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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Portugueses protestam contra o governo

               Estão de parabéns os portugueses que no sábado, dia 15, foram para as ruas para protestar contra o governo e a política de austeridade implantada para fazer frente à crise europeia. Como acontece no mundo todo em situações como essa, os números variam. Falam de 150 mil portugueses protestando em 30 ou 40 cidades portuguesas. Outros falam em 500 mil. Seja como for, foi o suficiente para se fazer ouvir o grito popular. O protesto foi organizado através das redes sociais da internet, e não houve vinculação partidária.
               Os portugueses protestavam contra a "troika", um "memorando de políticas econômicas e financeiras" celebrado em maio de 2011 entre o governo português e o FMI (Fundo Monetário Internacional), a Comissão Européia e o Banco Central Europeu com o objetivo de equilibrar as contas públicas do país e viabilizar o empréstimo a Portugal de 78 bilhões de euros, em três parcelas.               
               A "troika" é responsável por uma política de austeridade, que vem reduzindo o poder aquisitivo do povo português, diminuindo salários, e aumentando o desemprego, além de aumentar os impostos. O lema da manifestação foi "Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas!". Os protestos transcorreram com poucos incidentes. Um jovem de 20 anos pôs fogo ao próprio corpo em Aveiro, mas, de acordo com a RTP, televisão estatal, está fora de perigo.
               Tenho muito orgulho de ver os portugueses se mobilizando para organizar protestos em defesa de seus direitos, sem conotações partidárias. Os argentinos e chilenos, nossos vizinhos, costumam fazer o mesmo. Os espanhóis também, inclusive eles fizeram protestos no mesmo dia que os portugueses, na Espanha. Por que nós, brasileiros, não fazemos o mesmo?
               Lembro de ter participado de alguns comícios com colegas da faculdade a favor do Fernando Gabeira, candidato do PT ao governo do estado, em 1986, na época em que o PT era considerado a grande alternativa ao fisiologismo político existente no Brasil (foi-se o tempo!). E me orgulho muito disso. Na época, o Brasil saia de 21 anos de ditadura, e os jovens estavam ávidos de participar das decisões políticas do país.
                É uma pena que no Brasil grandes mobilizações cívicas, sem a interferência de partidos ou sindicatos radicais, sejam tão raras. Se for para protestar contra a corrupção dos políticos ou a péssima distribuição de renda, aparecem apenas algumas dezenas de pessoas nas ruas. Mas, se for para protestar contra os dirigentes ou o técnico de um clube de futebol, ou para participar do Carnaval, rapidamente as pessoas se mobilizam. Parabéns aos portugueses! fr

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