retirado do carro, deitado sobre uma maca, sendo atendido pelos médicos, mas não pode fazer nada: 
"Quando passei na curva Tamburello, os helicópteros médicos, as ambulâncias, o carro de Ayrton, todos estavam lá. Vi que já estava colocado em uma maca, então parei meu carro. Uma paralisia me bateu, porque eu estava próximo de um homem que, dois anos antes, tinha salvado minha vida e eu não podia fazer nada para ajudá-lo. Isso foi horrível. Ele salvou minha vida, mas eu cheguei muito tarde. Eu não era médico, e o estado que ele estava era muito pior que o meu. O acidente dele foi diferente do meu. Mas me encontrar naquela situação, ao lado dele, me sentindo tão impotente, foi uma experiência horrível. Fui o último piloto a vê-lo. Foi difícil aceitar que tive a honra de fazer a última visita antes de ele ir embora."
Além dos vários títulos e conquistas que Ayrton Senna colecionou em sua carreira, ele demonstrou humanidade, algo que muitos pilotos não conseguem fazer. É a maior qualidade que um verdadeiro campeão pode ter. fr

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