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sábado, 26 de novembro de 2016

Fidel Castro colocou Cuba na História



Até 1958, Cuba vivia em uma ditadura, e os cubanos na miséria, com a enorme maioria da população analfabeta. O presidente Fulgencio Batista contava com o apoio dos Estados Unidos, que tratava o país como o seu quintal particular. Os estadunidenses iam para Cuba para se divertir nos cassinos, beber e sair com prostitutas. A Revolução Cubana pos fim a tudo isso no dia 1º de janeiro de 1959. A partir de então, os Estados Unidos passaram a adotar atitudes hostis ao novo governo, tentando impor-lhe condições, como faziam até então, inclusive tentando efetivamente derrubá-lo, e até mesmo assassinar Fidel Castro. Cuba passou a rever concessões da época de Fulgencio às empresas estadunidenses, em termos muito vantajosos para aquelas. Os Estados Unidos reduziram drasticamente suas importações de açúcar cubano, principal item da economia do país caribenho, que mais tarde seriam canceladas. No dia 3 de janeiro de 1961, os Estados Unidos romperam relações com Cuba. No mesmo ano, Cuba foi invadida por paramilitares cubanos exilados e treinados pelos Estados Unidos. Em poucos dias, Cuba derrotou os invasores, mas o distanciamento entre os dois países estava claro, e com o tempo foi se agravando. Em janeiro de 1962, os Estados Unidos pressionaram os países latino-americanos e conseguiu, por maioria, a expulsão de Cuba da OEA (Organização dos Estados Americanos), visando o seu isolamento político. O Brasil se absteve. Anos depois, porém, os Estados Unidos conseguiriam que todos rompessem também relações com Cuba, incluindo o Brasil, já mergulhado em uma ditadura militar, apoiada pelos estadunidenses. No segundo semestre de 1962, mísseis soviéticos foram instalados em Cuba, provocando forte reação dos Estados Unidos, no que ficou conhecido como a 'Crise dos Mísseis'. A União Soviética alegava que os Estados Unidos já tinham mísseis instalados na Turquia, que a colocava em ameaça. Ao final, a URSS aceitou a retirada dos mísseis de Cuba, desde que os Estados Unidos também retirassem os seus da Turquia, e se comprometessem a não invadir novamente Cuba. Naquele ano, os Estados Unidos deram início a um bloqueio econômico a Cuba, que vigora até hoje, apesar das relações diplomáticas entre os dois países terem sido restabelecidas oficialmente ano passado, e de ser condenado pelo mundo inteiro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Com tudo isso, os próprios Estados Unidos acabaram por empurrar Cuba para o lado da então União Soviética e o comunismo. O mundo, à época, vivia dividido por conta da Guerra Fria, e um país pequeno e tão próximo dos Estados Unidos não conseguiria se defender diante de um adversário tão poderoso se não se aliasse ao outro lado. Não deixa de ser bastante irônico que tenham sido justamente os Estados Unidos, por tentar manter Cuba sob sua dominação política e econômica, que tenham feito com que este país se aproximasse do comunismo. Cuba apresentou avanços fantásticos na educação, acabando com o analfabetismo, e na saúde pública. Porém, restringiu as liberdades de imprensa, políticas e individuais. Fidel Castro é odiado por muitos, adorado por outros, mas, com certeza, tem o seu nome gravado na História do mundo por ter defendido os seus ideais e o seu país da interferência externa. Eu torço para que Estados Unidos e Cuba prossigam no processo de reaproximação, apesar do futuro presidente estadunidense, Donald Trump, não ser uma pessoa que respeite acordos ou princípios democráticos. Eu torço para que o bloqueio a Cuba, resquício ainda dos tempos da Guerra Fria, termine, e que Cuba venha a se tornar uma democracia. Mas sem que Cuba volte a ser o quintal dos Estados Unidos, sem que volte a ser apenas uma marionete nas mãos dos Estados Unidos, ou de quem quer que seja. Liberdade, democracia, justiça social e soberania a Cuba! É o mesmo que eu desejo ao Brasil e a todos os países do mundo.  fr

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