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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Dica de livro: "Frankenstein"

Frankenstein / Uma História de Mary Shelley; contada por Ruy Castro; tradução de Ruy Castro. São Paulo, Companhia das Letras, 1994, 131 páginas.
 
Este mês, eu li um dos mais conhecidos clássicos do terror, “Frankenstein”. No final do livro, é informado que a autora o escreveu em 1816, quando tinha 19 anos, e publicado dois anos depois. A ideia de escrever um livro surgiu em uma noite de inverno nos Alpes suíços, quando a inglesa Mary Shelley (1797-1851); o marido, Percy Bysshe Shelley; e o amigo, Lord Byron, ambos poetas, estavam juntos. Byron propôs um pacto entre os três para que todos escrevessem um livro de terror; somente Mary o cumpriu. E o livro acabou por se tornar um sucesso mundial.

          Victor Frankenstein, suíço, estudante de química, biologia, anatomia e filosofia natural, 19 anos, vai estudar na Alemanha. Influenciado por um professor, que diz terem os cientistas poderes quase ilimitados, ele passa a se dedicar obstinadamente a criar um ser humano. “E o resultado seria glorioso: uma nova espécie de homens me abençoando como o seu Criador. (...) Devolveria a vida a mortos queridos, que se foram cedo demais, seria ‘o anjo da sua ressurreição’.” 

 
         Roubou corpos de cemitérios, e estudou o corpo humano, fazendo autópsias no necrotério da universidade, até descobrir como a vida é gerada e ser capaz de dar vida à matéria inanimada, de “transformar a morte em vida”. A fim de contornar a “extrema minúcia das partes do organismo”, decidiu construir (este é o termo usado no livro) uma criatura gigante, de 2,5 metros de altura, com todos os órgãos proporcionalmente grandes.
         Durante dois anos, isolou-se em sua casa, sozinho, afastando-se de sua família em Genebra. Em “uma noite chuvosa de novembro”, aproveitou-se dos raios e trovões para ter a eletricidade necessária para o seu experimento. O resultado, porém, foi horrível, pior do que podia prever. Sua criação era um ser horroroso, fétido, o que fez com que ele se arrependesse e o renegasse. Rejeitada, a criatura, inicialmente propensa ao bem e disposta a ser boa, decidiu vingar-se de seu criador, matando o seu irmão pequeno.

 Ao contrário de Adão, “criado à semelhança de Deus”, ela conscientizou-se de ter sido feita à semelhança de pedaços de corpos sem vida e do quanto era repulsiva e diferente dos seres humanos. Condenada à solidão, sem uma família que o aceitasse como é, e a ser repelida por todos, que a agrediam e a expulsavam sempre que a viam, pediu a Victor a criação de uma companheira, “com os mesmos defeitos e deformações” que as dela. E prometeu afastar-se com ela “para as selvas desabitadas da América do Sul” e nunca mais fazer o mau.

  Para proteger a sua família e ter paz, Victor aceitou dar à criatura a esposa que ele pediu, chegou a quase finalizá-la, mas, de última hora, destruiu a nova criação. Percebeu que estaria criando uma segunda criatura, com vontade própria, que poderia não aceitar o acordo feito com a primeira, e passar a matar e a espalhar o medo entre as pessoas. Enfurecido, o monstro prometeu vingar-se do seu criador, tirando dele o que ele não poderia ter, ou seja, uma companheira, estuprando e matando sua esposa em plena lua de mel.  Depois disso, criador e criatura acabam por marcar um encontro, decididos a finalizar uma relação de ódio e ressentimentos, do qual somente um deveria sobreviver. 
 
          O livro completou em 2018, 200 anos de seu lançamento e tem dado origem a uma série de adaptações para o cinema, teatro, quadrinhos e televisão no mundo inteiro. Algumas diferenças já popularizadas por essas adaptações do personagem do livro: 

          .  A criatura não recebeu nome; Frankenstein é o nome de família do criador;
 
. Ela é mostrada como um ser com dificuldade de falar e se locomover; porém no livro ela é dotada de inteligência e sentimentos; aprendeu a ler, a falar e a compreender, adquirindo conhecimentos;
 
. É forte e ágil, percorrendo grandes distâncias em pouco tempo, além de ser resistente ao frio e ao calor. fr

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