A universidade de Oxford, da Inglaterra, começará, este mês, a fazer testes de uma vacina contra a Covid-19 no Brasil, com dois mil voluntários que não tenham sido infectados pelo novo coronavírus. A vacina já foi testada com sucesso em um pequeno grupo de seis macacos, e, desde abril, passou a ser usada em dez mil voluntários no Reino Unido. O Brasil é o primeiro país fora dessa região a fazer parte dessa pesquisa, mas outros deverão vir a participar também.
O nosso país foi escolhido por um motivo nem um pouco digno de comemorar. Para comprovar a eficácia da vacina, é necessário que os voluntários estejam em lugares mais atingidos pela pandemia, e não onde a curva de contágio esteja descendente. E o Brasil é justamente um país com essas características, infelizmente. Os voluntários precisam estar na linha de frente do combate ao coronavírus, a fim de estarem mais expostos. O infectologista da Fiocruz Julio Croda explica:
"Quando uma empresa ou instituto de pesquisa busca um novo sítio de pesquisa ele quer que em um espaço curto de tempo as pessoas que forem vacinadas, que não têm a doença, que são voluntários, tenham uma probabilidade grande de se expor ao vírus para justamente ver a diferença entre as pessoas que foram vacinadas e as pessoas que não foram."
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão do Ministério da Saúde, concedeu a autorização às pesquisas no país, mais especificamente no Rio de Janeiro e em São Paulo. As previsões mais otimistas indicam que uma vacina contra a Covid-19 pode vir a ser fabricada ainda este ano. Mas, o fato das pesquisas estarem também sendo realizadas no Brasil, não vai garantir que o país seja privilegiado na distribuição da vacina. Vamos torcer! fr
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