A Guiana, localizada na América do Sul e um dos países mais pobres da
região, entrará, ano que vem, no seleto clube de países exportadores de
petróleo. Em 2015, foram descobertos bilhões de barris em águas profundas. A
novidade está gerando otimismo e, ao mesmo tempo, preocupação no país. O
otimismo é por conta das previsões de crescimento da economia do país, feitas
pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para os anos de 2020 e 2021: 29,8% e
22,1%, respectivamente. A ExxonMobil, empresa que está à frente das descobertas,
estima que em 2025 serão produzidos 750 mil barris por dia, o que fará com que,
se tudo se confirmar, o país se torne um dos maiores produtores per capita de
petróleo no mundo. Por outro lado, muitos guianenses estão preocupados que se
repita lá o mesmo que ocorre em muitas outras nações ricas em petróleo, como o
Brasil, a Venezuela e Trinidad e Tobago, ou seja, a riqueza não seja revertida
em benefício da população, sendo consumida pela corrupção e incompetência
administrativa. Além disso, a vizinha Venezuela reivindica há anos parte do seu
território, mais especificamente dois terços dele, incluindo a porção marítima
onde o petróleo foi descoberto, a 200 quilômetros da costa da Guiana. Ano
passado, a disputa chegou até a Corte Internacional de Justiça, em Haia. Como
se vê, ainda há muitos desafios a serem superados para que a Guiana possa
efetivamente comemorar a descoberta de petróleo. O futuro ainda vai mostrar se
a descoberta será motivo de progresso ou agravamento dos graves problemas
sociais por que passa a sociedade guianense. fr
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