A
situação política na Venezuela continua se agravando. Hoje, teve mais um
acontecimento a esquentar ainda mais a crise no país. O líder da oposição, Juan
Guaidó, declarou-se “presidente interino”, afirmando que não reconhece a
legitimidade da reeleição do presidente Nicólas Maduro, em 20 de maio do ano
passado. Países como os Estados Unidos e a Austrália, além de organizações
multilaterais como a União Europeia, a OEA (Organização dos Estados Americanos)
e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos já não tinham
reconhecido o processo eleitoral venezuelano. Maduro tomou posse para o segundo
mandato em 10 de janeiro deste ano, mas nos últimos dias, várias manifestações
têm sido organizadas pelo país contra e a favor de sua permanência à frente do
governo, com a morte de oito pessoas.
Juan
Guaidó chegou a fazer um juramento, diante de milhares de simpatizantes no
Centro de Caracas: "Na condição de
presidente da Assembleia Nacional, ante Deus, a Venezuela, em respeito a meus
colegas deputados, juro assumir formalmente as competências do executivo nacional
como presidente interino da Venezuela. Para conseguir o fim da usurpação, um
governo de transição e ter eleições livres." Aos 35 anos, ele
assumiu recentemente a presidência da Assembleia Nacional, o Congresso
venezuelano, cuja maioria é de membros da oposição. Ele defende que a
Constituição do país prevê a substituição, assumindo o líder da Legislativo
federal no caso da ilegitimidade do presidente.
Hoje
mesmo os Estados Unidos reconheceram o presidente autoproclamado, sendo
seguidos de outros países, como o Canadá, Guatemala, Costa Rica, Colômbia,
Peru, Chile, Paraguai, Argentina, Equador e o Brasil. O presidente Nicolás
Maduro, por sua vez, afirmou que resistirá ao que classificou ser uma tentativa
de golpe, e acusou os Estados Unidos de estarem por trás desse movimento. E anunciou o rompimento diplomático com
aquele país, determinando um prazo de 72 horas para que os diplomatas
estadunidenses deixem o país. A crise econômica Venezuela é considerada
extremamente grave, com a inflação passando de um milhão por cento ao ano; um
desabastecimento de alimentos e remédios; e o êxodo estimado de mais de três
milhões de venezuelanos, de uma população de pouco mais de 31 milhões de
habitantes. fr
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