SEJA ÉTICO

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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Brasileira é morta em atentado terrorista na França

      Muito triste, mais um atentado ocorrido ontem, na França. Um jovem tunisiano atingiu com uma faca várias pessoas dentro da Basílica de Notre-Dame, na cidade de Nice, gritando em árabe “Alá é grande”. Entre as vítimas fatais estavam um sacristão; uma senhora de 70 anos, que teria sido decapitada; e uma brasileira. O assassino foi ferido a tiros pela polícia e levado para um hospital. 
      A brasileira é Simone Barreto, de 44 anos, há 30 vivendo na França, como cuidadora de idosos. Ela tem três filhos, a mais nova teria apenas seis anos, e três irmãs vivendo em Nice. Baiana, Simone e as irmãs foram bailarinas de samba. Mesmo ferida, ela conseguiu fugir da igreja e pedir ajuda em um restaurante próximo, avisando o que estava acontecendo e possibilitando a chamada da polícia. Mas, não resistiu aos ferimentos e morreu. 
       Lamentável! Fico pensando, uma brasileira que sai do seu país em busca de uma vida melhor, com mais segurança, e acaba morrendo tragicamente na França. Muito triste! Meus pêsames à sua família! fr

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Botafogo tropeça nos seus erros e perde em casa para o Cuiabá

           Inacreditável! No jogo de ida pelas oitavas da Copa do Brasil, ontem, no Estádio Nilton Santos, o Botafogo perdeu por 1x0 para o Cuiabá. Eu assisti o jogo até os 15 minutos do segundo tempo, depois não aguentei mais. Um jogo fraco, o Botafogo tentando sem competência fazer o seu gol, e o Cuiabá querendo garantir o empate. Mas acabou que, por uma falha do japonês Honda, aos 9 minutos do segundo tempo, o Cuiabá fez o seu gol e vai decidir a vaga em casa na próxima terça-feira, dia 3 de novembro, com a vantagem do empate. 
          O Honda deu um passe a la Toninho Cerezzo para o adversário, Matheus Barbosa, que chutou de próximo da entrada da grande área e fez o gol. O Cuiabá estava sem poder contar com sete jogadores, que não puderam jogar porque já tinham disputado a competição por outros clubes, e outros quatro sem condições físicas. O treinador do Botafogo, Bruno Lazaroni, filho do ex-treinador da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1990, foi dispensado, e volta a ser auxiliar. Terça-feira tem mais sofrimento! fr

Botafogo 0x1 Cuiabá (ficha técnica)

Ficha técnica (Lance!)

BOTAFOGO 0 x 1 CUIABÁ
Data/Hora: 27/10/2020, às 21h30
Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Gilberto Rodrigues Castro Junior (PE)
Assistentes: Clóvis Amaral da Silva (PE) e Ricardo Bezerra Chianca (PE)
Árbitro de vídeo: Caio Max Augusto Vieira (RN)
Gramado: Regular
Cartões amarelos: Marcelo Benevenuto (BOT); Lucas Ramon, Maxwell e Ferrugem (CUI)
Cartões vermelhos:
Gols: Matheus Barbosa (0-1, 10'/2ºT)
BOTAFOGO: Diego Cavalieri; Kevin, Marcelo Benevenuto, Kanu, Victor Luís; Caio Alexandre, Cícero (Lecaros 15'/2ºT), Keisuke Honda; Bruno Nazário (Kelvin 36'/2ºT), Pedro Raul, Rhuan (Matheus Babi 20'/2ºT). Técnico: Bruno Lazaroni.
CUIABÁ: João Carlos; Lucas Ramon, Ednei, Anderson Conceição, Lucas Hernández; Nenê Bonilha (Gabriel Pierini 25'/2ºT), Matheus Barbosa; Hayner (Jean Patrick 38'/2ºT), Élvis (Diego Jardel 38'/2ºT), Maxwell (Ferrugem 38'2ºT); Willians Santana (Yago César 20'/2ºT). Técnico: Marcelo Chamusca.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso provoca pânico e mortes

          Mais uma tragédia que ocorre no Rio de Janeiro e que poderia ter sido evitada. Hoje, um incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso obrigou a remoção às pressas de cerca de 200 pacientes. Até o momento, infelizmente, foram registradas as mortes de duas pacientes internadas no CTI (Centro de Terapia Intensiva). De acordo com informações iniciais, o fogo teve origem devido a um curto-circuito na casa de máquinas. 
          Como costuma acontecer, depois da tragédia a imprensa noticia várias situações que já se arrastavam ao longo do tempo. O Ministério da Saúde tinha conhecimento de vários problemas relacionados à estrutura dos prédios, inclusive quanto à sua rede elétrica. Em abril do ano passado, o Ministério solicitou uma vistoria por parte de uma equipe de engenheiros, que resultou em um relatório relacionando as deficiências. 
          Em setembro de 2019, a Defensoria Pública da União cobrou providências da direção do hospital e requereu ao Corpo de Bombeiros que fizesse uma vistoria no local. Ou seja, o poder público tinha conhecimento, mas não cumpriu a sua obrigação. Essas mortes, e outras que possam vir a ocorrer mais à frente por conta do incêndio de hoje, deveriam ter sido evitadas! fr

São Bento joga com goleiro no ataque por falta de reservas

       
        O jogo entre o São Bento e o Criciúma, ontem pela 12ª rodada da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro, no Estádio Walter Ribeiro, em Sorocaba, foi marcado por um acontecimento inusitado. O time do São Bento estava com apenas 12 jogadores, os 11 em campo e somente um reserva, e ainda por cima ele era um goleiro. Foram 15 jogadores afastados por estarem infectados pela coronavírus. Aos 38 minutos do segundo tempo, o goleiro reserva, Lucas Macanhan, precisou entrar em campo, no lugar do meia-atacante Coutinho. 
          O São Bento tentou adiar o jogo, mas a CBF não aceitou, justificando que o clube tem 38 jogadores inscritos na competição e 13 aptos para jogar, quantidade mínima de acordo com o seu regulamento. Além disso, segundo a entidade, o São Bento ainda poderia recorrer a jogadores da base. O jogo terminou empatado em 0x0, e o São Bento está em 9º lugar, penúltima colocação do grupo B da Terceira Divisão. Que coisa! fr

domingo, 25 de outubro de 2020

"Timeless"

          Assisti à série ‘Timeless’ através da plataforma da TV por assinatura que eu assino. O seu atrativo principal, para quem gosta de História, é o tema, viagem no tempo, o mesmo de uma série clássica da década de 1960, “O túnel do tempo”. Esta teve somente uma temporada, com 30 episódios, a ‘Timeless’ não foi muito diferente, teve duas temporadas curtas, a primeira com 16 episódios e a última com 12. 
          Os criadores de ‘Timeless’ são Eric Kripke e Shawn Ryan, e, de acordo com a imprensa, a NBC cancelou a série duas vezes. A primeira foi em 2017, retornando no ano seguinte devido aos fortes pedidos pelas redes sociais das pessoas que a acompanhavam nos Estados Unidos. Mas, os índices de audiência não foram satisfatórios e a série foi finalizada em 2018. Eu maratonei ‘Timeless’, e já estou assistindo mais uma vez ‘O túnel do tempo’, mais à frente vou comentar no meu blog sobre está série clássica. 
          Em ‘Timeless’, a empresa de Connor Mason (Malcolm Barrett) constrói secretamente uma máquina que possibilita viajar pelo tempo. Garcia Flynn (Goran Višnjić), ex-agente da Agência de Segurança dos Estados Unidos, invade e sequestra um dos dois protótipos da máquina do tempo, e o seu principal programador. 
          O seu objetivo era mudar a História, a fim de acabar com uma poderosa organização, chamada de Rittenhouse, que espalha os seus agentes por diferentes momentos históricos. Sua família foi assassinada por ela. Eu fiquei curioso para saber como ele conseguiu uma equipe para trabalhar com ele em algo tão perigoso. 
          Os seus capangas praticamente não abriam a boca, qual podia ser a motivação deles? Ajudar Garcia em sua luta pessoal para acabar com a Rittenhouse, após sua família ser morta? Valia morrer por isso? Claro, faz parte do show, só quis descontrair um pouco. 😊😊

                
      Para recuperar a máquina do tempo, a agente Denise Christopher (Sakina Jaffrey) convocou o sargento do Exército Wyatt (Matt Lanter), que se culpava pela morte de sua esposa; e a professora de História Lucy Preston (Abigail Spencer). A cada episódio, Wyatt, Lucy e o piloto Rufus Carlin (Malcolm Barrett) perseguiam Garcia por diferentes épocas históricas, tentando impedir que ele alterasse a História. 
         Ao longo das duas temporadas, ocorreram mudanças nos perfis de alguns personagens, que passaram de bons para vilões, e vice-versa. Por exemplo, no início, Garcia era visto como um terrorista, que desejava atingir os Estados Unidos, mas, depois, ele passou a trabalhar com a agente Denise. 
          Ao contrário de ‘O túnel do tempo’, em que a História não poderia ser alterada pelos dois viajantes, em ‘Timeless’, a mudança de um acontecimento podia afetar toda a linha de tempo. A irmã de Lucy simplesmente deixou de existir por conta disso, após uma das viagens no tempo. Em ‘Timeless’, todas as viagens foram ao passado, enquanto em ‘O túnel do tempo’ houve aventuras no futuro. 
          Outra comparação que eu faço entre essas duas séries é quanto aos personagens de ‘Timeless’, muito mais diversificados: há pretos e mais mulheres em destaque. Legal! E em ‘Timeless’, os períodos de tempo são escolhidos pelos viajantes, ao contrário da série clássica, em que os dois cientistas eram enviados aleatoriamente a diferentes épocas. 
          O último episódio de ‘Timeless’ mostrou os “finais” dos personagens, fechando a série, não vou contar para não estragar a surpresa de quem deseja assistir. Os produtores e atores ainda anunciaram que existia uma possibilidade que viesse a ser produzido um filme de uma estória com início, meio e fim, mas até hoje isto não se confirmou. 
          Eu gosto de filmes e séries com essa temática, mas já adianto que ainda prefiro ‘O túnel do tempo’, mesmo com os efeitos especiais da década de 1960, muito mais simples e menos elaborados.  fr

sábado, 24 de outubro de 2020

Frases: Simone de Beauvoir

“O opressor não seria tão forte, se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos.”

 SIMONE DE BEAUVOIR

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O dia em que morri (Zuenir Ventura)

O dia em que morri 
Boato mata cronista, mas ele não espera o terceiro dia para ressuscitar 
Zuenir Ventura 

        O presidente da República tinha acabado de discursar quando recebi a notícia de minha morte. Eu estava na cerimônia de inauguração do Instituto Moreira Salles e vi Marcos Sá Corrêa vindo em minha direção com o cabelo molhado de quem saiu do banho às pressas e a cara de quem estava vendo fantasma. De fato, eram as duas coisas. Viera correndo de casa, ali perto, para me avisar que infelizmente eu tinha morrido. Acho que cheguei a esboçar um ar compungido ao ouvir o relato e devo ter dito que o falecido era um cara legal. 
     O boato fora divulgado na Internet, on-line, pela Agência Estado, que se baseara no telefonema que um repórter deu para um antigo número meu: 267-0415. Quem atendeu disse que eu morrera num desastre de carro na Lagoa. O próprio repórter me contou depois: “a mulher deve ser uma louca, porque me atendeu chorando, dando detalhes de sua morte e dizendo que trabalhava com a família há 14 anos; ‘coitada da Mary, dos filhos’, chegou a dizer”. 
      O equívoco correu redações, chamou de volta quem já estava em casa, ameaçou desarrumar páginas prontas, congestionou linhas telefônicas e chocou amigos e parentes. Meu filho, por exemplo, que custou a ser localizado, conviveu com o boato como se ele fosse verdade por mais de uma hora. Por ser irresponsável, a tal maluca do telefone com certeza não consegue imaginar o que uma brincadeira dessas pode causar. 
        Lá pelas 9 horas da noite – eu tinha morrido às 16 – a imprensa descobriu que eu estava no IMS e não no IML. Do lado de fora, dezenas de repórteres e fotógrafos aguardavam atrás de um cordão de isolamento a saída do presidente. Veio então uma ordem das redações para que falassem comigo; não valia mais versão, eu tinha que ser ouvido ao vivo, se é que a expressão se aplicava ainda a mim. 
       Naquele momento, eu era mais importante do que o presidente, o governador, o prefeito e quem mais estivesse lá dentro. Afinal, não é todo dia que se vê alguém morrer e ressuscitar em cinco horas. O recorde era três dias, mas fora batido há muito tempo. 
        Lá fora os colegas apontavam suas armas para mim: microfones, gravadores, câmeras, canetas. Nunca tinha me sentido desse lado e aprendi o que é ficar na frente daquilo que a gente mesmo chama de “batalhão de jornalistas”. Era uma entrevista coletiva inédita, de um ex-morto. Quando me perguntaram como é que eu estava me sentindo, quase respondi: “estava melhor no Além”. 
        Já de madrugada abri o computador e via descrição de minha morte; era tão precisa que não tive dúvida, devia ser verdade. Uma agência séria não colocaria no ar um boato desses. Seria muita irresponsabilidade. Uma falsa notícia de morte pode ter consequências desastrosas. Além do mais, o morto era figurinha fácil na cidade, de apuração rápida. Se a Agência resolvesse esperar um pouco, os repórteres conseguiriam desfazer o boato, como aliás desfizeram logo depois, só que aí eu já estava morto. Será que notícia em tempo real é isso, primeiro divulga e depois apura? 
        Não pode ser. A hipótese mais provável era a de que eu estava mesmo morto. Se um vivo é capaz de se imaginar morto, um morto pode muito bem se imaginar vivo lendo a notícia da própria morte. Era o que eu fazia ali agora. Com material parecido, um outro defunto, o machadiano Brás Cubas, esse, genial, escreveu uma obra-prima. Com a ajuda do vinho que havia tomado para comemorar, passei a acreditar no que estava lendo. Leiam o que li: 
        “Morre o escritor Zuenir Ventura 
        Rio de Janeiro – A empregada do jornalista Zuenir Ventura, Maria Antônia, afirmou agora à noite que ele morreu hoje, após sofrer um acidente na Lagoa, na zona sul do Rio de Janeiro, por volta do meio-dia. Segundo a empregada, que há 14 anos trabalha com a família, Zuenir, autor de ‘1968 – o ano que não terminou’, ‘Cidade Partida’ e ‘Inveja’ faleceu às 16 horas. Ele era colunista do jornal ‘O Globo’, e sua última coluna vai ser publicada amanhã."
        Colegas dizem que nos Estados Unidos isso daria processo e indenização. No Brasil não deu nem pedido oficial de desculpas da Agência, muito menos flores para o enterro, sequer uns cravos de defunto. (O Globo, 9/10/1999)

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Dica de filme: "O exterminador do futuro" (1984)

O EXTERMINADOR DO FUTURO (“The terminator”) 
EUA, Ficção Científica, Ação, 1984 
Direção: James Cameron 
Com: Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton, Michael Biehn, Michael Biehn 
Este é o meu filme de ficção preferido. O filme é de 1984, e mostra o mundo devastado no futuro, em que as máquinas dominam o planeta. A Skynet, uma ultra moderna rede de defesa desenvolvida anos antes, assumiu o controle do funcionamento de todos os serviços desenvolvidos por computadores, através da inteligência artificial. Os seres humanos passam a ser desnecessários, e encarados como uma ameaça. Os mísseis nucleares são disparados, não se sabe por qual potência, causando a morte de metade da população mundial. Os sobreviventes organizaram-se em uma resistência, liderada por John Connor. No ano de 2029 (já não está tão distante assim!), a Skynet envia ao ano de 1984, em Los Angeles, um ciborgue (Arnold Schwarzenegger), ou seja, uma máquina revestida por partes humanas, como pele e sangue. A sua missão era localizar e eliminar Sarah Connor (Linda Hamilton), a mulher que viria a dar à luz àquele que anos mais tarde seria o líder da resistência contra as máquinas, John Connor. Ele, porém, para proteger a mãe, também consegue enviar um humano da resistência, Kyle Reese (Michael Biehn). O enredo é muito bom, eu já assisti ao filme várias vezes, tenho até uma fita em DVD, e tem uma cena que eu considero fantástica! É a cena dentro de uma boate. Depois que a imprensa passou a noticiar o assassinato de duas mulheres com o nome Sarah Connors, ela entra em uma boate, para se esconder de Reese, que ela acreditava ser o assassino em série. Em seguida, o exterminador invade o local para matá-la.  Muito show! A este filme se seguiram outros SEIS, dando continuação ao tema, mas, sem dúvida, ainda considero o primeiro o melhor, mesmo os efeitos especiais dos posteriores serem muito mais avançados. fr

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Antigas cédulas brasileiras e as personalidades homenageadas

Desde 1994, com a implantação do real, o Brasil só tem cédulas em que aparece a imagem simbólica da República no anverso e de animais da fauna brasileira no reverso. Mas, durante as décadas anteriores, eu me lembro das cédulas que tivemos que antecederam o real, e elas tinham no anverso os rostos de figuras históricas e da cultura nacional. Eu ainda tenho algumas que eu guardei (foto abaixo).

A única exceção do real foi a nota de 10 reais em plástico, lançada em 2000, ano da comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil. A cédula teve a figura de Pedro Álvares Cabral. Eu vou postar aqui as cédulas a partir da década de 1970 (cruzeiro, cruzado, cruzado novo, novamente o cruzeiro e cruzeiro real). São cédulas das quais eu me lembro porque eu peguei esses períodos.

Nessa época, o Brasil passou por diferentes moedas, que iam e vinham, derrotadas pela hiperinflação. Com a mudança de moeda, as antigas cédulas recebiam um ‘carimbo’ impresso, atualizando o seu valor, e cortando os três últimos zeros. Por exemplo, a nota de dez mil cruzeiros passou a ser dez cruzados, em 1986. 

         Alguns dos homenageados nas cédulas são bem polêmicos. Em 1994, entrou em vigor a nova moeda, o real. Hoje, se o Brasil fosse voltar a usar imagens de figuras de brasileiros, acredito que seria bem difícil chegar a um consenso de quem poderia estampar as nossas notas de real. Quem poderia merecer essa homenagem, sem receber críticas de grande parcela do país? Com certeza, poucos. fr

1. Cruzeiro (1970 a 1986)




2. Cruzeiro (1981 a 1986)




3. Cruzado (1986 a 1989)


4. Cruzado Novo (1989 a 1990)


5. Cruzeiro (1990 a 1993)

6. Cruzeiros Reais (1993 a 1994)

7. Real (Pedro Álvares Cabral) 2000

sábado, 17 de outubro de 2020

Sede do TCM era residência de Machado de Assis

Passando pela Rua Santa Luzia, no Centro do Rio de Janeiro, uma discreta placa na parede do Tribunal de Contas do Município me chamou a atenção. Nela, é informado que o escritor Machado de Assis e sua esposa, Carolina Augusta Novais, viveram naquele local, no antigo número 54, de 1871 a 1874. Com certeza, naquela época o casal viveu em uma casa, que, com o crescimento da cidade, foi demolida. Hoje, o local é um prédio de 12 andares, e é a sede do Tribunal de Contas, desde 1990.  fr

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

A antiga Praia de Santa Luzia é, hoje, um mar de concreto, prédios e carros

Na foto abaixo, eu estou em plena Avenida Antônio Carlos, no Centro do Rio de Janeiro, com a Igreja de Santa Luzia ao fundo. Eu estou pisando o que era, há mais de cem anos, a chamada praia de Santa Luzia. A outra foto, preto e branco, eu encontrei na internet, e é de 1917, mas, infelizmente, não é informado o seu fotógrafo. A praia de Santa Luzia começou a ser aterrada em 1922, com a derrubada do Morro do Castelo. Hoje, é um ‘mar’ de concreto, prédios e carros. Na reprodução do Google Maps, pode-se ter uma noção da distância atual da igreja até a água da Baía Guanabara; muita coisa foi aterrada. fr

 

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Brasil vence a segunda nas eliminatórias para o Mundial do Catar

O Brasil venceu o Peru por 4x2 em seu segundo jogo nas eliminatórias para o Mundial de 2022, ontem, no Estádio Nacional de Lima. Neymar fez três gols, sendo dois de pênalti, e ultrapassou Ronaldo na lista dos maiores artilheiros pela seleção. Agora, ele está em segundo lugar, com 64 gols marcados em jogos oficiais, atrás somente de Pelé, com 77 gols. O próximo compromisso da seleção brasileira será no dia 17 de novembro, contra o Uruguai, fora de casa. fr
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Ficha técnica (fonte: UOL):
PERU 2 x 4 BRASIL
Competição: Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar, 2ª rodada
Local: estádio Nacional de Lima, no Peru Data/Hora: 13 de outubro de 2020 (terça-feira), às 21h
Árbitro: Julio Bascuñan (CHI) Assistentes: Jose Retamal e Raul Orellana (ambos do Chile) VAR: Piero Maza (CHI)
Cartões amarelos: Renato Tapia, Christofer Gonzáles (Peru)
Cartão vermelho: Zambrano (Peru)
GOLS: Carrillo, aos 5/1ºT (1-0), Neymar, aos 27/1ºT (1-1), Renato Tapia, aos 13/2ºT (2-1), Richarlison, aos 19/2ºT (2-2), Neymar, aos 37/2ºT (2-3), Neymar, aos 48/2ºT (2-4).
PERU: Pedro Gallese; Advincula, Zambrano, Luis Abram e Trauco; Renato Tapia (Cueva), Pedro Aquino, e Yotún; Christofer Gonzáles (Miguel Araujo), Carrillo e Farfán (Andy Polo). Técnico: Ricardo Gareca.
BRASIL: Weverton; Danilo, Marquinhos (Rodrigo Caio), Thiago Silva e Renan Lodi (Alex Telles); Casemiro e Douglas Luiz; Richarlison, Philippe Coutinho (Everton Ribeiro) e Neymar; Roberto Firmino (Éverton Cebolinha). Técnico: Tite.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Dica de livro: "Senhora"

"Senhora", José de Alencar, São Paulo, editora Klick, 1997, 194 páginas (Coleção Livros O Globo, vol. 4).

          Eu finalizei a leitura de mais um livro de José de Alencar: “Senhora”, publicado pela primeira vez em 1875, sob o pseudônimo G.M. Segundo os estudiosos, ele faz parte dos seus romances ‘urbanos’, em que a história é ambientada no Rio de Janeiro quando era a sede do governo de D. Pedro II, mostrando os costumes da época. E é justamente sobre casamentos arranjados em que se baseiam os acontecimentos de ‘Senhora’. 
         O autor inicia a obra, dirigindo-se ao leitor para informá-lo que estariam lendo uma história real. 
          “A história é verdadeira; e a narração vem de pessoa que recebeu diretamente, e em circunstâncias que ignoro, a confidência dos principais atores deste drama curioso. O suposto autor não passa rigorosamente de editor. É certo que tomando a si o encargo de corrigir a forma e dar-lhe um lavor literário, de algum modo apropria-se não a obra mas o livro.” 
        O livro é narrado em terceira pessoa. Curiosamente, em uma discussão na casa de Aurélia, foi discutido sobre o livro “Diva”, um dos romances de José de Alencar, de 1864. Ao comentário de uma pessoa, que dizia ser a personagem principal “inverossímil”, Aurélia defende o escritor, cujo nome não se revela no texto, fazendo referência velada a si própria: 
          “- E o que há de mais inverossímil que a própria verdade? Retorquiu Aurélia repetindo uma frase célebre. Sei de uma moça... Se alguém escrevesse a sua história, diriam como o senhor: ‘É impossível! Esta mulher nunca existiu’. Entretanto eu a conheci. 
       Mal pensava Aurélia que o autor de Diva teria mais tarde a honra de receber indiretamente suas confidências, e escrever também o romance de sua vida, a que ela fazia alusão.” 
          Eu sempre tive a impressão que “Senhora” seria muito ‘água com açúcar’, ou seja, exageradamente romântico, e, por isso, não me interessava pela sua leitura. Mas, acabei por gostar. A história tem uma visão romântica, claro, mas também mostra uma realidade da sociedade brasileira no século 19, o que interessa a quem, como eu, gosta de História. 
         Para escrever sobre a minha leitura, vou alertar que acabarei por revelar o que acontece no final, então, quem preferir a surpresa, não continue lendo o meu texto. FIGURA Uma jovem de 19 anos, Aurélia Camargo, órfã de pai, apaixona-se por Fernando Rodrigues de Seixas, mais conhecido pelo sobrenome de família. Ele também a ama, e a pede em casamento. Ambos são de famílias modestas. 
         Materialista e mais preocupado com as aparências superficiais da sociedade, ele prefere aceitar o dote de 30 contos de réis oferecido pelo pai de outra moça, Adelaide, e trocou de noiva. Mesmo sabendo que deixaria Aurélia em uma situação difícil e que Adelaide amava outro homem, Torquato Ribeiro; sem boas condições financeiras. Aurélia passou a não se interessar por outro homem, apesar da insistência de sua mãe, em aproximá-la de pretendentes ricos. 
          Tempos depois, Aurélia tornou-se muito rica ao receber uma herança inesperada de seu avô paterno, que, em vida, nunca tinha reconhecido o filho. Com sua ascensão social, ela passou a ser cortejada pelos homens, mais interessados em sua fortuna, comportamento que lhe provocava total desprezo, e fazia com que ela até os diferenciasse pelo seu valor em dote. 
      “Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza; Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão. Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia cotava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial.” 
       E foi essa hipocrisia que lhe fez ter a ideia de ela mesmo “comprar” o seu marido, justamente o antigo noivo que lhe trocou por um dote. Através de um tio e procurador, ofereceu ao pai de Adelaide um dote de 50 contos em nome de Torquato Ribeiro para que o pai o aceitasse como marido de Adelaide. E um dote de cem contos para que Seixas mudasse novamente de noiva, mas sem anunciar o nome da pretendente. 
          Apesar de uma recusa inicial, o rapaz acabou por aceitar casar com uma mulher que não conhecia, tendo em vista ele ter gasto as economias da mãe e da irmã de forma perdulária. Com os vinte contos de adiantamento, repôs o dinheiro da família. Ao descobrir que sua noiva tratava-se justamente de Aurélia, teve a ilusão de que poderiam ser felizes, já que sempre a amou. Mas, ela deixou claro que o casamento era apenas de aparência, um acerto, com recibo e tudo. 
      Seixas teve que se sujeitar a ser um marido apenas no papel, um marido de conveniência, os dois dormindo em quartos separados. Aurélia quis vingar-se da humilhação de ter sido trocada por um dote, e quis ter um marido apenas para as aparências perante a sociedade. Após meses submetendo-se a humilhações constantes, Seixas recebeu uma quantia referente à participação em uma transação feita com um conhecido, anos antes de se casar. 
      Com esse dinheiro e uma diferença que conseguiu vendendo alguns pertences, conseguiu recuperar os vinte contos que já tinha gasto para repor as economias da mãe e irmã. Somado aos 80 contos restantes, que ele não tinha gasto, ele conseguiu devolver, com juros, todo o dote pago pela esposa, e finalizar o contrato que tinham, e a sua união de aparências. 
          Porém, ao ver que Seixas abria mão do dinheiro, e com a certeza que o seu amor era correspondido, Aurélia pediu-lhe perdão e pediu-lhe que a aceitasse como verdadeira esposa. O amor venceu a conveniência do dinheiro. O livro tem uma linguagem rebuscada, erudita para os dias de hoje, mas nada que desanime quem gosta de ler. 
          Sobre a biografia do autor (fonte de referência: Wikipédia): 
          José de Alencar (1829-1877) é cearense, filho de uma relação que provocou escândalo à época. O pai, José Martiniano de Alencar, era padre, e teve 13 filhos com uma prima em primeiro grau, Ana Josefina de Alencar. Seu pai foi também senador e presidente da província do Ceará, e participou com a avó paterna de José de Alencar, Bárbara de Alencar, da Revolução Pernambucana e da Confederação do Equador, movimentos contrários à monarquia portuguesa. 
          A família de José de Alencar mudou-se para a capital, Rio de Janeiro, quando ele tinha onze anos. Em 1850, Alencar formou-se em Direito. Na política, foi deputado provincial no Ceará e ministro da Justiça. Tentou a vaga de senador, em 1869, porém D. Pedro II não o indicou por considerá-lo muito jovem, causando-lhe grande desgosto e fazendo com que ele deixasse a política. 
         Além de escritor, advogado e político, José de Alencar atuou também como jornalista. Patrono da cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), cujo primeiro ocupante foi justamente Machado de Assis, seu admirador. Alencar faleceu em 12 de dezembro de 1877, com apenas 48 anos, vítima de tuberculose, deixando viúva, Georgiana Augusta Cochrane, e seis filhos. fr

sábado, 10 de outubro de 2020

Brasil estreia com goleada nas Eliminatórias para o Mundial de 2022

O Brasil estreou, ontem, em São Paulo, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, goleando a frágil Bolívia por 5x0. O jogo foi uma vitória incontestável e fácil, eu só me lembro de o goleiro brasileiro ter feito uma única defesa mais difícil no jogo. Se a seleção brasileira tivesse caprichado mais, a goleada poderia ter sido bem maior. Os gols: (primeiro tempo) Marquinhos, aos 16 e Firmino, aos 30; (segundo tempo) Firmino, aos 4; Jose Carrasco, contra, aos 21, e Philippe Coutinho, aos 28.

        É, claro, apenas o início, existe um longo caminho para se definir os classificados para o Mundial, mas o Brasil ganhou bem, e isso é importante para dar confiança e tranquilidade para os próximos jogos. O curioso é que a seleção da Bolívia não escalou alguns jogadores para o jogo de ontem, a fim de poupá-los para o próximo compromisso, na terça-feira, em casa, contra a Argentina. Provavelmente, já contavam com a derrota para os brasileiros, acreditando ser mais viável uma vitória sobre os argentinos. O Brasil vai a Lima, enfrentar o Peru, também na terça-feira. fr
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FICHA TÉCNICA
BRASIL 5 x 0 BOLÍVIA
Local: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)
Data: 09 de outubro de 2020
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Leodan González (URU)
Assistentes: Nicolas Taran (URU) e Richard Trinidad (URU)
VAR: Esteban Ostoich (URU)
Cartões amarelos: Thiago Silva (BRA); Carrasco, Campos, Zabala e Cespedes (BOL)
Gols:
BRASIL: Marquinhos (15min 1º Tempo), Firmino (24min do 1º Tempo e 3min do 2º Tempo), Carrasco (20min do 2º Tempo), Philippe Coutinho (27min do 2º Tempo
BRASIL: Weverton; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva (Felipe) e Renan Lodi (Alex Telles); Casemiro, Douglas Luiz e Philippe Coutinho (Everton Ribeiro); Everton Cebolinha (Rodrygo), Neymar e Roberto Firmino (Richarlison)
Técnico: Tite
BOLÍVIA: Lampe; Jesús Sagredo, Carrasco, Valverde e José Sagredo; Bustamante (Franz Gonzales), Wayar (Zabala) e Arabe (Cardozo); Menacho (Campos), Saldias (Cespedes) e Bruno Miranda
Técnico: César Farias (Fonte: Gazeta Esportiva)

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Botafogo volta a vencer no Brasileiro, e acaba com invencibilidade do Palmeiras

        O Botafogo, enfim, conseguiu vencer novamente no Campeonato Brasileiro! Ontem, venceu por 2x1 o Palmeiras no Estádio Nilton Santos, e jogou muito bem. A única vitória até então tinha sido sobre o Atlético Mineiro, atual líder do campeonato, pela quarta rodada, no dia 19 de agosto, ou seja, quase dois meses antes. Com a vitória, acabou com uma invencibilidade do adversário de 20 jogos.

O Fogão teve a inciativa do jogo, e fez dois gols nos primeiros quatro minutos do segundo tempo, com Pedro Raul e Caio Alexandre. O Palmeiras partiu para o ataque desesperado, mas esbarrou em uma defesa sólida. Willian ainda conseguiu diminuir aos 31 minutos, e seis minutos depois ainda sofreu um pênalti discutível, em que o goleiro Diego Cavalieri entrou de sola, mas atingindo a bola. O auxiliar assinalou impedimento, e o lance foi decidido pelo VAR. Willian cobrou e Cavalieri fez uma excelente defesa, garantindo três pontos muito importantes.

Vencendo o Palmeiras, o Botafogo conseguiu sair da zona de rebaixamento e foi para a 15ª colocação. E está embolado com Bahia, Corinthians e Atlético-GO, todos com a mesma pontuação, mas levando vantagem por critérios de desempate. Conseguir vitórias muda bastante a situação na tabela. Do 10º colocado, o Vasco, com 18 pontos, ao 15º existe uma diferença de apenas três pontos. Mas é preciso manter uma regularidade. Não adianta muito vencer os grandes, e perder pontos com os pequenos! fr

Botafogo 2x1 Palmeiras (ficha técnica)

Ficha técnica: 
BOTAFOGO 2 X 1 PALMEIRAS 
Data: 7/10/2020 
Local: Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ) 
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR) 
Auxiliares: Bruno Boschilia (PR) e Sidmar dos Santos Meurer (PR) VAR: Rafael Traci (SC) 
Cartões amarelos: Guilherme Santos, Diego Cavalieri, Warley (BOT); Wesley, Jailson, Marcos Rocha, Lucas Lima (PAL) 
Gols: Pedro Raul, do Botafogo, aos 50 segundos do segundo tempo; Caio Alexandre, do Botafogo, aos 4 minutos do segundo tempo; Willian, do Palmeiras, aos 31 minutos do segundo tempo 
Botafogo: Diego Cavalieri; Kevin, Marcelo Benevenuto, Kanu e Victor Luis; Rafael Foster (Kalou), Caio Alexandre (Sousa) e Honda (Rentería); Rhuan (Guilherme Santos), Matheus Babi e Pedro Raul (Warley). Técnico: Bruno Lazaroni 
Palmeiras: Jailson; Marcos Rocha, Felipe Melo, Luan e Mayke (Gustavo Scarpa); Patrick de Paula (Ramires), Bruno Henrique (Zé Rafael) e Raphael Veiga (Lucas Lima); Wesley, Rony (Gabriel Veron) e Willian. Técnico: Vanderlei Luxemburgo (Fonte: UOL)

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Jogo de Copa América terminou com confusão após gol de Zico

Um jogo da seleção brasileira que eu me lembro até hoje, foi o Brasil x Bolívia pela Copa América de 1979. Foi no dia 16 de agosto, no Estádio do Morumbi, com vitória nossa, por 2x0, gols de Zico e Tita. Mas, o que faz esse jogo ser lembrado foi a agressão idiota do boliviano Vargas, que chutou o Zico quando este corria para comemorar o segundo gol brasileiro, no fim do segundo tempo. Zico correu atrás dele, e formou-se uma confusão dentro do campo, inclusive com a entrada da polícia em campo. Uma agressão covarde, que acabou marcando este jogo. Assista ao vídeo, abaixo; narração de Luciano do Valle. O Brasil jogou com: Leão; Toninho, Amaral, Edinho e Júnior; Baptista, Zico e Zenon (Palinha); Nilton Batata (Tita), Sócrates e Zé Sérgio; com Cláudio Coutinho como treinador. fr

domingo, 4 de outubro de 2020

Anne Frank registrou em seu diário os anos de sobrevivência ao nazismo

        Em setembro, eu assisti a dois filmes baseados no livro “O Diário de Anne Frank”, que mostra os sentimentos da adolescente alemã judia de mesmo nome em seu diário durante o nazismo e a Segunda Guerra Mundial. Os dois têm o mesmo título do livro, em português. Um é estadunidense, de 1959, e em preto e branco, eu já tinha assistido há algum tempo. Outro é bem mais recente, de 2016, e é alemão. Eu registro aqui, no blog, alguns comentários meus sobre os dois. E, claro, indico ambos. Escrever sobre o assunto reforçou o meu desejo de ler o livro. 
        Antes, é importante orientar aqueles que não conhecem a história. Amsterdã, Holanda ocupada pelos nazistas, 1942, para onde Anne Frank, então com 13 anos, e sua família, todos alemães e judeus, foram morar anos antes, devido à crise econômica e ao radicalismo de Hitler na Alemanha. Eles não conseguiram sair da Holanda para fugir da crescente perseguição aos judeus na Europa. Além de Anne, a família era composta pelos pais (Otto e Edith) e a irmã (Margot), poucos anos mais velha.
 

        A irmã de Anne, Margot, foi convocada para um dos campos de trabalhos na Holanda. Desesperado, Otto decidiu se esconder, para não entregar a filha aos nazistas. Ajudados por um casal amigo, Hermine ‘Miep’ Gies e Jan Gies, passaram a morar em um sótão de um imóvel, onde funcionava uma pequena fábrica, atrás de uma porta escondida por uma estante. 
        Mais à frente, eles receberam outra família no local, os Van Pels (ou Van Daan, como anotado no diário), um casal e o filho também adolescente, com o seu gato; e, depois, ainda um outro adulto, o dentista Fritz Pfeffer, descrito no diário pelo pseudônimo Albert Dussell. Todos judeus fugindo da perseguição. O espaço, já reduzido, tornou-se ainda mais apertado, e a comida mais controlada. 
        No dia de seu aniversário de 13 anos, Anne ganhara do pai um livro de autógrafos, que ela passou a usar como diário, anotando acontecimentos e seus comentários. Ela considerava não ter amigas, apenas colegas, e passou a tratar o seu diário como um amigo de verdade, a quem podia falar sobre tudo, e deu a ele o nome de ‘Kitty’. 
        No esconderijo, ela escreveu o que acabou sendo a mais conhecida história de uma família judia durante a Segunda Guerra Mundial. Ela registrava o que acontecia no sótão, que ela chamava de ‘anexo secreto’, e registrava os seus sentimentos e opiniões. As páginas do diário ficaram todas preenchidas, e Anne teve que usar outras folhas avulsas e cadernos que pedia a ‘Miep’. 
        As oito pessoas tiveram que dividir o pequeno espaço, sem poder fazer barulho durante o expediente dos trabalhadores, nem ir à janela, para não serem vistos pelos vizinhos. Tinham que evitar serem vistos ou ouvidos, a fim de não serem denunciados às autoridades. Com o tempo, a convivência entre elas, em situação tão adversa e tensa, demonstrou-se muitas vezes muito difícil. 
      Além da diferença de personalidades, a necessidade de sobrevivência fez surgir conflitos entre elas. Anne Frank era uma adolescente em uma fase de descoberta da sexualidade, de afirmação e contestação, o que também criou atritos entre ela e os adultos. O seu jeito rebelde e sem medo de responder às pessoas incomodava. 
     Foram pouco mais de dois anos escondidos, sobrevivendo dia a dia, e suportando o medo de serem descobertos pela Gestapo e enviados a campos de trabalhos forçados. À época, eram como a maioria conhecia os campos de concentração nazistas. Aquelas pessoas precisaram abrir mão de suas antigas vidas e passaram a ter que conviver em um espaço reduzido, sem privacidade ou conforto, e tendo que dividir o pouco que tinham. 
        Em agosto de 1944, os nazistas invadiram o prédio e levaram Anne e todos os outros. Acredita-se que um dos empregados da fábrica fez a denúncia, após ter ouvido barulhos suspeitos vindo do sótão. Todos foram enviados a campos de concentração, e o único a sobreviver foi Otto Frank. Anne Frank morreu no campo de concentração de Bargen-Belsen, na Alemanha, em fevereiro de 1945, aos 15 anos. 


       O diário foi entregue a seu pai por Hermine ‘Miep’ Gies, que o tinha encontrado e guardado após a prisão de sua família. Otto Frank o publicou em 1947, e, desde então, o livro já foi traduzido para dezenas de idiomas em diversos países. Foi também considerado como patrimônio da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O pai de Anne morreu em 19 de agosto de 1980, aos 91 anos. 
       Anne escreveu em seu diário a intenção de publicá-lo, após a guerra terminar, e de se tornar uma escritora de sucesso. Infelizmente, não conseguiu viver para ver o seu desejo realizado. O diário teve início no dia do seu aniversário, em 12 de junho de 1942, quando ela começou a escrevê-lo, e sua última anotação foi no dia 1º de agosto de 1944, dias antes de sua prisão. 
       A autenticidade do diário chegou a ser contestada, e a acusação era que o pai de Anne Frank teria censurado algumas partes e inserido outras, não escritas pela filha. Houve uma investigação, que acabou por confirmar a sua autenticidade, em 2007. O imóvel onde Anne e os outros se esconderam é, atualmente, um museu, a ‘Casa de Anne Frank’, onde está o original do diário. (Fonte de referência: Wikipédia.)  fr

Dica de filme: "O diário de Anne Frank" (1959)

      The diary of Anne Frank’, filme de 1959, teve direção de George Stevens. O roteiro foi de Frances Goodrich e Albert Hackett,  que fizeram a adaptação de sua peça teatral sobre o tema, de anos antes. O filme é praticamente todo feito no ambiente em que as oito pessoas estavam, e aborda mais as relações entre elas, as brigas e o distanciamento de Anne (Millie Perkins) com a mãe, Edith Frank (Gusti Huber).

O seu pai, Otto Frank (Joseph Schildkraut), é quem contemporiza os desentendimentos e organiza as atividades, como o líder a ser seguido. Anne escreve também sobre a tímida irmã, Margot (Diane Baker), e a sua aproximação ao filho dos Van Daan, a outra família. É com Peter (Richard Beymer), de 16 anos, que ela troca os seus primeiros beijos, para o incômodo dos pais dele: Petronella (Shelley Winters) e Hans (Lou Jacobi). O outro morador do sótão é um dentista, Albert Dussell (Ed Wynn).

         Entre outras premiações, este filme venceu três categorias no Oscar de 1960: Melhor Atriz Coadjuvante (Shelley Winters), Direção de Arte e Fotografia. Ainda foi indicado nas categorias de Melhor Filme, Diretor, Ator Coadjuvante (Ed Wynn), Trilha Sonora e Figurino. A atriz Shelley Winters entregou a sua estatueta à Casa de Anne Frank, em Amsterdã, onde está em exibição. O filme ser em preto e branco não é, para mim, nenhum problema, tem muitos filmes sem cores que eu já assisti e gostei. fr

Dica de filme: "O diário de Anne Frank" (2016)

        O filme ‘Das tagebuch der Anne Frank’, de 2016, tem uma abordagem diferente, concentrando-se mais no lado humano dos personagens, em especial a personalidade da adolescente, suas dúvidas e descobertas. Mostra Otto Frank, seu pai, reclamando do comportamento dos Van Daan, por exemplo, não foi mostrado no de 1959, que o retratou como uma pessoa que suportava o que eles faziam, sem se irritar.

        Após a prisão, o filme ainda mostra como terá sido a chegada das mulheres da família Frank no campo de concentração. Elas, assim como outras judias, foram obrigadas a tirar suas roupas, e tiveram os seus cabelos raspados. Evidentemente, essa passagem não foi retirada do diário, mas foi usada para finalizar o filme, que informa também que todos morreram, exceto Otto Frank.

         ‘O diário de Anne Frank’ já deu origem a muitos filmes para o cinema, televisão, desenho animado e documentários pelo mundo inteiro. Mas, esta é a primeira adaptação feita na Alemanha, país natal de Anne e sua família.  O diretor é Hans Steinbichler, e, entre os atores, cito: Lea van Acken (Anne), Ulrich Noethen (pai), Martina Gedeck (mãe) e Stella Kunkat (irmã).  fr

Frases: Anne Frank

“Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta. Mas pergunto-me: escreverei alguma vez alguma coisa de importância? Virei a ser jornalista ou escritora? Espero que sim, espero-o de todo o meu coração! Ao escrever sei esclarecer tudo, os meus pensamentos, os meus ideais, as minhas fantasias.”

“Não quero que a minha vida tenha passado em vão, como a da maioria das pessoas. Quero ser útil ou trazer alegria a todas as pessoas, mesmo àquelas que jamais conheci. Quero continuar vivendo depois da morte!” 

ANNE FRANK