SEJA ÉTICO

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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

"O amante", Marguerite Duras

“O amante”
, Marguerite Duras, tradução de Aulyde Soares Rodrigues; Rio de Janeiro, editora Record, s/ano, 127 páginas (Coleção Mestres da Literatura Contemporânea, vol. 10).
Pequeno livro autobiográfico da escritora francesa Marguerite Duras (1914-1996), nascida na antiga Cochinchina (atual região do Vietnã), na Indochina francesa. Então com 15 anos, ela passa a se relacionar com um chinês, doze anos mais velho e filho de um homem muito rico. O rapaz a amava, mas ela não sentia o mesmo por ele, apenas aproveitando a relação. Marguerite Duras descreve o difícil relacionamento com a sua família, de poucas posses. A mãe era viúva, diretora de uma escola e deprimida. O irmão mais velho era violento, roubava o dinheiro da família, além de perder o seu pouco patrimônio no jogo. Ela tinha mais afeição pelo irmão mais novo, apesar de não terem tido muito proximidade também. O livro foi lançado em 1984, quando a autora estava com 70 anos. Fica o registro da minha leitura. fr

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Pedindo aumento no trabalho...

 ☺☺☺☺☺☺☺☺☺

 Cheguei sério para o meu patrão, hoje, e falei:

- Seguinte, patrão, quero um aumento, pois têm três empresas atrás de mim!

- É mesmo? Quais?

- A de água, a de luz e do telefone.

☺☺☺☺☺☺☺☺☺

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

China passa a permitir que casais tenham até 3 filhos

Uma informação histórica: desde sexta-feira, dia 20, passou a vigorar na China uma lei que autoriza que os casais tenham até três filhos, em uma tentativa de frear a queda do crescimento populacional do país, verificada nos últimos anos. O governo chinês já havia alterado anteriormente a sua política de controle de natalidade, em vigor desde a década de 1970, quando se impôs o limite de um filho por casal. Os casais que tivessem mais filhos eram penalizados com o pagamento de multa. Em 2016, passou a permitir dois filhos por casal, mas a medida não foi o suficiente. A população da China é de 1,411 bilhão de pessoas, de acordo com o censo mais recente, realizado em 2020, e teve um aumento populacional de 5,38%, ou seja, 72 milhões de pessoas em relação ao censo anterior, de 2010, o que é considerado muito baixo. Segundo os estudos do governo chinês, persistindo essa média, a população do país começará a diminuir a partir de 2050, caindo para 1,32 bilhão de habitantes, deixando de ser o país mais populoso do mundo e sendo superado pela Índia. fr

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Botafogo lança sua camisa nº 4, na cor azul (linda!)

No jogo com o Vila Nova, no domingo passado, dia 22, além da vitória por 3x2, o Botafogo mostrou a linda camisa nº 4, em cor azul, a minha cor preferida. A novidade, de acordo com o clube, foi uma homenagem à cidade do Rio de Janeiro, cuja bandeira tem essa cor predominante. As camisas dos goleiros são em azul mais forte, e as dos demais jogadores em azul celeste. O Botafogo já havia lançado uma camisa semelhante, em azul, no ano de 2010, quando o uruguaio Loco Abreu jogava. O azul é, também, a cor da seleção do Uruguai. fr

terça-feira, 24 de agosto de 2021

"Sagarana", João Guimarães Rosa

“Sagarana”, João Guimarães Rosa; Rio de Janeiro, editora Record, s/ano, 393 páginas (Coleção Mestres da Literatura Contemporânea, vol. 9).

Livro originalmente com doze contos ambientados no interior de Minas Gerais, escrito em 1937 pelo autor durante sete meses, a lápis, e em cadernos. Depois de sete anos guardado, o material foi revisto em outros cinco meses, e passado a limpo por uma datilógrafa contratada. Três contos foram retirados pelo autor, e o livro, o seu primeiro a ser publicado, foi, enfim, lançado em 1946. João Guimarães Rosa (1908-1967) foi médico, diplomata e escritor, tendo exercido o cargo de cônsul em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi eleito para a cadeira nº 2 da ABL (Academia Brasileira de Letras) em 1963, mas teria adiado a posse o quanto pôde, pois teria medo de não aguentar a emoção no dia. Enfim, assumiu a cadeira na ABL em 16 de novembro de 1967, mas veio a morrer três dias depois, de infarto, em seu apartamento no Rio de Janeiro, aos 59 anos. Fica o registro da minha leitura. fr

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Estado do Rio de Janeiro é condenado a pagar R$ 3,2 milhões ao nº 1 do tênis mundial

O estado do Rio de Janeiro foi condenado a pagar cerca de 3,2 milhões de reais ao tenista sérvio Novak Djokovic, o número um do tênis mundial. A dívida foi contraída em 2012, quando Djokovic foi contratado para vir ao Rio de Janeiro e participar de um jogo de exibição com o brasileiro Gustavo Kuerten e outras atividades promocionais. A quantia combinada foi de US$ 1,1 milhão, dos quais o sérvio recebeu US$ 450 mil, divididos em duas parcelas. Como o valor restante não foi pago, Djokovic entrou na Justiça do estado do Rio. A sentença é da juíza da 14ª Vara de Fazenda Pública. Em 2014, Guga manifestou-se a respeito do calote: "Que Tristeza! Falta de ética e principalmente respeito! Exemplos constantes que envergonham nosso país. Lamentável.". É verdade, mais um exemplo de como o dinheiro público no Brasil e, em particular, no Rio de Janeiro é muito mal utilizado pelos nossos “representantes”. fr

domingo, 22 de agosto de 2021

Deputado propõe a extinção da UERJ e transferência de seus bens para a iniciativa privada

       O Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro publicou na quinta-feira, dia 19, o projeto de lei nº 4.673/2021, que defende a extinção da tradicional UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e a cessão dos seus bens para a iniciativa privada. A proposta é do empresário e deputado estadual Anderson Moraes (PSL). Eu conheço a UERJ por dentro porque tenho o orgulho de ser um ex-aluno, formado que sou em História naquela universidade.
       De acordo com a justificativa do projeto, o objetivo é reduzir as despesas do estado do Rio de Janeiro, e o alto custo da universidade frente a outras universidades mundiais que já conquistaram prêmios Nobel. Segundo o deputado, como a UERJ nunca recebeu um prêmio Nobel, estaria dando prejuízo. O que o deputado parece não saber é que não é a UERJ que nunca recebeu um prêmio Nobel, NENHUMA universidade ou instituição de ensino no Brasil recebeu um prêmio Nobel até hoje. Então, devemos extinguir todas as universidades públicas brasileiras e passá-las para a iniciativa privada por causa disso?
       Seguindo uma linha de raciocínio meramente monetária, o deputado alega que a UERJ tem um orçamento muito dispendioso. Se é para cortar despesas no estado do Rio de Janeiro, então, seria mais lógico e produtivo cortar as despesas que os deputados estaduais causam, com pouquíssimos resultados para a população. A começar por reduzir o número de deputados e, consequentemente, o número de assessores, e as suas correspondentes despesas com altos salários e muitas mordomias.
     O deputado Anderson Moraes ainda critica um suposto “aparelhamento ideológico” existente na UERJ. É necessário lembrar que o deputado teve contas no Facebook, relacionadas ao seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro) bloqueadas, sob a acusação de disseminação de fake news e perfis falsos. E, de acordo com denúncias, o deputado empregou em seu gabinete a ex-esposa, que recebia um salário mensal de sete mil reais, em valores de 2018. Portanto, quem dá mais despesas ao povo fluminense? E quem produz mais resultados? fr

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O cone do silêncio ("Agente 86")

Destaco algumas passagens curiosas e hilárias da série "Agente 86" 😄😄😄

Apesar de Maxwell Smart ser um agente secreto, todos os agentes da Kaos sabiam onde ele morava, aliás, parecia que todo mundo sabia! rsrs No episódio ‘O pombo de guerra’, da terceira temporada, um cientista vai à casa do agente 86 pedir sua ajuda:
Max: Por favor, senhor, resolva isto no escritório.
Cientista: Mas isso é impossível. Não consegui encontrar o endereço da sede do Controle.
Mas: É claro que não! O Controle é uma das agências do governo mais secretas do mundo... espere! Se não encontrou o Controle, como me encontrou?
Cientista: Eu telefonei para a Kaos e eles me deram o seu endereço.
😄😄😄😄😄

Episódio “Uma ilha dos diabos”, segunda temporada:
Para escapar de um agente da Kaos, que o estava caçando e à agente 99, como animais, Maxwell Smart acende um cigarro explosivo e o arremessa em cima dele, matando-o:
Agente 99: Mas, que coisa horrível!
Agente 86: Ele mereceu, 99. Ele era um assassino da Kaos.
Agente 99: Às vezes, penso se nós somos melhores...
Agente 86: Do que está falando, 99? Temos de atirar, matar e destruir. Representamos tudo o que há de decente e bom no mundo.
E os dois se olham, sem graça...
😄😄😄😄😄

Episódio “Aventura dentária”, segunda temporada:
Agente 86: O agente 59 informa que tudo está normal na América do Sul.
Chefe: Normal, como?
Agente 86: Duas revoluções e um assassinato.

😄😄😄😄😄

Episódio “Encontro no Saara”, segunda temporada:
O agente 86 consegue evitar que uma bomba nuclear seja disparada do deserto do Saara para atingir e destruir a cidade de Nova Iorque. 
Agente 99: Max, que arma de destruição terrível.
Agente 86: É, a China, a Rússia e a França deveriam se livrar de suas armas nucleares. Devíamos insistir nisso.
Agente 99: E se não o fizerem, Max?
Agente 86: Então, teríamos que explodir eles. Só assim manteremos a paz no mundo.

😄😄😄😄😄

O Chefe sofria com as trapalhadas do agente 86 e de seu assistente, Larabee.
Episódio “Esperto é apelido”, segunda temporada:
Agente 86: Sabia que quando vim para o Controle o Chefe ainda era cabeludo?
Agente 99: Sério? Quando eu cheguei ele já era careca.
Agente 86: Você entrou suas semanas depois de mim.

Episódio “O tesouro de C. Errol Madre”, quinta temporada:
Chefe: Quantos anos você acha que eu tenho?
Larabee: Uns 63,64.
Chefe: Foi o que eu pensei.
Larabee: Por quê? Quantos anos o senhor tem?
Chefe: 42!
😄😄😄😄😄

"Agente 86" e algumas curiosidades

       Em um episódio da segunda temporada, o playboy Antonio Carlos Carioca era um terrorista conhecido como “o destruidor”. Ele tinha explodido o Monumento a Washington, reconstruído secretamente da noite para o dia por seis mil homens, sem as pessoas perceberem. 😄😄E o seu próximo alvo era explodir o prédio da Receita Federal, para acabar com os registros dos devedores dos impostos e causar o caos nos Estados Unidos.
   Maxwell Smart chama Carioca de “hispânico”, em mais um exemplo da já conhecida ignorância dos estadunidenses sobre o idioma que se fala no Brasil. O agente 86 consegue prender Carioca, mas, no final, acaba explodindo a Receita Federal por engano, em mais uma de suas trapalhadas. 😃😃
      Assim como em outras séries da década de 1960, “Agente 86” teve a participação especial de atores que faziam sucesso em diferentes seriados. Eu destaco alguns: Julie Newmar, a Mulher-Gato de “Batman e Robin”; Alice Ghostley, a Esmeralda de “A Feiticeira”; Jonathan Harris, o dr. Smith de “Perdidos no espaço”; John Zaremba, o dr. Raymond Swain de “O túnel do tempo”; e Leonard Nimoy, o Spock de “Jornada nas estrelas”. E o ator Vincent Price, famoso por vários filmes no cinema, participou do ótimo episódio “Essa viagem é necessária?”, na quinta temporada. fr 

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

A abertura e o encerramento de "Agente 86"

 

Como surgiu "Agente 86", os personagens e os seus atores

       Quando criança, “Agente 86” (“Get Smart”) era a minha série de humor preferida, tanto que comprei a caixa de DVDs e de vez em quando assisto e me divirto com todas as cinco temporadas e os seus 138 episódios. O produtor Daniel Melnick foi quem teve a ideia, em 1965, de criar uma série como uma paródia dos primeiros filmes do agente 007, que começavam a fazer sucesso com o ator escocês Sean Connery à época.
       Melnick convidou os roteiristas Buck Henry e Mel Brooks para desenvolver a história. James Bond salvava o planeta fazendo tudo certo e com classe, enquanto o agente 86 também salvava o mundo, mas sempre com muitas confusões e trapalhadas. Leonard Stern foi o produtor executivo das primeiras temporadas.
       O episódio-piloto da série foi apresentado à rede de televisão ABC, que o recusou por mostrar um plano terrorista para destruir a Estátua da Liberdade, isso em plena Guerra Fria e muitos anos antes do ataque às Torres Gêmeas, em Nova Iorque. A NBC, no entanto, acreditou no sucesso do programa insistindo que o ator 
principal fosse um contratado seu, Don Adams (1923-2005), substituindo Tom Poston, que inicialmente seria o agente 86.
       O episódio nº 1 da série, “Mr. Big”, (o piloto), usado para apresentar o projeto a potenciais anunciantes, foi ainda em preto e branco, mas os demais já foram em cores. A estreia na televisão dos Estados Unidos foi no dia 18 de setembro de 1965, eu não era nem nascido. No Brasil passou a ser exibido em 1966, e vem sendo reexibido, com eventuais interrupções, desde então em diferentes emissoras.
       A história de “Agente 86” mostra a luta entre o bem e o mal. O Controle era uma agência secreta do governo dos Estados Unidos, tão secreta que “nem o Departamento de Estado sabia de sua existência”. A sua missão era defender a segurança do país e do mundo contra as ameaças feitas por grupos terroristas, principalmente pela Kaos, “organização internacional do mal”.
       Maxwell Smart é o agente 86, muito atrapalhado, vaidoso e com uma voz estridente, mas honesto e determinado. A sua companheira é a agente 99, cujo nome verdadeiro nunca foi revelado, interpretada por Barbara Feldon (1933). Eles eram os principais membros do Controle, e o seu líder era o ‘Chefe’, que teve o nome verdadeiro revelado em poucos episódios: Tadeus. Edward Platt (1916-1974) fazia muito bem o papel. O agente mais importante da Kaos era Siegfried (Bernie Kopell, 1933), um bandido com forte sotaque alemão e características nazistas.
       Don Adams é o nome artístico de Donald James Yarmy. Ele teve a ideia de pegar o sobrenome artístico da primeira esposa para evitar ser um dos últimos a ser sempre chamado para os testes para atores, que seguiam a ordem alfabética dos candidatos. Adams foi escolhido para interpretar o agente 86 pelo seu trabalho na TV como detetive atrapalhado no programa de humor ‘The Bill Dana Show’, em que atuou com o ator Jonathan Harris, que, mais tarde, seria o doutor Smith em ‘Perdidos no Espaço’, do qual eu já escrevi aqui, no meu blog.
       Nas entrevistas que eu assisti no meu boxe da série, Adams é descrito como alguém sempre tenso durante as gravações, ansioso, e às vezes até irritadiço, buscando a perfeição e pouco aproveitando para se divertir, mas era muito querido pelos colegas. Voluntarioso, em alguns episódios Don Adams quis ele mesmo fazer algumas cenas, sem o seu substituto, chegando até a se machucar.
       Para ser a parceira agente 99 foi escolhida Barbara Feldon, atriz e modelo. Ela havia participado de um programa de perguntas na televisão, respondendo sobre o escritor William Shakespeare, e também de um comercial em que passou muita sensualidade. A própria atriz diz que não precisou fazer testes para o papel, que lhe foi oferecido, e logo aceito. A 99 era mostrada como a agente inteligente, que muitas vezes resolvia os casos difíceis, apesar do 86 querer levar o crédito, tudo para agradar as mulheres, em pleno início do movimento feminista nos Estados Unidos.
        O Chefe foi brilhantemente interpretado pelo ator Edward Platt, e muitas das cenas mais engraçadas da série tinham a sua participação. Ele sofria com as confusões do agente 86, mas o considerava como um filho. Platt faleceu com apenas 58 anos e a causa da morte não está bem definida nas informações disponíveis. Ele teria sofrido um infarto agudo do miocádio ou teria, de acordo com seu filho anos mais tarde, segundo a imprensa, cometido o suicídio, após duas tentativas anteriores, por causa de problemas pessoais e financeiros.
       Esses três são os personagens principais da série, mas há outros que deram uma importante contribuição para o seu sucesso. O Chefe tinha o assistente Larabee, que não sabia nem anotar um recado direito, interpretado por Robert Karvelas (1921-1991), primo de Don Adams por parte de suas mães. No episódio “Duas 99 é demais’ da quinta temporada, o Chefe pergunta ao 86 se os dois são parentes, uma referência bem humorada ao parentesco real dos dois.
       Siegfried era o mais importante agente da Kaos, o maior vilão e o principal inimigo do Controle, interpretado por Bernie Kopell (1933). Ele apareceu pela primeira vez na segunda temporada. O seu ajudante, o inepto Shtarker, vivido por King Moody (1929-2001), mais o atrapalhava do que o ajudava.
       Entre os demais agentes do Controle que apareciam com maior frequência nos episódios, vou destacar alguns. Os agentes 44 (Victor French, 1934-1989 e Al Molinaro, 1919-2015) e o agente 13 (David Ketchum, 1928) apareciam sempre escondidos nos lugares mais improváveis e absurdos, como dentro de uma lixeira na rua, um armário em um aeroporto ou rodoviária, ou dentro de uma máquina de lavar.
       E tinha também o agente Canino, ou simplesmente Nino, um cachorro, que muitas vezes preferia escapar de situações difíceis, mas também chegou a salvar 86 e 99 de situações perigosas. Havia, ainda, um agente robô, o Hymie, criado pela Kaos para se infiltrar e destruir o Controle, mas que acabou sendo reprogramado e passou a ser um grande amigo do 86. O ator que o interpretou foi Richard Gautier (1931-2017). Para todos os atores, a participação em ‘Agente 86’ foi o melhor momento de suas carreiras, e que os fazem lembrados até hoje. fr

Uma série com muitos diretores, equipamentos secretos e até um casamento

           

        Eu gosto de registrar os nomes dos diferentes diretores das minhas séries antigas preferidas. Na época, era muito comum os produtores contratarem diferentes diretores para trabalharem em diferentes séries. ‘Agente 86’ teve 29 diretores diferentes, sendo Gary Nelson e Bruce Bilson os que dirigiram o maior número de episódios, 23 e 22, respectivamente.
        Don Adams também acumulou a função de diretor em algumas oportunidades, chegando a ser um dos que mais comandou as gravações. Ele e James Komack dirigiram, cada um, 11 episódios. Os quatro diretores juntos dirigiram praticamente metade do total de episódios da série “Agente 86”, 48,55% para ser exato. O primeiro episódio, “Mr. Big”, em preto e branco, foi dirigido por Howard Morris e o último de toda a série, “Os amarelos atacam”, por Nick Webster.
        Como era uma série sobre espionagem e contraespionagem, claro, os agentes do Controle e da Kaos tinham à sua disposição vários equipamentos para desempenhar as suas atividades secretas, principalmente Maxwell Smart. Em uma época em que o telefone celular ainda não era uma realidade, o agente 86 se comunicava com a sede do Controle através do seu sapato-fone.
        Quando o Chefe precisava conversar sobre algum assunto confidencial, 86 insistia para eles usarem o ‘cone do silêncio’, um “moderno” aparelho que descia do teto e os encobria, a fim de abafar a conversa. Mas o ‘cone do silêncio’ nunca funcionava direito e todos podiam ouvir o que os dois falavam, menos justamente quem estava dentro dele.



        E o Controle ainda desenvolveu o ‘cone do silêncio’ portátil, usado pelos dois fora da sede, e, claro, ele também não funcionava, e o Chefe chegou a ficar com ele preso na cabeça em uma ocasião. Em um episódio da terceira temporada, o Congresso dos Estados Unidos fez cortes no orçamento do Controle, e ele precisou alugar o cone do silêncio à CIA. rsrs Maxwell, então, exige o uso do ‘armário do silêncio’, e ele, o Chefe e a 99 ficam presos nele.
        No apartamento do agente 86 também havia uma parede invisível à prova de balas; vários telefones disfarçados; e armadilhas contra invasores, que, na maioria das vezes atingiam somente a ele. Em um episódio, 86 conseguiu se livrar de três agentes da Kaos, ao mesmo tempo, usando um revólver com três canos. 😄😄
        O programa usava vários bordões, ou seja, aquelas expressões repetidas em determinadas situações. Por exemplo, quando 86 batia a porta na cara do Chefe ou sujava sua camisa com comida ele dizia “me desculpe por isso, Chefe!”. Este bordão fez tanto sucesso quando a série passou a ser exibida nos Estados Unidos que era repetido o tempo todo pelas pessoas, até mesmo pelos astronautas da NASA, quando algo dava errado.
        Um dos principais destaques da série, em minha opinião, é a sua abertura e encerramento, criados por Leonard Stern (assista ao vídeo, mais acima). Na abertura, Maxwell Smart chega de carro a um prédio onde fica a sede secreta do Controle, entra em uma cabine telefônica, muito comum nos Estados Unidos à época, disca um código também secreto, claro, e desce para o subsolo do prédio.


        Foi o ator Don Adams que teve a ideia de como fazer parecer que a cabina estaria descendo. Na cena, ele simplesmente se agacha! Uma ideia simples, mas que ficou sensacional, e, segundo Leonard Stern, evitou que fossem gastos muito dinheiro e trabalho com a abertura de um buraco no palco. Durante a terceira temporada, o Chefe diz que a sede fica localizada “a dez andares abaixo do solo”. A música-tema da série é marcante e foi composta por Irving Szathmary.
        Ao longo das cinco temporadas a abertura foi praticamente a mesma, sempre mantendo as cenas no elevador, apenas com a alteração do local e o carro que o agente 86 usava. Foram três aberturas em que ele chega ao Controle em três carros esportivos: um inglês Sunbeam Tiger vermelho; a partir da terceira temporada passou a usar um alemão Karmann Ghia conversível azul; e, por último, a partir da quinta temporada, um alemão Opel GT. O carro era equipado com vários recursos, como assento ejetor, metralhadora e cortina de fumaça para facilitar uma eventual fuga.
        Em 1968, a NBC resolveu não manter a série em sua programação devido à diminuição dos índices de audiência. A CBS, no entanto, assumiu a produção a partir da quarta temporada, que se estendeu pelo ano de 1969, fazendo algumas reformulações, a principal foi unir os agentes 86 e 99. Até então, os dois mantinham uma relação cheia de insinuações, e eles nunca tinham sequer trocado um beijo.


         No episódio “Missão bem impossível”, no estilo de comédia pastelão, Max e 99 se vestem de Carlitos, e acabam se declarando. Eles se casam e têm um casal de gêmeos. A mãe de 99 também não tinha um nome, era chamada apenas de “mamãe”, e ela revela que o pai da 99, assim como Maxwell, sempre dizia trabalhar no ramo de cartões, mas era um espião; o pai não apareceu no seriado.
        Mas, infelizmente, não deu nem para acompanhar o crescimento das crianças, porque a série acabou no ano seguinte, na quinta temporada. O último episódio, “Como era verde o meu valete”, foi exibido nos Estados Unidos no dia 13 de fevereiro de 1970. ‘Agente 86’ venceu cinco prêmios Emmy, importante premiação da televisão estadunidense: dois de melhor série de humor e três de melhor ator de comédias para Don Adams. Uma das minhas séries de TV preferidas! fr 

A série clássica deu origem a filmes e a um novo seriado da TV

           A série clássica “Agente 86” fez tanto sucesso que deu origem a outras produções, anos depois. O filme “A bomba que desnuda” (“The nude bomb”) foi lançado em 1980, e teve a participação somente de Don Adams, o agente 86, e Robert Karvelas, o Larabee. A Kaos tinha um mirabolante plano de explodir uma bomba que faria com que todas as roupas se desfizessem, deixando as pessoas nuas em todo o mundo. A direção ficou com Clive Donner, e Dana Elcar interpretou o papel do novo Chefe. O filme não fez sucesso.
            Outro filme foi lançado em 1989: “Agente 86, de novo?” (“Get Smart, again?”). Dessa vez, vários atores da série clássica também participaram, além dos dois primos: Barbara Feldon, Bernie Kopell, King Moody, David Ketchum e Richard Gautier. O diretor é Gary Nelson, já acostumado a dirigir os episódios da série. Eu tenho o DVD do filme. A Kaos tem uma poderosa máquina que pode controlar o clima no mundo e exige 250 bilhões de dólares para não prejudicar a agricultura e a vida nos países. A CIA, então, pede ajuda ao agente 86, que reúne a antiga equipe Controle, fechado há anos. O filme recorre às conhecidas piadas do seriado.

           Em 1995, a Fox experimentou atualizar a história, com a participação de Don Adams e Barbara Feldon. Maxwell Smart tinha sido promovido a Chefe do Controle, e a sua esposa, a agente 99, tinha deixado a organização e entrado para a política, exercendo o cargo de senadora no Congresso dos Estados Unidos. O filho do casal, Zack Smart, interpretado por Andy Dick, foi aprovado como agente de campo após várias tentativas, e era atrapalhado como o pai. Como sua colega tinha a agente 66, com a atriz Elaine Hendrix no papel. O cone do silêncio continuava não funcionando direito. A chefe da Kaos era uma mulher, cujo rosto não era mostrado, e nem deu tempo para isso, já que a série não passou da primeira temporada e teve somente sete episódios, todos dirigidos por Nick Marck. Eu tenho ela completa em DVD.
          Um novo filme foi feito em 2008 sobre o agente 86, dessa vez com Steve Carell no papel principal, Anne Hathaway como 99, e o título “Agente 86”. No filme, Maxwell Smart era um ótimo analista, que conseguiu ser promovido a agente do Controle após oito tentativas e somente porque era o único que a Kaos não conhecia. A Kaos ameaça explodir uma bomba nuclear, e os agentes 86 e 99 precisam impedir. Bill Muray, dos filmes de “Caça-fantasmas”, é o agente 13. E Bernie Kopell faz uma participação especial. Alan Arkin está muito bem como o Chefe. O filme é dedicado a Don Adams e Edward Platt. O filme é bom e consegue divertir. fr 

domingo, 15 de agosto de 2021

Cientistas vêm buscando criar seres híbridos do ser humano com o macaco

         O livro “O sorriso do lagarto”, de João Ubaldo Ribeiro, aborda a criação de seres híbridos, seres humanos e macacos, algo que não está muito distante da realidade. Há vários relatos de pretensos cruzamentos que teriam sido realizados desde o século 11, como o de Peter Damian, que teria visto os filhos de uma mulher com um macaco. No início do século 20, o cientista soviético Ilya Ivanovich Ivanov teria feito experimentos com espermatozoides de macacos em mulheres, mas sem grandes resultados. Era intenção do ditador Josef Stalin criar um exército de seres mais fortes.
        Em 2018, o psicólogo estadunidense Gordon G. Gallup afirmou à imprensa que um de seus professores lhe teria confidenciado que em 1920, na Flórida, foi criado um ser resultado da inseminação de um chipanzé fêmea com o sêmen humano. Diante de questões éticas e morais, os cientistas resolveram aplicar a eutanásia no ser híbrido. Há outros exemplos.
       Muita coisa pode estar sendo feita sem conhecimento, e sem autorização, em laboratórios pelo mundo. O ser humano vem aprimorando o seu conhecimento científico, o que vai lhe permitindo avançar cada vez mais em experiências até há algum tempo inviáveis. Muitas delas poderão resultar na melhora da qualidade de vida das pessoas. Mas outras, como se vê, são muito discutíveis quanto ao aspecto ético. O ser humano pode fazer, mas será que deve? fr 

Dica de livro: "O sorriso do lagarto"

“O sorriso do lagarto”
, João Ubaldo Ribeiro; Rio de Janeiro, editora Record, s/ano, 363 páginas (Coleção Mestres da Literatura Contemporânea, vol. 8).
       A história se passa na Bahia, mais especificamente em uma ilha, cujo nome o autor não especifica no livro, lançado em 1989, mas seria a ilha de Itaparica, onde João Ubaldo (1941-2014) nasceu. Ana Clara vive um casamento infeliz com Ângelo Marcos, rico político e marido infiel. Seguindo o exemplo de sua melhor amiga, Bebel, ela resolve ter relacionamentos extraconjugais.
        João Pedroso é um homem maduro e que se ressente por nunca ter levado adiante nenhum objetivo na vida, trabalhando na peixaria que foi do seu pai, apesar de sua formação em Biologia. Ele passa a ter uma sensação de medo e que algo de maligno estava acontecendo ao se deparar mais de uma vez com um lagarto com dois rabos, e que parecia estar rindo para ele.
        Alguns lagartos têm dois e até três caudas quando o processo natural de perda dessa parte do corpo e posterior nascimento de outra em seu lugar não se completa corretamente. Acreditando estar desrespeitando Deus por não ter feito nada na vida, João Pedroso desabafa com o seu amigo, o padre Monteirinho, por sentir essa sensação ruim em torno de si:
        “Há um lagarto que sorri, se bem que eu não saiba que ligação existe entre uma coisa e outra. Mas a sensação que eu tenho é de que essa ligação existe, e isto me dá mais medo ainda, não sei lhe explicar direito. Sim, um lagarto que sorri, um, talvez dois, talvez mais, sempre com dois rabos. Não é um sorriso como o sorriso humano, é uma espécie de aura em torno dele, que dá a impressão de que ele está zombando de alguma coisa, ou sendo uma espécie de símbolo para o meu próprio ridículo, não é um sorriso amistoso. E não é bom, não é bom ver esse lagarto, me dá vontade de desaparecer. Eu venho sentindo uma espécie de medo estranho, uma espécie de apreensão sinistra.”
        Em um passeio na ilha, Ana Clara e o marido saem para pescar, e ela conhece João Pedroso, dando início a um relacionamento que acaba por mudar a vida dos dois. Eles se apaixonam e Ana Clara decide se separar do marido e viver com João Pedroso, mas acaba aceitando dar um mês para ele, apenas por acreditar que facilitaria a separação.
        Mais ou menos na metade, o livro começa a despertar maior interesse a partir do momento em que João Pedroso descobre a realização de experiências genéticas na ilha. Crianças com feições de macaco tinham sido vistas por algumas pessoas. O doutor Lúcio Nemésio, seu antigo professor, coordenava uma equipe local de um projeto internacional, com presença em outros países.
        Aquelas crianças eram híbridos, resultantes da inseminação de mulheres com espermatozoides de macacos. A intenção seria a utilização desses híbridos para a formação de bancos de órgãos e testes para o desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Esse tipo de experiência ilegal de fato já ocorreu no mundo. João Pedroso não concorda em ficar calado e promete denunciar as experiências, e Ângelo Marcos descobre o relacionamento da esposa com ele, o que faz com que a vida de João Pedroso passe a correr perigo.
        A seguir, vou adiantar alguns acontecimentos decisivos do livro, portanto, quem não desejar ter conhecimento antecipado, precisa decidir se quer continuar lendo o meu texto, ou não.
        Ana Clara engravida de João Pedro, e não poderia mais esperar para tomar a decisão de se separar do marido, já que ele fizera vasectomia. Ângelo Marcos, no entanto, contrata um assassino profissional, que mata João Pedro e joga o seu corpo no mar, dentro de um caixote com pesos de chumbo.
        Após revelar ao marido que iria morar com João Pedro e que estava grávida dele, os dois brigam e ela sofre uma queda na escada, perdendo o filho. Ana Clara passa a desenvolver uma segunda personalidade, uma escritora, de nome Suzanna Fleischman, que odeia Ângelo Marcos, mas Ana permanece casada com ele.
        Eu gostei muito do desenvolvimento da metade final do livro. João Ubaldo Ribeiro foi escritor, jornalista e professor, inclusive nos Estados Unidos e na Alemanha. Ganhou o Prêmio Jabuti em 1972 como autor revelação, com o livro “Sargento Getúlio”, e em 1985, como melhor romance, com o livro “Viva o povo brasileiro”; e o Prêmio Camões em 2008, pelo valor de sua obra. Foi eleito para ocupar a cadeira nº 34 da ABL (Academia Brasileira de Letras). As suas crônicas eram publicadas em diferentes jornais do Brasil, eu as lia aos domingos, no jornal O Globo. fr 

sábado, 14 de agosto de 2021

Enfermeira é acusada de trocar vacina contra Covid por água e sal... na Alemanha

Mais uma denúncia de enfermeira aplicando falsas vacinas contra a Covid-2019. Desta vez, não é no Brasil, é na Alemanha. De acordo com a imprensa alemã, a profissional, cuja identidade não foi divulgada pela polícia, teria substituído cerca de 8,6 mil vacinas por uma solução de água com sal, nos meses de março e abril. As pessoas prejudicadas, em sua maioria de idosos, estão sendo chamadas a retornar para nova aplicação, desta vez com a vacina. Segundo as investigações, a motivação poderia ser política, já que a enfermeira manifestava opiniões nas redes sociais contra a vacinação. Que coisa! E ainda tem quem dizia que essas coisas somente aconteciam no Brasil! fr 

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Mulher é vista com fuzil em carro... nos Estados Unidos 😱😱

A violência tem se banalizado de uma maneira muito rápida e absurda, e não é só no Brasil, mas no mundo todo. Em São Francisco, Estados Unidos, uma mulher foi vista portando um fuzil AK-47 dentro de um carro, no banco do carona, durante um ‘racha’ ocorrido no mês passado. A imagem foi rapidamente espalhada pelas redes sociais. A polícia informou no dia 4 de agosto ter apreendido o carro, mas não se a mulher ou o motorista foram presos. Que coisa! fr

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Recrutamento na CIA

A CIA resolveu recrutar um agente. 
Após uma série de seleções, entrevistas e testes com gente do mundo todo, escolheram três candidatos: um francês, um inglês e um brasileiro. 
Para a prova final, os agentes da CIA colocaram os candidatos diante de uma porta metálica e entregaram-lhes uma pistola. 
– Queremos ter a certeza de que vocês são capazes de seguir ordens, quaisquer que sejam as circunstâncias. 
Então, dizem ao francês: 
– Atrás desta porta você vai encontrar a sua sogra sentada numa cadeira. Você terá que matá-la! 
– Nem pensar! Eu jamais mataria a minha sogra! 
– Então você não serve – responde o agente. 
Ao inglês deram as mesmas instruções. Ele pegou a arma, entrou na sala e, após cinco minutos, regressou com lágrimas nos olhos. 
– Tentei, mas não posso matar a minha sogra. 
– Você também não está preparado para trabalhar nesta agência. Pegue sua sogrinha e vá embora. 
Chegou enfim a vez do brasileiro. Deram-lhe as mesmas instruções. 
Ele entrou e, então, ouviram-se tiros, um estrondo e depois outro... 
A seguir, ouvem-se gritos, barulhos de móveis quebrando etc. 
Após alguns minutos, silêncio total. Então a porta se abre lentamente, o brasileiro sai todo suado e diz: 
– Bem que vocês podiam ter me dito que os tiros eram de festim! Tive que matar a velha a cadeirada!

terça-feira, 10 de agosto de 2021

"Travessia": relembrando a sua história e o show que eu assisti no Maracanãzinho

A música “Travessia” é considerada uma das mais importantes da Música Brasileira. Ela foi resultado da parceria de Milton Nascimento e Fernando Brant, e abriu o primeiro disco de Milton, lançado em 1967. No mesmo ano, sem que o cantor soubesse, a música foi inscrita pelo amigo Agostinho dos Santos no II Festival Internacional da Canção, realizado pela TV Globo, e conseguiu o segundo lugar, na final, no Maracanãzinho lotado, no dia 22 de outubro.  Milton ainda cantou “Morro Velho” nesse festival. Este é o início de uma trajetória de sucesso de Milton Nascimento no Brasil e no mundo. Ele e Fernando Brant têm juntos aproximadamente outras 150 músicas. O Festival Internacional da Canção teve início em 1966, à época transmitido pela TV Rio, passando a ser realizado pela Globo no ano seguinte, e teve sete edições, acabando no ano de 1972. Ele tinha duas fases, a nacional e a internacional, sendo que nesta o Brasil era representada pela vencedora da nacional. Eu me lembro de ter ido assistir ao show do Milton Nascimento no Maracanãzinho em janeiro de 1987, com uma namorada que tinha à época, ano em que foram comemorados os 20 anos de “Travessia”, muito legal! Ficamos bem de frente ao palco. Assista ao vídeo com a música. fr

"Travessia" (Milton Nascimento e Fernando Brant)


Melodia: Milton Nascimento - Letra: Fernando Brant

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

"O perfume", Patrick Süskind

“O perfume”
, Patrick Süskind, tradução de Flavio R. Kothe; Rio de Janeiro, editora Record, s/ano, 255 páginas (Coleção Mestres da Literatura Contemporânea, vol. 7).
        Mais um livro da coleção que eu terminei de ler. O autor é alemão, e o livro foi lançado em 1985. A história se passa na França, no século 18. Jean-Baptiste Grenouille nasceu no dia 17 de julho de 1738, “no lugar mais fedorento de todo o reino”, uma feira, onde antes existiu um cemitério. Mais exatamente em uma peixaria, onde a jovem mãe trabalhava.
        Os quatro filhos que a mãe de Grenouille tivera antes, no mesmo local, tinham nascido mortos ou semimortos, e foram recolhidos junto aos restos de peixes. Grenouille, no entanto, sobreviveu, sendo salvo, e a mãe foi condenada por múltiplo infanticídio, sendo decapitada em praça pública.
       A criança nasceu com uma característica rara, ela não tinha nenhum cheiro próprio, o que despertava medo nas amas contratadas pelo governo para cuidar dela. À época, “Paris produzia mais de dez mil enjeitados por ano, bastardos e órfãos”. A cidade era a mais populosa do mundo. O menino tinha, ainda, a capacidade de sentir os mais diferentes odores, e identificá-los a longas distâncias, nunca mais se esquecendo deles, em uma espécie de arquivo olfativo. Menos o seu próprio.
        Grenouille cresceu como um sobrevivente, sem receber e dar amor; comendo e bebendo os piores alimentos, mesmo estragados; e resistindo a doenças e acidentes. Carregou, por conta disso, feridas, cicatrizes e um pé “meio aleijado”, que o fazia capengar. “Era duro como uma bactéria resistente e autossuficiente como um carrapato colado numa árvore, que vive de uma gotinha de sangue sugada no ano passado”.
        Tornou-se uma pessoa fechada, que mal conseguia falar, sem amigos e sempre tratado como um inferior. Mas tinha a incomum capacidade de localizar coisas e pessoas, mesmo a grandes distâncias; ele as farejava. Grenouille tinha o objetivo de conhecer todos os odores existentes, bons ou ruins, não fazia distinção.
        No dia em que Paris comemorava mais um ano da coroação do rei, Grenouille conseguiu distinguir um aroma especial, a quase dois quilômetros de onde estava, e o farejou até encontrá-lo. Ele vinha de uma adolescente em uma casa. “Centenas de milhares de odores pareciam não ter mais nenhum valor diante desse único aroma. Este um era o supremo princípio, de acordo com que os demais tinham de se ordenar. Era a pura beleza, beleza pura. Para Grenouille era certo que, sem a posse desse aroma, a sua vida não teria mais sentido.” A jovem foi a sua primeira vítima. Ele a matou e coletou a sua flagrância.
        Em sua busca pelos aromas mais raros, conheceu o mundo dos perfumes, e o ofício de criar odores utilizando as matérias-primas e técnicas próprias, mesmo não precisando delas, já que usava os seus instintos naturais. Passou a trabalhar com um perfumista famoso, mas decadente, criando os melhores perfumes da Europa durante os três anos em que trabalhou para ele.
        Depois, manteve-se recluso durante sete anos em uma montanha localizada em Auvergne, região central do país, distante de tudo. Grenouille odiava as pessoas. Quando resolveu deixar o local, foi para Montpellier, ao sul da França, onde despertou a curiosidade científica de um marquês, que se propôs a recuperar sua condição humana. A aparência física e o estado em que Grenouille estava após sete anos longe das pessoas fizeram-no parecer um homem das cavernas.
        Ele conseguiu acesso ao local de trabalho do principal perfumista da cidade, onde conseguiu desenvolver um odor humano básico, que usava quando desejava ser notado. Sem ele, as pessoas mal percebiam a sua presença, mas ao usá-lo as pessoas até interagiam com ele, sem demonstrar qualquer tipo de repugnância, como de costume. Grenouille desenvolveu, ainda, um outro perfume, capaz de fazer com que todos o amassem. Assim, ganhou autoconfiança.
        Deixou Montpellier e partiu para Grasse, considerada a metrópole da produção e comercialização de substâncias aromáticas, onde procurou aprimorar ainda mais os seus conhecimentos. Passou a criar diferentes perfumes para diferentes situações: quando desejasse ser rapidamente atendido, quando precisasse despertar compaixão das pessoas, quando quisesse afastá-las e muitas outras. Grenouille iniciou experiências com animais, depois com seres humanos.
        “A fragrância das pessoas em si era, para ele, indiferente. Tratava-se de uma fragrância que ele podia imitar suficientemente bem com substitutos. O que ambicionava era a fragrância de certas pessoas: daquelas, extremamente raras, que inspiram amor. Essas eram as suas vítimas.”
        Obcecado, chegou a matar mais 25 moças, todas muito novas, mas já crescidas, e virgens, para criar perfumes “de gente”. As mortes apavoraram a população da cidade. Grenouille foi preso e condenado à morte, mas, usando o seu perfume especial, conseguiu fazer com que todos sentissem compaixão por ele e o seu processo foi arquivado, e outra pessoa foi presa em seu lugar e executada. Partiu de volta para Paris.
        “Caso quisesse, poderia em Paris deixar-se festejar não só por dez mil, mas por centenas de milhares; ou ir passar em Versalhes para que o rei lhe beijasse os pés; escrever uma carta perfumada ao papa e revelar-se como o novo Messias; em Notre-Dame, diante de reis e imperadores, deixar-se ungir como supremo monarca, sim, até mesmo como Deus sobre a terra – caso alguém ainda se deixasse ungir como Deus...”
        Apesar de todo esse poder, em Paris dirigiu-se à rua do cemitério, à meia-noite, quando somente as piores pessoas estavam na rua: “ladrões, assassinos, esfaqueadores, prostitutas, desertores, jovens desesperados”. E, cansado de sua existência, resolveu usar todo o conteúdo do frasco, quando bastava uma gota para obter o resultado desejado. O exagero provocou nas pessoas uma paixão tão descontrolada que todos desejaram ter um pedaço daquele ser tão carismático e especial.
        “Arrancaram-lhe as roupas, os cabelos, a pele do corpo, estraçalharam-no, enfiaram as suas unhas e os seus dentes em sua carne, caíram sobre ele como hienas.” Grenouille foi literalmente devorado por aquelas pessoas, que não conseguiram controlar o seu amor por ele. Fica o registro da minha leitura. fr 

domingo, 8 de agosto de 2021

Brasil termina em 12º lugar na sua melhor colocação na história das Olimpíadas

          As Olimpíadas de Tóquio terminaram hoje, e o Brasil conseguiu a sua melhor participação em toda a história dos Jogos Olímpicos, com 21 medalhas, ficando na 12ª colocação. Poderia ser mais, caso alguns dos favoritismos brasileiros tivessem se confirmado, como o vôlei masculino, que não levou nenhuma medalha, e o feminino, que tinha tudo para ser medalha de ouro, mas acabou com a prata. E o Brasil tem potencial para conseguir resultados ainda melhores, o que falta é massificação dos esportes no país.
          Eu cito o exemplo do handebol. Todo brasileiro, homem e mulher, pratica esse esporte durante o ensino fundamental, é uma modalidade sem grandes custos e pode despertar muito interesse nacional, caso seja tratado com mais profissionalismo, como aconteceu com o vôlei nas últimas décadas. O Brasil foi o país melhor classificado em toda a América Latina. Cuba, por mais que sofra com os problemas econômicos e o bloqueio dos Estados Unidos, ainda conseguiu ficar em 14º lugar, longe das Olimpíadas passadas, mas ainda assim uma boa colocação.
          De acordo com o que eu li na imprensa, 220 países participaram da Olimpíada de Tóquio, e 113 não conseguiram conquistar nenhuma medalha. Veja o quadro com os 20 primeiros colocados, levando em consideração que a classificação é determinada pela cor da medalha, não o total delas. Em primeiro lugar os países com mais medalhas de ouro, depois prata e, em seguida, bronze. Até a próxima, em Paris, no ano de 2024. fr

sábado, 7 de agosto de 2021

Brasil derrota a Espanha e conquista o bicampeonato olímpico em Tóquio

       O Brasil venceu, hoje, a Espanha, por 2x1, na prorrogação e conquistou o BICAMPEONATO OLÍMPICO. É mais uma medalha de ouro. A seleção brasileira jogou melhor, e podia ter vencido no tempo normal, mas não aproveitou as oportunidades. A maior delas, ainda aos 38 minutos do primeiro tempo, foi um pênalti cometido pelo goleiro espanhol em cima de Matheus Cunha e que o VAR auxiliou o árbitro para que o marcasse. Richarlison cobrou muito mal e isolou por cima do travessão; a bola deve ter acertado o nariz do Godzilla, lá no mar japonês.
        Felizmente, a seleção não se abalou e o gol acabou saindo aos 46 minutos, em uma jogada em que Daniel Alves impediu a saída da bola, cruzando para a área, e Matheus Cunha aproveitou muito bem. Mas a Espanha empatou o jogo aos 16 minutos do segundo tempo, levando o jogo para a prorrogação. Aos dois minutos do segundo tempo, Malcon venceu na velocidade o marcador espanhol e colocou a bola no fundo das redes, na saída do goleiro, fazendo o gol do título, o gol da medalha de ouro, o gol do bicampeonato olímpico. A primeira medalha de ouro do Brasil foi na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Agora, são cinco Mundiais e duas Olimpíadas, e que venham mais! fr 

Brasil 2x1 Espanha (ficha técnica)

FICHA TÉCNICA:
BRASIL 2 X 1 ESPANHA
Local: Yokohama Internacional, em Yokohama (JAP)
Data: 7 de agosto de 2021, sábado
Horário: 8h30 (de Brasília)
Árbitro: Chris Beath (AUS)
Assistentes: Anton Shchetinin (AUS) e George Lakrindis (AUS)
VAR: Abdulla Al-Marri (QAT)
Gols:
Brasil: Matheus Cunha (46 minutos do primeiro tempo) e Malcom (dois minutos do segundo tempo da prorrogação; Espanha: Oyarzabal (16 minutos do segundo tempo)
Cartões amarelos: Guilherme Arana, Richarlison, Matheus Cunha, Douglas Luiz (Brasil); Eric Garcia, Bryan Gil (Espanha)
BRASIL: Santos; Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães, Claudinho (Reinier) e Antony (Gabriel Menino); Matheus Cunha (Malcom) e Richarlison (Paulinho)
Técnico: André Jardine
ESPANHA: Unai Simón; Oscar Gil (Vallejo), Eric Garcia, Pau Torres e Cucurella (Miranda); Zubimendi (Mocanyola), Merino (Soler) e Pedri; Olmo, Oyarzabal (Rafa Mir) e Asensio (Bryan Gil)
Técnico: Luis de La Fuente
Crédito: Terra.

Brasil perde para a Argentina e fica fora do pódio do vôlei masculino pela primeira vez desde 2000

O Brasil não está entre os três primeiros colocados na Olimpíada de Tóquio, perdeu para a Argentina na disputa da medalha de bronze hoje, por 3x2 (25-23, 20-25, 20-25, 25-17 e 15-13). É a primeira vez que o Brasil termina uma Olimpíada sem uma medalha, desde os Jogos de Sydney, na Austrália, em 2000, quando ficamos em sexto lugar. Em Olimpíadas, o Brasil já conquistou três medalhas de ouro (Barcelona,1992; Atenas, 2004 e Rio de Janeiro, 2016) e três de prata (1984, Los Angeles; Pequim, 2008 e Londres, 2012), e sempre é apontado como um dos favoritos. É uma frustração. E é a segunda derrota em disputa de medalha de bronze para a Argentina, que já nos tinha vencido em Seul, na Coreia do Sul, em 1988. A mesma Argentina que o Brasil venceu por 3x2 na segunda rodada da fase de grupos desta Olimpíada. E a Mesma Argentina que o Brasil derrota em todos os Sul-americanos, competição em que o Brasil é campeão 27 vezes consecutivas, desde 1967. Agora, é buscar dar a volta por cima e o Brasil se preparar para as próximas competições. E torcer pelas mulheres na disputa da medalha de ouro no vôlei feminino, na madrugada de domingo, contra os Estados Unidos.fr

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Cachorro toca sempre a campainha para entrar em casa 😄😄😄

Os moradores de uma casa em Alto Taquari, a 509 quilômetros de Cuiabá, no estado do Mato Grosso, estavam sem entender quem ficava tocando a campainha quase todos os dias, e quando iam atender não tinha nenhuma pessoa à porta. Somente descobriram quando viram imagens gravadas por vizinhos, que estão circulando nas redes sociais desde o mês passado. Quem tocava a campainha era o Faísca, um cachorro da raça Foxhound americano, de seis anos. Segundo os moradores, eles nunca adestraram o cachorro, mas ele chegou a ser roubado quando mais novo, e ficou seis meses longe. Que coisa! fr