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domingo, 30 de outubro de 2016

Marcelo Crivella vence com alianças eleitoreiras e terá que dar contrapartida

A eleição para prefeito do Rio de Janeiro teve hoje o seu segundo turno, e o eleito foi o bispo licenciado e senador Marcelo Crivella, do PRB. As urnas mostraram o enorme descontentamento da população com os políticos. Somando as pessoas que preferiram não votar com aqueles que votaram em branco ou anularam o voto, o total foi superior ao total de votos conseguido por Crivella. De um total de 3.583.094 votos, 2.034.352 votos não foram destinados a nenhum dos dois candidatos. Crivella conseguiu 1.700.030 votos, e Marcelo Freixo, do PSOL, 1.163.662 votos. É o retrato da insatisfação que se espalha não apenas pela cidade do Rio de Janeiro, mas por todo o país. As pessoas estão revoltadas com a corrupção, a incompetência, o despreparo e a indiferença da maioria dos políticos. Marcello Crivella venceu com o apoio de sua igreja, a Universal, proprietária de um forte império de comunicação (TV Record, emissoras de televisão aberta e fechada, emissoras de rádio, jornais, revistas, sites na internet etc.). O apoio também da família Garotinho desde o primeiro turno, e também de uma igualmente politiqueira aliança no segundo: pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, que já atacara várias vezes Crivella; Índio da Costa (PSD), em que eu votei no primeiro turno, e que passou a campanha inteira alertando os eleitores que seria ele o candidato com melhores condições de impedir a vitória de Crivella e a tomada de poder por parte de uma igreja fundamentalista; os ultra-radicais Jair e Flávio Bolsonaro (ambos do PSC); entre outros. Índio da Costa já é cotado para ocupar uma secretaria na administração de Crivella. Ou seja, é o famoso toma lá-dá cá da política brasileira, em que os políticos só dão o apoio se receberem algo em troca. Marcelo Crivella é de um partido pequeno e dependerá muito do apoio de outros partidos para ver suas propostas aprovadas. Esse é o preço de se ganhar uma eleição com alianças eleitoreiras, desvinculadas de coerência programática. Além do já conhecido fundamentalismo de sua igreja, que ataca constantemente católicos, umbandistas, candomblecistas, homossexuais, e desmerece as mulheres, a quem vê como submissas aos homens. Crivella e o seu partido, que se beneficiaram do sentimento anti-PT e a esquerda em geral,  apoiaram e participaram dos governos dos presidentes Lula e Dilma, chegando a ser ministro da Pesca, abandonando o barco tão logo o impeachment da ex-presidente ganhou força. Vamos torcer para a administração de Crivella surpreenda e governe para todos, não apenas para os seus adeptos. Afinal, a cidade do Rio de Janeiro está acima de todos! fr

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