“O bloqueio viola o direito à vida, à saúde, à educação e ao bem-estar de todos os cubanos. Nossas famílias sentem isso através da escassez nas lojas, das longas filas, dos preços excessivos ou dos salários desvalorizados. (...)
Os doentes, incluindo crianças, idosos e mulheres grávidas, são prejudicados pela falta ou instabilidade de medicamentos para uso hospitalar, incluindo tratamentos de câncer e doenças cardíacas; e as pessoas enfrentam dificuldades diárias para adquirir insulina, antibióticos, analgésicos, hipotensores e outras necessidades básicas a tempo. (...)
Por mais de seis décadas, Cuba tem resistido a um impiedoso bloqueio econômico, comercial e financeiro. Mais de 80% de nossa população atual só conheceu uma Cuba bloqueada.
O governo dos Estados Unidos não cessou em suas tentativas de privar nosso país de receitas financeiras indispensáveis, de deprimir o padrão de vida da população, de impor uma escassez contínua de alimentos, medicamentos e outros suprimentos básicos e de provocar um colapso econômico.
Com crueldade e precisão cirúrgica, os setores mais sensíveis da economia são atacados e procura-se deliberadamente infligir o maior dano possível às famílias cubanas.
O bloqueio é um ato de guerra econômica em tempos de paz, com o objetivo de anular a capacidade do governo de atender às necessidades da população, criando uma situação de ingovernabilidade e destruindo a ordem constitucional.
Esses objetivos foram claramente descritos no infame memorando do subsecretário de Estado Lester Mallory, de 6 de abril de 1960, desclassificado muitos anos depois, que cito:
«Todos os meios possíveis devem ser rapidamente postos em prática para enfraquecer a vida econômica (...) negando a Cuba dinheiro e suprimentos para reduzir os salários nominais e reais, com o objetivo de provocar fome, desespero e a derrubada do governo». Fim da citação.
Essa é a natureza e esses são, desde sua origem até hoje, os propósitos da política de coerção econômica e pressão máxima aplicada pelo atual governo dos EUA contra Cuba.
(...)
É claro que o bloqueio não é responsável por todos os problemas que nosso país enfrenta hoje, como disse o presidente Miguel Díaz-Canel, mas quem negar seus efeitos gravíssimos e não reconhecer que é a principal causa das privações, da escassez e do sofrimento das famílias cubanas estará mentindo.
Seria uma mentira negar o bloqueio como uma violação maciça, flagrante e sistemática dos direitos humanos de todo o nosso povo e como o maior obstáculo ao nosso desenvolvimento.
(...)
Já se passaram mais de três décadas desde que esta Assembleia começou a exigir, todos os anos, o fim do bloqueio contra Cuba.
No entanto, a vontade expressa da comunidade internacional é desrespeitada e desconsiderada pelo governo da maior potência econômica, financeira e militar.
Não é admissível nem aceitável que as sucessivas resoluções desse fórum, o mais democrático e representativo das Nações Unidas, sejam ignoradas impunemente.”
BRUNO RODRÍGUEZ PARRILLA, ministro das Relações Exteriores de Cuba, em discurso na ONU, no dia 2 de novembro.
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