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segunda-feira, 2 de julho de 2018

20 observações da estada em Portugal

Amanhã, volto para Amadora, onde durmo no hotel, para pegar o avião de retorno ao Rio de Janeiro no dia seguinte. Minha mãe ainda fica aqui em Portugal por mais dois meses com a nossa família. Fiz uma pequena lista com 20 observações interessantes sobre o período em que estive em Portugal. É um país lindo, tem muito o que conhecer, tem também problemas, como é natural de qualquer país, mas que vale à pena ser visitado, e eu indico para todo mundo. Conforme for, eu mesmo pretendo voltar um dia.

1. Quando cheguei a Lisboa, quis pedir um Uber para ir do aeroporto para o hotel, mas não consegui. Uma das funcionárias me informou que em Portugal o Uber não aceita dinheiro (!).

2. Somente no hotel eu percebi que o identificador da minha mala tinha sido retirado, e o da minha mãe, que era formado por vários quadrados, estava todo riscado à caneta, com xis e bolas. Nós tínhamos comprado os dois identificadores para a viagem, eram novos. Não dá para saber se foi no aeroporto do Rio de Janeiro ou no de Lisboa. Seja como for, é uma vergonha a gente saber que os funcionários de aeroporto se prestam a esse papel. Pelo menos não demos por falta de nada de mais valor, ainda bem!

3. Estamos no verão, e os dias com sol são longos, e escurece bem tarde, por volta de umas oito da noite, o que é muito bom, principalmente para quem está passeando. As pessoas nem dizem “boa noite” enquanto está sol, só “boa tarde”.

4. Estávamos em Lisboa durante a Copa do Mundo da Rússia. Eu notei que as pessoas com quem eu conversava não estavam muito empolgadas, mesmo tendo o melhor jogador do mundo, segundo a FIFA, o Cristiano Ronaldo. Somente pela televisão eu via a animação, principalmente dos jovens, nos dias dos jogos de Portugal. Telões foram instalados em pontos de muita concentração de pessoas. Mas não é igual ao Brasil. Tudo funciona mesmo nos dias dos jogos da seleção portuguesa, ninguém sai mais cedo, não escutei fogos de artifício, e as ruas em geral não estavam enfeitadas, quando muito eu vi umas poucas bandeiras de Portugal nas janelas.

5. Os portugueses podem não mudar sua rotina por conta do Mundial, mas muitos torcedores de clubes são fanáticos e violentos, como no Brasil. E brigam seja pelo futebol ou por outro esporte, para “defender” o clube do coração. Vi na televisão cenas de brigas de torcidas após um jogo de handebol, em Lisboa. Bom, para mim, seja no Brasil ou em Portugal, lugar de bandido, mesmo vestido de torcedor, é na cadeia. Assim os estádios ficam livres para nós, os verdadeiros amantes do esporte.

6. Aqui em Portugal, os autocarros (ônibus) não têm catracas, e as pessoas respeitam o motorista, pagando suas passagens. E usa-se muito os comboios (trens), que levam as pessoas para todos os lugares, são limpos e passam em intervalos curtos, sem grandes atrasos. Eu estive em Lisboa durante alguns dias de paralisações dos funcionários dos comboios, e elas eram avisadas com antecedência à população. Quando terminavam, houve, sim, atrasos no retorno das atividades.

7. Os motoristas em Portugal são obrigados a parar quando alguém está na passadeira, ou seja, na via de pedestre, aguardando para atravessar a rua. Mas se você estiver fora dela, nem adianta que os carros vão continuar o seu caminho, e estão certos. Mas, vi muitos motoristas se estressando uns com outros quando estavam em cruzamentos.

8. Eu vi pobreza em Lisboa, com alguns mendigos pedindo esmola, mas, nem de longe, nada que se aproxime do que existe no Brasil, onde tem pobreza e miséria, e muita gente dormindo na rua, consumindo drogas e cometendo crimes, inclusive menores de idade.

9. Enquanto estive em Portugal, vi na imprensa notícias de assaltos, e até crimes violentos, como um homem que foi morto e teve o corpo queimado dentro do carro, no Algarve. Mas no Brasil, infelizmente é muito pior.

10. Um dia, andando com minha mãe pelo Rossio, passei por um rapaz oferecendo drogas (parecia maconha) à luz do dia, muito à vontade. Infelizmente isso é algo que pode acontecer em qualquer grande cidade do mundo, inclusive no Brasil.

11. É evidente que quem viaja não é para ficar no hotel vendo televisão, mas em algum momento você vai ligar a TV. E a programação aqui em Portugal é inferior à da TV brasileira. No Brasil, a gente reclama, mas ainda assim é mais variada e melhor do que aqui. Em Portugal, tem mais programas e canais dedicados ao esporte, principalmente ao futebol, mas durante o tempo em que estive aqui se falava o tempo todo no Sporting, nas agressões sofridas pelos seus jogadores por parte de “torcedores”, e se o presidente deveria ou não ser afastado. Chega um momento que cansa. Aqui passa a Globo e a Record Internacionais.

12. Para quem curte História, como eu, Portugal é nota 10. Aonde se vá tem lugares históricos, e muitos deles relacionados à História do Brasil.

13. Os portugueses, em sua maioria, não são muito abertos, mas ainda assim encontrei pessoas prestativas e muito simpáticas. Não é que os portugueses sejam antipáticos, eles são mais sérios, reservados. E são mais objetivos, não são muito de compreender determinadas expressões ou tiradas humoradas, é preciso ser direto quando for pedir algo. Eu me lembro que em Amadora, eu perguntei a um senhor se conhecia um determinado lugar, e ele respondeu “sim!”, e ficou parado me olhando... kkkkkkk Eu tive, então, que perguntar se ele sabia como eu fazia para chegar lá.

14. Ocorreram muitas paralisações e greves, a insatisfação com a perda do poder aquisitivo em Portugal é muito grande.

15. Em Lisboa e no Algarve, têm muitos turistas, muitos mesmo. Nos locais turísticos em que eu fui, algumas vezes eu pedia alguma informação a alguém e o que eu ouvia era “Sorry...”. E são turistas do mundo todo. Na área mais turística, os preços dos hotéis, restaurantes e comércio são bem altos.

16. Encontrei alguns brasileiros trabalhando por aqui, principalmente no Algarve, em mercados e lanchonetes, por exemplo.

17. Os portugueses em geral que trabalham no atendimento às pessoas, seja público ou privado, não fazem muito esforço em agradar. Fazem o seu trabalho, e pronto. Eu quero me referir a restaurantes, lanchonetes, bancos, aeroporto, estações de comboio e metrô, locais turísticos, hotéis, mercados, lojas, hospitais, e o Serviço das Finanças, por exemplo, que foram alguns dos locais onde eu estive durante a minha estada em Portugal. Em um dos restaurantes em Amadora onde nós almoçamos algumas vezes, por exemplo, uma senhora de mais idade era sempre séria; mas quando erámos atendidos por outra, mais jovem, que era de Cabo Verde, eu acho (ela me disse, mas eu não me lembro), ela conversava, perguntava como minha mãe estava, sorria, enfim, o atendimento era diferente.

Em Faro, fomos jantar um dia em um restaurante (“O Murta”), e o garçom, já um senhor de meia-idade, atendia muito mal, era seco, antipático, e trabalhava com muita má vontade. Estava de chinelos, bermudas, e vez ou outra ia à rua para fumar, voltando sem lavar as mãos direto para atender os clientes. Nós só não saímos porque já era tarde para ir em outro restaurante.

18. Os horários de funcionamento dos parques, serviços públicos, museus, pontos turísticos e igrejas variam se no inverno ou verão. Neste período do ano, quando o dia permanece claro até mais tarde, o funcionamento também se estende.

19. Exceto as grandes lojas e shoppings, as lojas aqui em Portugal têm que fechar por uma hora para o almoço. E não é somente aqui, mas em outros países da Europa também.

20. O atendimento hospitalar público em Portugal não é tão bom quanto eu imaginava. E também não é gratuito, mantido somente pelos impostos; os próprios cidadãos portugueses têm que pagar uma quantia quando são atendidos, exceto os reformados (aposentados) que ganhem uma aposentadoria pequena. Levei minha mãe ao Centro de Saúde e a um hospital em Amadora, e a um outro em Cascais. O atendimento na recepção foi burocrático, e o prestado pelo único médico que atendeu minha mãe foi horrível. E as pessoas com quem eu conversei, a começar pela minha prima, disseram que em Portugal é assim mesmo. Não vou dizer que no Brasil o atendimento é melhor, mas eu esperava que em Portugal fosse bem diferente. fr

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