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domingo, 5 de novembro de 2017

Centro Cultural da Justiça Eleitoral

              
                 Estive recentemente no prédio do Centro Cultural da Justiça Eleitoral, aproveitando sua reabertura para o público. Há anos eu passo próximo à sua entrada e sempre o via fechado, e foi uma surpresa quando vi o portão aberto; aproveitei logo para entrar e conhecer o prédio por dentro. Durante o Rock in Rio, em setembro, o segundo andar do prédio esteve aberto à visitação, mas somente nesse período, ainda bem que deu para aproveitar. Localizado na Rua Primeiro de Março nº 42, no Centro do Rio de Janeiro, o prédio tem 4.680,91 metros quadrados de área construída, é de estilo eclético, com a utilização de características neoclássicas, barrocas e art nouveau, e chama muito a atenção pela sua beleza e imponência.
                    O projeto do prédio é do arquiteto alemão Luiz Screiner, inspirado na sede do Bayerische Vereinsbank de Munique, na Alemanha (fotos 1 a 5). A sua construção se deu entre os anos de 1892 e 1896, quando foi inaugurado, para ser sede do Banco do Brasil, o que acabou nunca acontecendo. Até o ano de 1909, o prédio foi ocupado pelo Supremo Tribunal Federal (STF); a partir de então, passou à Caixa de Conversão e Amortização até 1946. Neste ano, o prédio passou para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 1960, com a transferência da capital do país para Brasília, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) assumiu o seu controle.  
                   A partir de 1996, o prédio ficou fechado durante 12 anos. Em 2008, ele passou a ser sede do Centro Cultural da Justiça Eleitoral, inaugurado naquele ano, com a finalidade de preservar a memória da Justiça Eleitoral, disponibilizando-a a pesquisadores, e organizar eventos culturais, como exposições. Dois anos depois, o CCJE teve suas atividades suspensas, voltando somente em dezembro de 2016. Oficialmente, porém, a criação do CCJE ainda aguarda aprovação na Câmara dos Deputados, através do projeto de Lei nº 6.424/2016, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania desde 30 de março deste ano, ou seja, mofando na burocracia da nossa política.
                   O prédio tem dois andares, e faz parte do conjunto arquitetônico e urbanístico da Praça Quinze de Novembro, tombado pelo governo federal em 1990. Em 1993, teve o seu tombamento individual pela prefeitura do Rio de Janeiro. Foi nesse prédio que o Presidente Juscelino Kubitschek e seu vice, João Goulart, tomaram posse em 1946. O portão de entrada é trabalhado em bronze e veio de Portugal (foto 6), a escadaria que leva ao segundo andar, onde ficam expostos as pinturas e quadros e onde eram realizadas as sessões dos Tribunais que funcionaram no prédio, é de mármore Carrara (foto 7). Há alguns anos foi feita uma reforma na parte externa do prédio, porém o seu interior está precisando muito de uma; as paredes estão descascando e as pinturas e as telas sofrem com a ação do tempo.
                   Eu tirei muitas fotos, algumas delas coloco aqui no meu blog, para ilustração e para as pessoas verem como o prédio é bonito por fora e em seu interior. Nas fotos 9 e 10, eu mostro a pintura-mural de Pedro Peres, de 1900, localizada no salão central do primeiro andar: “O Brasil Animado – o Trabalho, a Indústria, o Comércio, a Navegação, a Instrução (Libertação de 1900)”, de 4m x 6m. Nas fotos 11 e 12, aparecem os espaços destinados a funcionarem como caixas, de acordo com projeto original do prédio, que serviria de sede do Banco do Brasil. Na foto 15, está o cofre, com porta em ferro fundido do que seria o banco.
                   Na foto 21, o quadro “A Inconfidência”, também conhecido como “O Suplício de Tiradentes”, 2m x 4,5m, do pintor Antônio Diogo da Silva Parreiras, de 1901, no Salão do Plenário. Na foto 23, a pintura “A Chegada”, 550cm x 260cm, do mesmo pintor, de 1900, sobre a vinda dos portugueses para o Brasil. Na foto 24, o quadro “A Partida”, 650cm x 450cm, também de Antônio Diogo da Silva Parreiras, mostra dois expatriados portugueses deixados no Brasil, de 1902. Nas fotos 25 a 28, localizadas na fachada do prédio, estão quatro estátuas de figuras mitológicas, do artista francês Maturin Moreau, fundidas na França, e representando, respectivamente: a Agricultura, o Comércio, a Indústria e a Marinha. As informações que eu uso no meu texto são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se você mora no Rio de Janeiro ou um dia vier à cidade, não deixe de visitar o local. fr 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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