domingo, 10 de dezembro de 2023

Pão de Açúcar

      O passeio no bondinho do Pão de Açúcar é um dos mais procurados por cariocas e turistas na cidade do Rio de Janeiro, recebendo, em média, 2.500 visitantes por dia. Eu voltei lá mais uma vez, em setembro, e vou comentar um pouco sobre como foi o passeio, mostrando algumas fotos e vídeos que eu fiz e também contando sobre a História do lugar. O ingresso adulto custa R$ 185,00 (muito caro!); eu paguei R$ 80,00 pelo bilhete “Carioca Maravilha”, que oferece um desconto a quem nasceu na cidade.
        A ideia de construção do teleférico nos Morros da Urca e do Pão de Açúcar foi do engenheiro civil fluminense Augusto Ferreira Ramos (1860-1939). Ele obteve o apoio do governo federal e o investimento financeiro de empresários, e abriu a empresa Caminho Aéreo Pão de Açúcar, administrada por ele até 1934. A empresa é a concessionária que administra o local até hoje. A construção do teleférico transcorreu de 1909 a 1912, e mobilizou mais de 400 operários-escaladores, que subiram pelos dois morros para transportar as peças a serem montadas nos seus topos. Os pinos instalados pelos escaladores ainda estão na rocha até hoje. A subida dos cabos de aço contou com a ajuda de guinchos. O custo da obra, em dinheiro da época, foi de dois milhões de contos de réis.  
        A subida até o Morro do Pão de Açúcar não é direto até lá em cima. Primeiro, o visitante sobe da Praia Vermelha até o Morro da Urca em um bondinho e, depois, sobe em outro até o Morro do Pão de Açúcar, em outro. O projeto original previa o funcionamento de mais um trecho: do Morro da Babilônia até o Morro da Urca, que, no entanto, nunca foi concretizado.
        O primeiro trecho de linha férrea, da Praia Vermelha até o Morro da Urca, tem 600 metros de extensão e foi inaugurado em 27 de outubro de 1912, ou seja, há 111 anos. O segundo trecho, do Morro da Urca até o Pão de Açúcar, passou a funcionar em 18 de janeiro do ano seguinte, com 850 metros de extensão. À época, existiam apenas dois teleféricos em todo o mundo: o de Monte Ulia, na Espanha, com 280 metros de extensão, e o de Wetterhorn, na Suíça, de 560 metros de extensão; ambos não estão mais em funcionamento. Os bondinhos cariocas, portanto, são os mais antigos do mundo em atividade.
        O Morro da Urca tem 220 metros de altura, e o Morro do Pão de Açúcar, que, apesar do nome, é uma montanha, tem 396 metros de altura, ambos com mais de 600 milhões de anos. De acordo com o que eu pesquisei, a diferença entre morro e montanha é a altura: morros têm menos de 300 metros e montanhas altura superior. Eles surgiram da separação da América do Sul do continente africano, tendo sofrido alterações por pressão e temperatura.
        Os primeiros bondinhos eram de madeira maciça, com capacidade de 22 pessoas cada, tendo sido importados da Alemanha. Eles somente foram substituídos em outubro de 1972, por modelos que vieram da Itália; à época trocaram também os cabos de aço. A capacidade de cada bondinho passou para 75 visitantes, mais tarde foi reduzida para 65 a fim de oferecer mais conforto. Em 2008, foram instalados bondinhos mais modernos, com a troca dos seus cabos de aço e outras modernizações no local, que passou a ser denominado Parque Bondinho Pão de Açúcar, em 2022.
        Os deslocamentos nos bondinhos são rápidos, duram menos de três minutos em cada viagem: o bondinho do primeiro trecho sobe a uma velocidade máxima de 21,6 quilômetros por hora e o segundo a 36 quilômetros por hora. A vista lá de cima é linda! O nome surgiu pela semelhança dos carros do teleférico com os bondes que percorriam as ruas no Rio no início do século passado.
        É possível fazer trilhas nos Morros da Urca e do Pão de Açúcar, além de escaladas, de preferência acompanhado por profissionais com experiência, além de passeios de helicóptero, que devem ser contratados com empresas autorizadas. O complexo do Pão de Açúcar (com o Morro da Urca) e o Corcovado foram tombados, em 1973, pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) pela sua relevância na composição da paisagem cultural do Rio de Janeiro. E em 2012, a cidade do Rio foi denominada Patrimônio Mundial Paisagem Cultural Urbana pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
        A ida ao Pão de Açúcar vale pelo passeio em si, a viagem nos bondinhos, a natureza, a vista lá de cima e, claro, tirar fotos; não há muito mais o que fazer no local, por mais que a concessionária procure divulgar a fim de torná-lo mais atrativo. No final das contas, é um passeio rápido, mas, seja como for, vale a pena ser feito, pelo menos uma vez na vida. Fontes principais que eu pesquisei: Brasiliana Fotográfica e Wikipédia. fr

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