SEJA ÉTICO

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terça-feira, 28 de abril de 2020

Garrincha é escolhido a melhor atuação em Mundiais, e defesa de Jefferson a mais difícil da seleção brasileira

A página do Globo Esporte na internet realizou duas enquetes neste período de quarentena devido ao coronavírus. Em uma, perguntou qual a melhor atuação individual de um jogador em Copa dos Mundos. Garrincha, no Mundial de 1962, em que o Brasil foi bicampeão, foi o vencedor, com 32,54% dos votos, ou seja, praticamente um terço do total. O craque do Botafogo venceu nomes como Romário, em 1994 (2º colocado, com 23,42%); Ronaldo, em 2002 (19,08%); Maradona, em 1986 (12,93%); Pelé, em 1970 (7,54%); Zidane, em 1998 (2,14%); Paolo Rossi, em 1982 (1,45%); Iniesta, em 2010 (0,36%); Cannavaro, em 2006 (0,27%) e Mbappé, em 2018 (0,27%). 
          A outra enquete perguntou qual foi a maior defesa de um goleiro de seleção brasileira. Foi realizada no domingo passado, dia 26, quando se comemorou o dia do goleiro, data escolhida em homenagem ao Manga, que defendeu o Botafogo e a seleção brasileira. O vencedor foi outro jogador do Botafogo, o Jefferson, com 47,79% dos votos, ou seja, quase metade do total. A defesa foi no jogo em que o Brasil derrotou a França por 3x1 em amistoso realizado no dia 26 de março de 2015, no Stade de France, em Paris. Jefferson superou goleiros como Marcos, em 2002; Félix, em 1970; Leão, em 1974; e Taffarel, em 1990 e 1998. fr

domingo, 26 de abril de 2020

Os melhores programas da TV brasileira (03) - CHAVES e CHAPOLIN COLORADO


        O programa mexicano “Chaves” (“El Chavo del Ocho”) é um clássico da televisão. Está sendo exibido há quase quatro décadas no Brasil, com muito sucesso e conseguindo criar públicos novos em diferentes gerações. São sempre os mesmos episódios, as mesmas piadas, e, mesmo assim, a audiência é grande, entre crianças e adultos. Eu gosto de assistir sempre que dá, e ao “Chapolin Colorado” (“El Chapulín Colorado”) também, mesmo preferindo mais o primeiro. A gente liga a televisão e só assiste notícias ruins sobre violência, doenças, tragédias e corrupção; é necessário procurar uma distração, principalmente quando não tem nada de mais interessante para ver em meio de tantos canais à disposição.
E até mesmo algumas situações mostradas nos programas que são bastante condenáveis não impedem de eu gostar de assistir. Havia bullyng contra gordos, fanhos, pessoas de idade ou com menos beleza; e a dona Florinda esbofeteava o Seu Madruga praticamente em todos os episódios, em uma atitude totalmente violenta e covarde. O Seu Madruga batia nas crianças, e não gostava de trabalhar, além de fumar; vício, aliás, que acabou matando o ator que o interpretava, Ramón Valdés, em 1988, aos 64 anos. O professor Girafalez também fumava, até mesmo em sala de aula.
         O criador de “Chaves” e “Chapolin Colorado” foi Roberto Gómez Bolaños, comediante, ator, diretor e roteirista, entre outras atividades que desempenhou. Bolaños interpretou Chaves e Chapolín Colorado. A primeira vez que o personagem Chaves foi ao ar na televisão mexicana, através do Canal 8, a Televisión Independiente de México, foi no dia 20 de junho de 1971, ou seja, ano que vem completará 50 anos.
Inicialmente Chaves era apenas um quadro do programa ‘Chesperito’, referência ao apelido que lhe deram, por ser considerado um gênio da criação, assim como Shakespeare; o pequeno Shakespeare, por conta de sua baixa altura. Com o sucesso que alcançou, de apenas quadro passou a ter um programa só seu. O mesmo ocorreu com Chapolin Colorado. Eu assisti a uma entrevista do ator Edgar Vivar, intérprete do Senhor Barriga e do Nhonho, em que ele disse ser Roberto Bolaños o responsável por todos os textos, por todas as falas dos personagens.
          Anos antes, Bolanõs já tinha outros programas de humor no Canal 8, como “El ciudadano Gómez” e “Sábados de la fortuna”, junto a alguns dos atores com os quais viria a contracenar em “Chaves” e “Chapolin Colorado”. Em janeiro de 1973, o Canal 8 uniu-se ao Telesistema Mexicano, dando origem à Televisa, um dos maiores grupos de comunicação do mundo.  O primeiro episódio do programa “Chaves” foi lançado pela Televisa em 26 de fevereiro de 1973, e o último em 7 de janeiro de 1980. Não houve uma despedida, foi um episódio normal. A emissora passou, então, a exibir as suas estórias como um quadro do programa “Chesperito”, até 12 de junho de 1992.
O programa próprio do “Chapolin Colorado” também estreou em 1973, terminando em 1979. Mas, ao contrário de “Chaves”, Roberto Bolaños fez um episódio especial, de despedida, exibido pela Televisa em 14 de outubro daquele ano. Chapolin também voltou a fazer parte do programa “Chesperito”, como quadro, até 1992. O programa “Chesperito” terminou em 1995, quando a Televisa quis tirá-lo do horário nobre, colocando novelas em seu lugar; Roberto Bolaños não gostou, e decidiu encerrá-lo.
 Em “Chaves”, as estórias ocorrem em uma vila, e seus moradores estão sempre em conflito. Chaves é um menino pobre, de 8 anos, interpretado por Bolaños, constantemente com fome e roupas velhas. Órfão, está todo dia na vila, mas não se esclarece onde ele mora, nem com quem. Em pelo menos um episódio, ele diz que não mora no barril de madeira, onde ele costuma entrar quando está chateado, e sim na “casa 8”, mesmo número da emissora onde tudo começou, daí o nome da série, “El Chavo del Ocho”. Mas nunca ficou esclarecido quem é o responsável pelo menino. É algo que nunca foi bem explicado, afinal, como é que uma criança de oito anos estava sempre com fome, mal vestido e nenhum parente ou responsável cuidava dele? kkkkkkk
“Chavo” em espanhol significa menino, garoto, com o sentido de levado. A tradução no Brasil preferiu passar para “Chaves”, provavelmente pela semelhança fonética, vai entender... Mas, na realidade, o nome verdadeiro do menino nunca foi revelado, acredito mesmo que Roberto Bolaños não tenha tido a intenção de colocar um nome nele. A música tema da abertura de “Chaves” é ‘The Elephant Never Forgets’, do francês Jean-Jacques Perrey. A direção dos programas, em sua maioria, foram de Enrique Segoviano, e do próprio Roberto Bolaños. 

Uma curiosidade: em um episódio em que as crianças brincam no salão de cabeleireiro onde o Seu Madruga está trabalhando, o Chaves daria apenas uns cortes no cabelo da Chiquinha. Mas, na realidade, Roberto Bolaños acabou cortando mais do que a María Antonieta de las Nieves esperava. kkkkkkk Assista ao vídeo abaixo.
Entre os outros personagens principais estão o Quico, o filho mimado e invejoso da Dona Florinda, uma viúva que nutre um interesse mútuo pelo professor Girafales, mas que nunca sai do flerte. A Chiquinha é a mais esperta de todas as crianças, é apaixonada pelo Chaves, mas não é correspondida. O seu pai, o Seu Madruga, é viúvo, não gosta muito de trabalhar, e está sempre com muitos meses de aluguel atrasado para o proprietário da vila, o Seu Barriga. A Dona Clotilde, mais conhecida pelas crianças como “Bruxa do 71”, é uma senhora solteira e apaixonada pelo Seu Madruga.
Chapolin Colorado é um herói atrapalhado, medroso, mas determinado a ajudar quem passa por problemas, bastava se lamentar: “Oh! E agora, quem poderá me defender?”. Roberto Bolaños quis brincar com os tradicionais super-heróis dos vizinhos Estados Unidos, com seus super poderes, equipamentos modernos e praticamente perfeitos. Chapolin é o herói humano, que tem medo, mas enfrenta as situações, mesmo sem super poderes. Uma de suas marcas é o uso constante de bordões: "Não contavam com minha astúcia!", "Sigam-me os bons!", "Aproveitam-se de minha nobreza!", "Suspeitei desde o princípio!", "Fiz intencionalmente para…",  "Todos os meus movimentos são friamente calculados" e "Não criemos pânico!".  
Os programas de Bolaños foram exportados para diversos países do mundo, e com muito sucesso. Assim como no México, onde elevaram a audiência do Canal 8, depois a da Televisa, no Brasil ocorreu o mesmo, com o SBT conseguindo ótimos resultados. A emissora de Silvio Santos exibe os programas desde agosto de 1984, alterando várias vezes os horários desde então, seja de manhã, de tarde, de noite e, até, de madrugada. O irônico é que ‘Chaves’ e ‘Chapolin Colorado’ vieram como contrapeso, junto a novelas compradas pela emissora brasileira. O SBT talvez nem os comprasse.

Na televisão paga, os programas já foram exibidos pelos canais Cartoon Boomerang, TBS e o mexicano TLN Network, que deixou de operar no Brasil. E desde maio de 2018, o Multishow,  canal da Globo, vem exibindo com exclusividade para a televisão paga os programas, inclusive alguns que não tinham sido mostrados no SBT. O sucesso dos programas foi tão grande que os atores passaram a viajar para se apresentar em vários países do mundo.
Carlos Villagrán, o Quico; María Antonieta de las Nieves, a Chiquinha; Édgar Vivar, o Seu Barriga, e Rubén Aguirre, o professor Girafales vieram várias vezes ao Brasil para se apresentar em shows e dar entrevistas à televisão. Florinda Meza somente veio ao Brasil após a morte de Bolaños, em 2015. E Bolaños somente esteve no Brasil uma única vez, em 1981, e ainda assim de passagem, quando esteve em Foz do Iguaçu por dois dias, a caminho do Paraguai.
Em 1992, Bolaños e os demais atores de “Chaves” viriam para uma turnê ao Brasil, mas devido a instabilidade do governo Fernando Collor de Mello e ao confirsco da poupança e investimentos, a viagem foi cancelada. Mais uma para colocarmos na conta desse infeliz governo! E os personagens foram da televisão para as revistas em quadrinhos, desenhos na televisão, brinquedos, jogos virtuais, livros e muitos outros produtos.
         Em 1978, o ator Carlos Villagrán saiu do grupo, deixando de participar dos programas. Ele reivindicou para si os direitos de criação do seu personagem, aifrmando que foi ele quem criou as características marcantes do Quico, como as bochechas salientes e o choro na parede, por exemplo. Villagrán processou Roberto Bolaños, mas perdeu a ação. Villagrán preferiu, então, ir para a Venezuela anos depois, onde passou a fazer programas seus, com Ramón Valdés, alterando a grafia do nome do personagem, que passou a se chamar Kiko. Don Ramón chegou a voltar a fazer “Chaves”, por um tempo, antes de morrer.
        Carlos Villagrán deu várias entrevistas afirmando que Bolanõs e os outros colegas tinham ciúmes por ele fazer mais sucesso, atraindo mais atenção e carinho dos fãs e da imprensa, no México e nos países aonde iam. Também se diz que o fato de Villagrán ter namorado a colega de elenco, Florinda Meza, com quem Bolaños veio a secasar, teria sido uma das razões do desentendimento entre os dois.
          Roberto Bolaños viveu com Florida Meza durante 27 anos, após o término do seu primeiro casamento, com Graciela Fernández Pierre, com quem teve seis filhos. Ele próprio reconheceu não ter sido fiel à esposa durante o relacionamento. Separam-se, mas o divórcio mesmo somente ocorreu em 2004, para ele poder casar-se com Florinda, com quem não teve filhos, pois fez uma vasectomia antes de conhecê-la.
Villagrán e Bolaños ficaram anos sem se falar, somente se reencontrando em um especial em homenagem a Chesperito na Televisa em 2000. Mas, depois disso, Carlos Villagrán teria voltado a fazer comentários que desagradaram a Bolaños, e os dois nunca mais se falaram. Com a saída de Quico do programa, Bolaños fez algumas mudanças. A dona Florinda, mãe de Quico, abriu um restaurante, passando a aparecer mais fora da vila. Jaiminho, o carteiro, interpretado pelo ator Raúl Padilla  entrou no programa, fazendo muito sucesso.
         Outra briga no elenco ocorreu a partir de 2002, entre María Antonieta de las Nieves e Bolaños, também por disputa de direitos de personagem. Bolaños não renovara os direitos sobre a Chiquinha durante dez anos, e, ao descobrir isso, Antonieta registrou os direitos. Assim como Villagrán, afirmou ter sido ela quem criou as características da personagem. Foi processada por Roberto Bolaños. Após anos de disputa judicial, a atriz conseguiu ter os direitos, mas a amizade nunca mais voltou a ser o que era. E, por isso, a personagem Chiquinha ficou de fora da série de desenho animado do “Chaves”, criada em 2006.  
         Roberto Bolaños faleceu no dia 28 de novembro de 2014, aos 85 anos, em sua casa em Cancún, no México, vítima de parada cardíaca. Ele sofria de problemas respiratórios graves, e no último ano respirava com ajuda de um cilindro de oxigênio. O corpo de Bolanõs foi velado no Estádio Azteca, com a presença de milhares de pessoas. Assim como foram inúmeras as homenagens que recebeu no mundo todo. Bolaños foi enterrado na cidade do México. fr  (Fonte de referência principal: Wikipédia.)
 
 
Além de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), o Chespirito, os atores principais das duas séries são:
Ramón Antonio Estebán Gómez de Valdés y Castillo, o Don Ramón (1923-1988); Seu Madruga.
Florinda Meza García Gómez Bolaños (1949), a Dona Florinda e Pópis.
Carlos Villagrán Eslava (1944), o Quico.
María Antonieta de las Nieves (1950), a Chiquinha e Dona Neves.
Édgar Vivar Villanueva (1944), Seu Barriga e Nhonho.
Rubén Aguirre Fuentes (1934-2016), o Professor Girafalez.
María de los Ángeles Fernández Abad, a Angelines Fernández (1922-1994), a Bruxa do 71. Espanhola, nascida em Madrid.

Chaves lendo uma carta para o Seu Madruga (que confusão!) 😂 😂 😂

Chaves vendendo jornais e revistas

Professor Girafalez e os desenhos do Chaves e do Quico 😊 😊 😊

Abertura de "Chaves" no SBT

Abertura de "Chaves" no Multishow

Abertura de "Chapolin Colorado" no SBT

Abertura de "Chapolin Colorado" no Multishow

Roberto Bolaños corta de verdade o cabelo de María Antonieta

Atores de "Chaves" em turnê no Chile

"The Elephant Never Forgets" (Música-tema de "Chaves")

Roberto Bolaños e Edgar Vivar como o gordo e o magro

Chompiras e Peterete

sábado, 25 de abril de 2020

Férias cariocas

FÉRIAS CARIOCAS
Carlos Eduardo Novaes
 
            Amanhã, se Deus quiser, desço a cortina do estúdio, boto a capa na máquina de escrever e desapareço para merecidas e reparadoras férias. Enfim, vou realizar um velho sonho: passar as férias no Rio de Janeiro.
            Nunca imaginei que fosse tão difícil um cidadão passar as férias na sua própria cidade. Nos meus anos de casado, quando anunciava meu propósito, Ana botava a boca no trombone. Lembro-me do último verão que passamos juntos: na noite em que lhe informei meu desejo de passar as férias no Rio, os vizinhos, tenho certeza, custaram a dormir.
            - Nunca! Berrou Ana. – Qual é a graça? Se morássemos em São Paulo ou Buenos Aires, tá certo... mas morando aqui?
            Tentei ponderar. Disse a Ana que, sendo carioca, jamais consegui usufruir de umas férias no Rio. Isso estava me deixando traumatizado. Gostaria de desfrutar do Rio como turista. Quero conhecer minha própria cidade.
            - Você ficou maluco? Nem pensar! Nós vamos para o Caribe. O Rio eu já conheço!
            - Agarrei-me à frase de Ana com unhas e dentes. Conhece mesmo? – perguntei. – Já foi ao Pão de Açúcar?
            - Uma vez... eu tinha dois anos.
            - Não conta. Já esteve no Corcovado?
            - Nunca.
            - Já visitou o Museu Histórico Nacional?
            - Onde é que fica?
            - Já foi à praia de Grumari?
            - Eu nasci no Leblon.
            Já esteve na Ilha de Paquetá? No Mirante das Canoas? Na Casa da Marquesa de Santos? Já viu um show de mulatas? Então como é que você diz que conhece o Rio? Foi minha vez de contra-atacar:
            - Você conhece é três ou quatro pedaços de praia, dois supermercados, meia dúzia de estacionamentos, alguns congestionamentos e um punhado de butiques em Ipanema.
            Esforcei-me para vender a ideia à Ana. Vai ser ótimo, vamos conhecer todos esses lugares, vamos poder nos isolar por uns tempos. Nessas férias não quero encontrar ninguém.
            - Você acha que vai ser possível?
            - Claro. A gente só encontra conhecidos em Recife, Porto Seguro, Nova Iorque. Você acha que algum amigo nosso frequenta o Museu do Índio?
            Ana investiu contra a cidade: o Rio é massacrante.
            - Um evidente exagero. Se fosse não viria tanta gente para cá, Ana. Morro de inveja desse pessoal. Às vezes penso como seria bom morar em Juazeiro só para poder passar as férias no Rio. Você não nota os turistas nas ruas? Tudo alegre, bem disposto. Deve haver por aí, escondido, um lado da cidade que só os turistas conhecem. Quem sabe, a gente descobre e também fica alegre e bem disposto?
            Ana afinal concordou, sem muito entusiasmo: ir de sua casa em Laranjeiras até um hotel em Copacabana não era bem a viagem dos seus sonhos. Fiz reserva num hotel da Avenida Atlântica para ficar perto da praia. Depois liguei a um amigo que se gabava de conhecer o Rio a fundo para pedir algumas dicas. Ele me passou o nome de alguns bares e restaurantes.
            - Mas esses lugares são exatamente os que frequentamos todas as semanas! – reagi.
            A solução foi telefonar para uma amiga paulista. Informou-me sobre tantos locais desconhecidos que pensei estivesse se referindo a outra cidade. Disse-lhe que só dispunha de 30 dias de férias. Mas depois você permanece no Rio, não?
            - Sim – respondi – mas só tenho coragem de ir a esses lugares disfarçado de turista. Já imaginou se alguém me vê tirando fotos do Monumento aos Pracinhas?
            Arrumamos as malas, pegamos um táxi, e nos mandamos para Copacabana. Eu estava realmente excitado. No caminho, perguntei a Ana se levava a máquina de fotografar. Ao passarmos pela porta do prédio de D. Geninha, no Flamengo, Ana lembrou que eu não havia me despedido de mamãe. Bati a mão na testa, desolado com o esquecimento. Logo porém recuperei-me:
            - Não tem problema, quando chegarmos lá, mando um postal. Duvido que ela já tenha recebido um postal do Corcovado.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

É muito importante o uso de máscaras quando sair de casa

Em época de disseminação do coronavírus, é muito importante que as pessoas usem máscaras para evitar o contágio pelas gotículas microscópicas que são expelidas quando uma pessoa tosse ou espirra. Os especialistas orientam que as máscaras não são para proteger quem as usa, mas para evitar a transmissão para outras pessoas. Por isso, é necessário que todos usem máscaras, é uma maneira de cada um não ser contaminado, porque as outras pessoas também estarão usando. Como as máscaras cirúrgicas são indicadas para os profissionais de saúde, as pessoas estão sendo estimuladas a fazerem as suas próprias máscaras, de pano. A minha mãe fez algumas, e ficaram show! Até o dia de hoje, ela ainda não precisou usar, porque estamos em quarentena, e somente eu tenho saído, quando é necessário ir às compras ou à farmácia. Algumas pessoas estão fazendo máscaras e vendendo. Eu já assisti até um vídeo em que uma moça ensina as pessoas a fazerem uma máscara de pano com a manga de uma camisa, aconselhando que usem tecido 100% algodão. Ou seja, a máscara precisa ser funcional, não precisa ser cara.  fr   

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Lembrança dos picolés da infância... 😍

Quando criança, lembro de picolés que tinham palitos plásticos coloridos, que eram para serem encaixados uns nos outros e formar alguns objetos, como casas, por exemplo. Eu gostava daqueles palitos, mas era muito pequeno para formar alguma coisa mais elaborada, pelo menos que eu me lembre.  😊 😊 Durante um tempo, teve também os palitos de madeira com prêmios. Eu lembro que até cheguei a ganhar alguns picolés grátis, mas nada além disso. Pesquisei na internet, e vi que os primeiros, de plástico, eram da Kibon, e os premiados da Yopa; não sei se a Kibon também chegou a fazer essa promoção. E tem até pessoas vendendo esses palitos na internet. Com certeza para pessoas que pegaram essa época, e querem relembrá-la. fr

terça-feira, 21 de abril de 2020

Há 35 anos: Ayrton Senna vence o primeiro GP de Fórmula 1

          Hoje, comemora-se a primeira vitória de Ayrton Senna na Fórmula, há 35 anos. No dia 21 de abril de 1985, pilotando pela Lotus, Senna venceu o Grande Prêmio de Portugal, liderado por ele do início ao fim, tendo feito a pole position e a volta mais rápida. Aquele domingo foi também um dia histórico para o Brasil por outro motivo. Naquele dia, morreu o presidente eleito indiretamente, Tancredo Neves, o primeiro após 21 anos de ditadura militar. O vice, José Sarney, assumiu.
A corrida foi durante forte chuva, e, anos depois, o piloto comentou como ele aprendeu a correr na chuva: 
- Lembro-me da minha primeira corrida de kart na chuva. Foi um desastre, uma piada total. Eu não conseguia fazer nada, com toda a gente me passando por todo o lado. Era estranho, porque no seco eu era bastante bom. Nesse dia vi que não sabia nada de pilotagem na chuva e comecei a treinar em piso molhado. Sempre que chovia, lá estava eu, a testar e a treinar. Foi aí que aprendi a andar na chuva.
O ano de 1985 foi a segunda temporada de Ayrton Senna na Fórmula 1, tendo terminado em quarto lugar, com seis pódios, sendo duas vitórias, duas vezes em segundo, e duas vezes em terceiro; e sete pole positions. O início de muitas conquistas na categoria, em que venceu 41 corridas e foi campeão mundial três vezes, em 1988, 1990 e 1991. Senna alegrou muitos dos meus domingos! fr

A última volta da primeira vitória de Senna na Fórmula 1 🏁 🏆🏁 🏆🏁 🏆

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Dica de filme: "E. T. o extraterrestre"

E.T. O EXTRATERRESTRE (“E.T. the extra-terrestrial”)
EUA, 1982, Ficção-científica
Direção: Steven Spielberg
Com: Henry Thomas, Robert McNaughton, Peter Coyote, Dee Wallace e Drew Barrymore

Um clássico do cinema mundial, eu assisti no cinema, ainda criança, quando lançado. Extraterrestres são descobertos por agentes do governo dos Estados Unidos, quando faziam coleta de plantas e rochas em uma floresta da Califórnia, e levantam voo, deixando para trás um deles. Assustado, ele acaba se escondendo em uma das casas na região, sendo descoberto por Elliott (Henry Thomas), um menino de dez anos, e os dois tornam-se amigos. Enquanto tentam um contato com a nave para que ela volte para resgatar o extraterrestre, os dois têm que escapar dos agentes do governo, que perseguem o ET para analisá-lo e fazer testes. O filme conquistou vários prêmios, entre eles o Globo de Ouro de Melhor Filme, além de ter recebido várias outras indicações. Curioso como seres com tecnologia tão avançada, a ponto de chegar em planetas distantes, não tinham equipamentos para se comunicar entre si. Se tivessem, poderiam ter se comunicado mais facilmente para combinar o resgate. Não falo nem do fato dos extraterrestres não terem uniformes, estarem pelados, deixa para lá, claro, é um filme. 😊 😊 😊 fr

Drew Barrymore foi a meninininha do filme "E. T."

Uma curiosidade do filme “E.T. o extraterrestre”, de Steven Spielberg, é que a irmã caçula de Elliott foi interpretada pela atriz Drew Barrymore, então com sete anos. No filme, a menininha também se afeiçoa ao ET. Atualmente, aos 45, ela já fez vários filmes, sendo do elenco de “E.T.” quem mais sucesso conseguiu. Além disso, já produziu e dirigiu. Entre os filmes em que atuou, estão “As Panteras”, “As Panteras Detonando”, “Duplex”, “Como se fosse a primeira vez” e “Letra e música”. Drew Barrymore teve uma infância muito conturbada, em que consumiu álcool e drogas, tendo sido internada duas vezes em clínicas de reabilitação, e tentado o suicídio aos 14 anos. Aos 15 anos, conseguiu na Justiça sua emancipação. Hoje, ela tem duas filhas pequenas com o ex-marido, o ator Will Kopelman. fr

domingo, 19 de abril de 2020

Você sabe o significado da posição dos pratos do Palácio do Congresso Nacional?



          Muitos poucos sabem o significado da posição dos dois “pratos” que ficam em frente ao Palácio Nereu Ramos, o Palácio do Congresso Nacional, em Brasília. O que fica à esquerda da rampa, voltado para baixo, representa o Senado Federal, e está sobre o seu prédio, e simboliza a vontade do Estado. O da direita, voltado para cima, está localizado sobre a Câmara dos Deputados, e simboliza a vontade popular. É a relação de contrapesos entre as duas casas do Poder Legislativo. Na horizontal está o prédio principal, e atrás, estão duas torres gêmeas, de 28 andares cada, tudo dividido pelas duas casas. 
Um dos principais pontos de visitação da cidade, inaugurado em 1960, o Palácio do Congresso Nacional é uma das três construções que ficam na Praça dos Três Poderes. As outras duas são a sede do STF (Supremo Tribunal Federal), o Poder Judiciário; e o Palácio do Planalto, onde fica o Gabinete do presidente da República, o Poder Executivo Federal. As três obras foram projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer e tem o projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo. 
Em 2007, ano do centenário de Oscar Niemeyer, a estrutura arquitetônica do edifício do Palácio do Congresso Nacional foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Outras obras do arquiteto também foram tombadas à época, entre elas o Palácio do Planalto,  a sede do STF e o Palácio da Alvorada. Desde então, qualquer reforma nesses bens tombados precisam da autorização do IPHAN, a fim de evitar  possíveis descaracterizações. Eu estive em Brasília em 1993, a trabalho, quando fazia o jornal interno do Ponto Frio, e visitei na época o Palácio do Congresso Nacional (foto acima). fr

sábado, 18 de abril de 2020

Frases: Tácito

“As leis abundam nos Estados mais corruptos.”

 
TÁCITO (c. 56 - c. 120), senador e historiador romano.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

A importância da superação e da resiliência


           Olha só este vídeo sensacional. É um filhote, macho ou fêmea, não se sabe, escalando uma montanha coberta de neve com a mãe, provavelmente. Mais forte e experiente, a mãe sobe na frente. O filhote segue, atrás, mas algumas vezes acaba descendo o caminho de volta; uma vez ele estava bem próximo da mãe, quase conseguindo... É um vídeo que te faz pensar, refletir, e serve como uma mensagem de força de vontade, de resiliência, que todos nós podemos usar em nossas vidas.
            Eu pesquisei na internet e li que o vídeo foi feito pelo fotógrafo russo Dimitri Kedrov, com um drone, em uma região próxima da costa do Mar de Okhotsk, no leste da Rússia. Algumas pessoas criticaram o que consideram uma invasão da vida animal. Segundo elas, a presença do drone, com o seu barulho, teria assustado a mãe ursa, fazendo com que ela procurasse um caminho alternativo, mais difícil, na tentativa de fugir de um possível predador. Dimitri Kedrov defendeu-se, afirmando que o drone estava distante, e que o filhote teria escorregado várias até a mãe se dar conta do drone.  fr

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Em 2020, o novo coronavírus. Em 1918, a gripe espanhola. O mundo sofrendo mais uma vez!

           O mundo está sofrendo em 2020 com a disseminação do novo coronavírus, que já infectou 2.023.663 pessoas, ou seja, mais de dois milhões de pessoas, e matou 132.276, em vários países. As pessoas estão assustadas, e, quem pode, está em casa, somente saindo quando muito necessário, seguindo orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde). Em 1918, portanto, há mais de um século, o mundo também sofria com a disseminação de outra pandemia, do vírus influenza, no que ficou conhecido como a gripe espanhola, devido ao grande número de vítimas naquele país.
Entre janeiro de 1918 a dezembro de 1920, estima-se que um quarto da população à época, ou seja, quinhentos milhões de pessoas, foram infectadas. O número de mortes é calculado entre 17 a 50 milhões de pessoas, podendo até ter se aproximado de cem milhões. A alta letalidade pode ser explicada pelas más condições de higiene da época, pela má qualidade de alimentação da população empobrecida, e pela Primeira Guerra Mundial.
            O Brasil também foi atingido, tendo ocorrido mais de 30 mil mortes em nosso país, incluindo o presidente da República eleito para o seu segundo mandato, Rodrigues Alves, que não chegou a tomar posse. Assim como hoje, naquela época a população recebia orientações de como tentar evitar a contaminação.

É preciso, no entanto, ter em mente que a comunicação do início do século 20 não era igual à atual, em que contamos com internet. Em 1918, o principal veículo de informação era o jornal, mas nem toda a população tinha acesso à sua leitura. Entre as recomendações às pessoas estavam a de evitar aglomerações e ter cuidados com o nariz e a garganta. E quem tinha condições, também adotou o uso de máscaras para o rosto. Mais de cem anos se passaram, e, como se percebe tristemente, o mundo continua sofrendo, e muito, com a disseminação de diferentes vírus. fr

terça-feira, 14 de abril de 2020

Botafogo passa a considerar títulos como mundiais, e pode reivindicar reconhecimento da FIFA

O Botafogo registrou em sua página oficial na internet as três conquistas da chamada ‘Pequena Taça do Mundo’ de 1967, 1968 e 1970 como títulos mundiais. Este era um torneio triangular  realizado em Caracas de 1958 a 1981, do qual participaram grandes clubes e seleções europeias e sul-americanas.
No primeiro título, em 1967, o Botafogo venceu o Barcelona, da Espanha, por 3x2, e empatou com o Peñarol, do Uruguai, em 0x0. Em 1968, derrotamos a seleção da Argentina por 1x0, e o Benfica, de Eusébio, por 2x0. Na edição de 1970, o Fogão venceu a seleção da União Soviética por 1x0, e o Spartak Trnava, da Tchecoslováquia, por 2x1.
O Botafogo informou pretender reivindicar à FIFA o reconhecimento dessas conquistas como títulos mundiais. Hoje, porém, li na internet, na página do canal da ESPN, que a FIFA teria respondido a uma consulta da emissora, através de “um porta-voz”. E teria informado que somente reconhece como campeão mundial os vencedores do Mundial organizado pela entidade a partir de 2000. E, ainda segundo a ESPN, os vencedores da Copa Toyota, ou Intercontinental. A emissora também informa que a entidade não respondeu à pergunta se o Botafogo já teria feito alguma reivindicação.
Bom, se for verdade, é um tanto contraditória a posição da FIFA. Afinal, a extinta Copa Toyota também nunca foi organizada pela entidade, assim como o torneio na Venezuela. E aquela copa consistia apenas em um único jogo, no Japão, um jogo festivo organizado por uma multinacional japonesa de carros. Sou de opinião que se o torneio na Venezuela não pode ser reconhecido como “mundial”, a antiga Copa Toyota também não deveria ser. Vamos aguardar para ver qual a posição do Botafogo, e se o clube vai à FIFA. fr

Gerson

“Tem tudo para a Fifa dar o carimbo dela. Era considerada Copa do Mundo. O Botafogo tem razão. Os jornais da época diziam que era considerada Copa do Mundo, porque disputavam esse torneio vários times, como Barcelona, Santos, Grêmio, Benfica, Real Madrid, Botafogo, seleção argentina. Acho válido. Se tem chance de fazer isso, tudo bem. Eu era o capitão em 1967 e 1968. É justo correr atrás de um título que na época a própria imprensa dava como campeonato mundial. É só pegar os jornais da época. Tem que reivindicar sim o presidente do Botafogo, tem todo o direito.”
 
GERSON, capitão do Botafogo nos dois primeiros títulos.

Roberto Miranda

“Lembro que jogamos contra o Benfica, com Simões, Eusébio, Coluna, era um timaço, campeão português. Não foi só o Benfica, jogamos contra vários times de categoria e ganhávamos todos. Não tinha nada de amistoso, era para valer mesmo.”
 
ROBERTO MIRANDA, atacante; participou das três conquistas pelo Botafogo.

Jairzinho

“O Botafogo tem todo o mérito e razão para poder pleitear o que de fato aconteceu, e que foi bem-sucedido.”


JAIRZINHO, campeão pelo Botafogo em 1968.