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sábado, 7 de outubro de 2023

Museu Carmen Miranda - I

        Carmen Miranda é a artista brasileira feminina de maior reconhecimento internacional. Começou a sua carreira como cantora em 1929, cantando no rádio, e logo despontou para o sucesso gravando vários discos, fazendo shows, e participando de filmes no cinema. Em 1939, foi contratada para se apresentar e atuar nos Estados Unidos, onde chegou a ser a artista feminina que mais faturava naquele país e, provavelmente, no mundo, e foi homenageada com uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.
        Maria do Carmo Miranda da Cunha, a Carmen Miranda, nasceu no dia 9 de fevereiro de 1909 na pequena cidade de Marco de Canaveses, no distrito do Porto, em Portugal. Mas logo depois a sua mãe veio para o Rio de Janeiro encontrar-se com o marido trazendo a filha mais velha do casal, Olinda, de dois anos, e Carmen, com apenas dez meses e oito dias, ou seja, ela não tinha nem um ano de idade quando chegou ao Brasil.
       Apesar de alguns tentarem fazer com que Carmen Miranda seja considerada portuguesa, somente pelo fato de ela ter nascido lá, o que realmente importa é como ela se sentia em relação a isso, já que ela sempre disse considerar-se 100% brasileira, e nunca chegou a ir a Portugal:
      “Sou brasileira porque aqui me encontro desde a idade de um ano e nesta terra me eduquei e fiz minha carreira artística. É ao povo brasileiro, aos meus patrícios, que devo todo este incentivo, todo este aplauso, todas estas homenagens. E não há sequer uma entrevista minha, em qualquer órgão de imprensa, em que eu não tivesse sempre reafirmado, categoricamente, este meu amor, este meu carinho, esta minha admiração pelo Brasil!”
        Carmen Miranda faleceu no dia 5 de agosto de 1955, em sua casa em Beverly Hills, em Los Angeles, vítima de um ataque cardíaco, aos 46 anos. O seu corpo foi trazido para o Rio de Janeiro, e, em seu enterro, foi conduzido por um carro do Corpo dos Bombeiros e acompanhado por uma multidão estimada em 500 mil pessoas até o Cemitério São João Batista, onde foi sepultado.
      No ano seguinte ao falecimento de Carmen Miranda, foi criado o museu em sua homenagem, no Parque do Flamengo, em frente à Avenida Rui Barbosa, através do decreto nº 886, assinado por Negrão de Lima, então prefeito do Rio de Janeiro, à época Distrito Federal. Mas o museu somente foi inaugurado VINTE ANOS depois, em 5 de agosto de 1976.
        O prédio tem a forma circular e é um projeto do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que veio a falecer em 1964, por isso a sua conclusão ficou sob responsabilidade do arquiteto Ulysses Burlamaqui. A administração do museu está sob responsabilidade do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e mais especificamente da Funarj (Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro).
       O Museu Carmen Miranda esteve fechado à visitação desde 2013, sob a alegada justificativa de que o seu acervo, de mais de três mil itens, seria transferido para as novas instalações do Museu de Imagem e do Som, em Copacabana. E parte dele, 454 peças, seria restaurado. Mas não houve a transferência de acervo, nem houve, até o momento, a inauguração da nova sede do MIS. Somente em 4 de agosto deste ano, 2023!, o Museu Carmen Miranda foi reaberto à visitação, com a exposição “Viva Carmen”, de curadoria do jornalista e biógrafo Ruy Castro e de sua esposa, Heloisa Seixas.
        Evidentemente, a manutenção e eventual restauração dos museus e de seus acervos sempre é bem-vinda, mas levar DEZ ANOS com um museu fechado é demais! É um enorme desrespeito à memória da artista, um desrespeito à cultura nacional e um descaso com a administração pública. Será que não se poderia mantê-lo aberto à visitação com a parte do acervo que não foi restaurada? Não podia ter feito a restauração em etapas? O que não faz sentido é manter um museu fechado por DEZ ANOS!
        Como eu gosto de ler sobre a História e também sobre biografias, eu já li a biografia de Ruy Castro sobre Carmen Miranda, da qual eu já comentei aqui no meu blog, e me interessei em conhecer o museu. O Museu Carmen Miranda é muito pequeno, com um corredor circular, poucas salas para a área administrativo e um pátio interno. A sua proposta é não ser apenas um espaço de exposições, mas, também, organizar atividades culturais, como apresentações artísticas, palestras e oficinas. Ao entrar no museu, o visitante é orientado a seguir no sentido anti-horário.
       O acervo do museu tem mais de três mil itens, entre eles diversos documentos, como a certidão de nascimento de Carmen e uma menção honrosa que o governo dos Estados Unidos lhe deu pelos seus serviços durante a Segunda Guerra Mundial. A coleção tem, ainda, cerca de 1.400 fotografias que pertenceram à artista; partituras; roteiros de filmes, com suas anotações; troféus; discos; cinco mil recortes de jornais e revistas; vestidos e sapatos que ela usou em filmes, shows e outras apresentações; além de objetos pessoais. A maioria dos itens foram doados pela irmã da artista, Aurora Miranda, e pelo viúvo, o estadunidense David Sebastian. Devido ao espaço muito reduzido, apenas uma pequena parte do acervo consegue ficar em exposição no museu, sendo renovada periodicamente. Fonte principal que eu usei para pesquisa: Wikipédia. fr  

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