Eu sou de opinião que determinadas tradições não se justificam em pleno século 21, e uma delas é a permanência de monarquias, mesmo constitucionais e democráticas. Um exemplo é a monarquia britânica, com os seus injustificáveis privilégios para a família real, em contraste à realidade do povo nos países que formam o Reino Unido. E no contexto da monarquia, um exemplo de tradição que não se justifica, nem hoje, nem nunca, é a guarda real britânica do Palácio de Buckingham, residência oficial do rei, em Londres, usar chapéus feitos com o pelo de ursos mortos com este fim, no Canadá. Essa “tradição” vem do século 17.
De acordo com a ONG estadunidense PeTA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais), para confeccionar cada chapéu cerimonial conhecido como “bearskin”, ou seja, “pele de urso”, é necessário matar um urso-negro selvagem. A ONG faz uma campanha contra a matança dos ursos desde 2003. Mesmo assim, o Ministério da Defesa do Reino Unido continua encomendando esses chapéus. Segundo a PeTA, de 2014 a 2019, foram comprados 891 chapéus “bearskin”, e em 2020, o Exército inglês adquiriu 110. Cada um desses chapéus custa, em média, 1.520 euros.
A organização defende o fim do uso de pele animal, e a sua substituição por pele falsa de luxo, que seria idêntica à original, e possibilitaria o fim da matança animal. As autoridades do Reino Unido defendem-se, alegando que o abate dos ursos é resultante de um programa autorizado pelo governo canadense com o objetivo de controlar o número desses animais. E também que a pele animal falsa não teria a mesma qualidade da verdadeira.
Minha opinião: Seja como for, eu considero de muito mau gosto o uso de roupas com pele de animais mortos. E nenhuma tradição, ou mesmo o desejo de agradar aos turistas que visitam Londres, justifica manter o uso de pele animal nos uniformes utilizados pela guarda real britânica. E nem por ninguém. fr

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