SEJA ÉTICO

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

"Jornada nas estrelas: a série clássica"


     Eu terminei de assistir toda a série clássica de ‘Jornada nas estrelas’ através de páginas que disponibilizam filmes e seriados gratuitamente na internet. Quando criança, era a minha série preferida, lembro que eu assistia à noite, na Rede Bandeirantes, passava no mesmo horário do ‘Jornal Nacional’. São 79 episódios, divididos em três temporadas, além de dois pilotos. 
     Há alguns anos eu vinha procurando o boxe completo para comprar, mas não encontrava, ou quando encontrava o preço estava muito alto. Agora, está fora de catálogo. Mas, já não quero mais comprar, até porque os dvds perdem a qualidade com o tempo, travam, não vale à pena. 
     O criador da série foi Gene Roddenberry (1921-1991), roteirista e produtor de televisão. Antes, ele foi piloto das Forças Armadas e de companhia aérea comercial; depois foi oficial do Departamento de Polícia de Los Angeles. Ele dizia ter se baseado em seu chefe, muito racional e contido, para criar o personagem Spock. 
     A série é sobre as aventuras da nave estelar Enterprise, comandada pelo capitão James T. Kirk, que viajava pelo espaço durante o século 23, cumprindo missões para a Federação Unida dos Planetas. O papel foi interpretado pelo ator canadense William Shatner, atualmente com 89 anos. Após a introdução de cada episódio, um narrador anunciava o objetivo da Enterprise (assista a abertura, mais abaixo): 
     “O espaço. A fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos para exploração de novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações. Audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve. Numa distribuição Network: Jornada nas estrelas, a série!” 

     A Enterprise tinha outros importantes tripulantes, de diferentes origens. O vulcano Spock, primeiro-oficial e segundo em comando da nave; “meio-humano”, já que a mãe era humana. O ator que deu vida ao personagem foi Leonard Nimoy (26/3/1931-27/02/2015). O médico, cirurgião espacial, era o doutor Leonard McCoy (DeForest Kelley, 20/01/1920-11/6/1999). Esses dois viviam discutindo e implicando um com o outro, dando um toque de descontração aos episódios, mas, no fundo, respeitavam-se. 
     Escocês, o engenheiro Montgomery Scott (James Doohan, canadense, 3/3/1920-20/7/2005) era o terceiro em comando. O piloto da Enterprise era Hikaru Sulu, interpretado pelo ator estadunidense George Takei, hoje, com 83 anos. A família do ator, de origem japonesa, chegou a ficar confinada em campos de concentração nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, 
     Mesmo a série sendo filmada durante a Guerra Fria, um dos principais personagens era o russo Pavel Checov, o navegador da nave (Walter Koenin, ator estadunidense, atualmente com 84 anos). A tenente Uhura era a oficial-chefe de comunicação (Nichelle Nichols, 88 anos). 
     Assim como outras séries que eu revi recentemente, e das quais já escrevi no blog, como “Jeannie é um gênio” e “Túnel do tempo”, esta tem vários diretores se revezando ao longo das temporadas. Eu contei 28 diretores, sendo que os dois mais atuantes foram Marc Daniels e Joseph Pevney, com 14 episódios cada um. 
     “Jornada nas estrelas” teve dois episódios pilotos. No primeiro (“A jaula”), o comandante da Enterprise era o capitão Christopher Pike, interpretado pelo ator Jeffrey Hunter (1926-1969). A emissora NBC não gostou, e não aprovou o piloto, mas solicitou um novo. Hunter, no entanto, preferiu não seguir no projeto, sendo substituído por William Shatner. Se ele pudesse adivinhar o sucesso que a série viria fazer, tornando-se um fenômeno mundial, com certeza mudaria de ideia. 
     O novo piloto (“Onde nenhum homem jamais esteve”) foi aprovado, e a série passou a ser produzida, com um elenco reformulado. O primeiro piloto não foi ao ar durante a exibição original da série, somente sendo exibido em um especial na televisão em 1988; o segundo passou como o terceiro episódio da primeira temporada. 
     Dos personagens principais no primeiro piloto, o único que foi mantido foi o Senhor Spock. A atriz Majel Barrett foi um caso à parte. Ela interpretava a oficial ‘Número Um’; na série passou a ser a enfermeira Christine Chapel. Para marcar a diferença dos personagens, além do penteado, a primeira era morena, enquanto Chapel loura. Ela foi esposa de Gene Roddenberry. 


     A série estreou nos Estados Unidos, na NBC, no dia 8 de setembro de 1966, eu nem era nascido, e teve o último episódio exibido no dia 3 de junho de 1969. Ou seja, na realidade, a série não chegou a durar os cinco anos planejados para a missão da Enterprise, na ficção. 
     Na época, a NBC alegou que esperava índices de audiência maiores. A empresa produtora foi a ‘Desilu Productions’, cujo nome era a combinação das primeiras letras dos nomes dos seus proprietários, os atores Desi Arnaz e Lucille Ball, que eram casados e fizeram a série de sucesso “I Love Lucy”, na década de 1950. 
     Após o encerramento da produção, a série passou a ser exibida e reexibida em diversos países do mundo, incluindo, claro, aqui, no Brasil. E deu origem a diversos outras produções. Foram seis filmes para o cinema, com os atores da série, de 1979 a 1991, e mais três já no século 21. E várias outras séries para a televisão, entre as quais “Jornada nas estrelas: a nova geração”, também criada por Gene Roddenberry, e que também gerou filmes. Eu não gostei dos filmes com o elenco original, e também não gostei da nova geração, por mais que eu tenha tentado assistir. 
     Eu gostei apenas do filme “Jornada nas estrelas”, de 2009, com direção de J. J. Abrams, do qual eu já escrevi aqui, no blog. Relembro um trecho: “Mas, em minha opinião, o mais bacana e o que me fez gostar do filme não foi propriamente a sua estória. O mais legal é que no filme mostra o encontro dos principais personagens da série de TV, e a formação da tripulação da Enterprise sob o comando do capitão Kirk. Leonard Nimoy é o único ator que participou da série original e desse filme, interpretando Spock. No filme, interpreta Spock no futuro. Muito legal esse filme, principalmente as tiradas engraçadas entre os personagens, que remetem à série.” 
     Além de filmes e novas séries, foram criados também um desenho animado para a televisão, histórias em quadrinhos, jogos de diversos tipos, e livros, incluindo aqueles escritos pelos atores da série da década de 1960. Com tantas criações que surgiram, passou-se a se referir à primeira de todas como “a série clássica”. Foi muito legal rever os episódios, e poder assistir a toda a série na ordem cronológica. fr

"Jornada nas estrelas: a série clássica" abertura da série

Curiosidades e outros comentários sobre “Jornada nas estrelas” (1)

● Em vários episódios, o capitão Kirk fala ser responsável por um número que varia em torno de 400 vidas na nave Enterprise, mas, em dois, ele afirma que eram 430 tripulantes.

● Além das orelhas pontudas, uma das características dos vulcanos, é serem lógicos e racionais, e não sentirem emoções. No episódio “O punhal imaginário”, na primeira temporada, Spock explicou ao doutor McCoy a importância desta característica para o povo vulcano ser pacífico : “Nós demos fim às emoções. Onde não há emoção, não há violência.” Os vulcanos não aprovam a violência, e consideram “ilógico” matar sem motivo. E são incapazes de mentir.

● A saudação dos vulcanos é feita com a mão, separando quatro dos cinco dedos: “vida longa e próspera”.

● Os vulcanos têm o sangue de cor verde, e têm a capacidade de controlar a dor física.

● Os vulcanos têm uma expectativa de vida bem superior a dos humanos. De acordo com o episódio 12 da segunda temporada, “Os anos mortais”, Spock tinha cerca de 100 anos de idade.

● O Senhor Spock raramente precisava lutar. Ele fazia uso do “toque neural”, em que atingia a clavícula da pessoa e a fazia desmaiar. Simples assim!

● O pai do Senhor Spock era um embaixador vulcano, e a mãe, uma professora humana. Pai e filho ficaram anos sem se falarem devido à decisão de Spock em servir na Federação, ao invés de em seu planeta.

● O Senhor Spock não bebia álcool.

● No primeiro episódio da segunda temporada, “Tempo de loucura”, Spock apresentou um comportamento agressivo, e, mesmo constrangido, explicou ao capitão Kirk que precisava voltar ao seu planeta. A cada sete anos, é realizado o “pon farr”, “tempo de acasalar”, ritual de acasalamento do macho com uma fêmea, e, se não o realizasse, ele morreria.

● “Fascinante!” é uma interjeição marcante do Senhor Spock, e repetida em vários episódios. fr

Curiosidades e outros comentários sobre “Jornada nas estrelas” (2)


● O médico da Enterprise, doutor McCoy, era temperamental, constantemente perdendo o controle em cobranças ao capitão e, principalmente, ao Senhor Spock, a quem criticava por sua falta de emoções.

● A série foi filmada nos anos 1960, quando, possivelmente, não se falava tanto sobre os perigos da contaminação por vírus e germes, nem em infecção hospitalar. O doutor McCoy fazia curativos em seus pacientes sem usar luvas, e também não utilizava nenhum jaleco de proteção, saindo da enfermaria para outros locais da nave com a mesma roupa. Por outro lado, mesmo a série sendo ambientada no século 23, em vários episódios mostrava-se o perigo de a tripulação ser contaminada por vírus levados para a nave, após missões realizadas em outros planetas.

● Os intercomunicadores, aparelhos com os quais os tripulantes da Enterprise comunicavam-se quando estavam fora da nave, na série, anteciparam os telefones celulares, na realidade.

● Outras inovações tecnológicas presentes na Enterprise: bastava digitar a escolha da comida desejada, e, em segundos, o prato ficava pronto; o doutor McCoy passava um sensor, um aparelho portátil pelo corpo do paciente, que identificava todos os seus males; o teletransporte, em que objetos e pessoas são transportados imediatamente de um local para o outro. Eles não se tornaram realidade, ainda.

● O capitão Kirk, no episódio 22 da terceira temporada explica o funcionamento do teletransporte: “Uma espécie de conversor de matéria. As moléculas do corpo são convertidas em energia, e enviadas para a câmera, e reconvertidas em seu padrão original.”

● Assim como na série “O túnel do tempo”, os equipamentos da nave Enterprise eram compostos, basicamente, por botões a serem apertados ou girados, e alavancas, nada de teclados.

● A Enterprise tinha um computador tradutor, com um amplo arquivo contendo os significados das palavras em diversas linguagens dos mais diferentes planetas conhecidos pela Federação.

● Com algumas exceções, as mulheres na série vestem roupas bem sexys, incluindo as que fazem parte da tripulação da Enterprise, com meias-calças e saias muito curtas. Hoje, as feministas não iriam gostar nem um pouco.

● No episódio “A consciência do rei”, da primeira temporada, o capitão Kirk precisava descobrir se um ator podia ser um ditador, considerado morto, tentando escapar de julgamento. Os roteiristas da série não tinham como adivinhar, nos anos de 1960, que, décadas depois, esse tipo de problema poderia vir a ser resolvido com um teste de DNA.

● Eu identifiquei alguns atores que fizeram participação especial na série: Don Marshall, de “Terra dos gigantes”; Whit Bissel, de “O túnel do tempo”; Frank Gorshin, o Charada de “Batman e Robin”.

● É possível ver alguns tripulantes andando na Enterprise bem à vontade, até de bermudas, no episódio piloto “A jaula”.  fr

"Jornada nas estrelas: a série clássica" - galeria (1)

"Jornada nas estrelas: a série clássica" - galeria (2)

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

"Auto da barca do inferno", Gil Vicente

"Auto da barca do inferno", Gil Vicente, São Paulo, editora Klick, 1997,  114 páginas (Coleção Livros O Globo, vol. 14).

Livro lançado em 1517 em folheto avulso, é dividido em duas peças. A primeira dá nome ao livro, e teve sua encenação pela primeira vez na câmara da rainha D. Maria de Castela, com a presença do rei D. Manuel I. Ela mostra duas embarcações, destinadas às almas após as mortes das pessoas. Uma é comandada por um Anjo e destina-se ao paraíso; a outra, pelo diabo, para o inferno. À medida que vão chegando, as almas vão tendo o seu lugar determinado na embarcação do Anjo ou do diabo, de acordo com as suas atitudes em vida. E, claro, segundo o entendimento pessoal do autor, o poeta e dramaturgo português Gil Vicente, diante das profissões dos mortos. A outra peça é “Farsa de Inês Pereira”, que surgiu como uma resposta aos que o acusavam de plagiar obras de outros autores. Ele, então, recebeu o tema “mais quero um asno que me leve, que cavalo que me derrube’, e, assim, escreveu este texto. A peça foi encenada para o rei D. João III, em 1523. Inês é uma jovem que procura um casamento para se livrar do trabalho doméstico na casa da mãe. “Renego desse lavrar / e do primeiro que o usou / ao diabo que o eu dou, / que tão mau é de aturar; / Ó Jesus! Que enfadamento, / e que raiva, e que tormento, / que cegueira e que canseira! / Eu hei de buscar maneira / de viver a meu contento.” A linguagem utilizada nas peças é própria da época em que foram escritas, século 16, o que torna a leitura menos interessante. Mas, acredito que as duas peças ainda são atuais, mesmo hoje, 500 anos depois, e poderiam ser adaptadas à nossa realidade, com bons resultados. fr

Japonês Honda deve sair do Botafogo, e não deixar saudades...

O jogador japonês Honda já não deve mais jogar no Botafogo. Segundo a imprensa, ele pediu a rescisão do contrato, que termina no fim do Campeonato Brasileiro, e, como estaria lesionado, e faltam poucas rodadas para o fim da competição, já não pretende voltar a vestir a camisa do clube. O Honda veio para o Botafogo como uma grande contratação, no início do ano, mas não chegou a corresponder à expectativa. Eu escrevi no meu blog, no dia 1º de fevereiro: “Minha opinião: A vinda do Honda para o Botafogo já repercutiu na imprensa esportiva do mundo todo. Torço para que o jogador ainda esteja motivado para jogar e ajudar o time em possíveis conquistas, não seja apenas um possível trampolim para ser convocado para a seleção do seu país, nem somente para projetos de marketing.” Além disso, Honda não deve estar interessado em permanecer no Botafogo, que está em vias de ser rebaixado para a Segunda Divisão. O curioso é que eu leio na imprensa que o japonês pode vir a ser contratado pelo Portimonense, de Portugal. Sabem qual a colocação do Portimonense no campeonato português? Último lugar, lutando para fugir do rebaixamento. Vai entender!... fr

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Frases: Mahatma Gandhi

“Eu gosto do seu Cristo, mas não gosto dos seus cristãos. Seus cristãos são muito diferentes do seu Cristo.”


MAHATMA GANDHI (1869-1948), advogado e líder indiano.

domingo, 27 de dezembro de 2020

O Brasil assiste pela televisão ao mundo começar a se vacinar contra a Covid-2019

O mundo todo já está começando a vacinar suas populações. Europa, Estados Unidos, China, Rússia, Canadá, Israel, Arábia Saudita, e até os países latino-americanos, como o Chile, México e Costa Rica são alguns exemplos. Enquanto isso, os brasileiros assistem a tudo pela televisão. Nosso presidente não tem empatia com o povo, debocha das mortes, já são quase 200 mil vidas perdidas. Ninguém sabe direito quando vamos poder nos vacinar e a nossos familiares idosos, se em fevereiro, março abril... Lamentável! Essa demora vai representar mais milhares de pessoas que vão morrer, e poderiam ser salvas, se o governo tivesse antecipado a compra das vacinas. Muito triste ver a política e os interesses pessoais dos políticos fazerem tão mal à própria população.  fr

sábado, 26 de dezembro de 2020

Praça da Bandeira

     A Praça da Bandeira foi onde eu trabalhei pela primeira vez, com carteira assinada, em um banco privado, o Bradesco, por pouco mais de dois anos. O local fica entre a Zona Norte e o Centro. De acordo com minha pesquisa, a bandeira do Brasil foi hasteada naquela praça pela primeira vez em 19 de novembro de 1889. Porém, é preciso lembrar que a atual bandeira nacional foi oficializada justamente nesse dia.
     A região passou a crescer, com a construção de casas, a partir dos anos 1920, e, mais tarde, de prédios, beneficiando-se da reforma urbana iniciada na gestão do prefeito do Distrito Federal, Pereira Passos, em 1902-1906. Com o tempo, a praça deu o nome ao bairro, criado em 1981, emancipado do bairro do Maracanã. 
     A localidade é muito conhecida também pelas enchentes, principalmente durante as chuvas de Verão. Eu mesmo fiquei preso por lá em uma dessas enchentes, e tive que dormir na agência, em cima de uma das mesas. Lembro que foi em uma sexta-feira, e, de dentro da agência, podia ver até carros boiando pela Rua Mariz e Barros. Só consegui sair no dia seguinte, e todo o entorno estava coberto de lama.
     Em 29 de dezembro de 2013, o então prefeito Eduardo Paes, eleito este ano para voltar ao cargo, no que será sua terceira gestão, inaugurou um reservatório de água pluviais, mais conhecido como “Piscinão”, com 20 metros de profundidade, e 35 de diâmetro. Ele foi construído abaixo da Praça da Bandeira, e tem o objetivo de acumular a água das chuvas desviadas das galerias pluviais, a fim de evitar o transbordamento dos rios próximos e, consequentemente, enchentes. 
     A capacidade do reservatório é de 18 milhões de litros de água, que é liberada depois, à medida que os rios vão baixando. O objetivo, de acordo com a prefeitura à época, não é impedir, mas diminuir a ocorrência de enchentes, o que o reservatório vem conseguindo, ao longo dos anos. Mas, em 2016, fortes chuvas superaram sua capacidade, e ocorreu uma enchente no bairro. Outros três reservatórios foram construídos em bairros próximos; além do desvio de parte do curso do rio Joana, diretamente para a Baía da Guanabara, concluído em 2019.
     Após a conclusão do reservatório, a Praça da Bandeira ainda permaneceu mais de um ano em obras, para a sua reurbanização. Em 7 de fevereiro de 2015, o prefeito reinaugurou a praça, com novos bancos, brinquedos para crianças, canteiro arborizado, espaço para idosos fazerem exercícios e caminhar e uma pista para patinação (veja as minha fotos, abaixo).


     O que, evidentemente, muita gente não sabe é que durante muitos anos, funcionou na atual Praça da Bandeira o ‘Matadouro’ Público do Distrito Federal, e, por isso, a região era conhecida então como ‘Largo do Matadouro’. Instalado em 1853, no local, a antiga Chácara do Curtume, eram mortos os animais para venda da carne, e com as condições de higiene da época, em pleno século 19, o forte cheiro e a presença de urubus faziam o lugar ser muito ruim de ser frequentado. 
     O Matadouro Público era composto de “duas casas para administração, dois currais, dois pátios e quatro casas para abate”. Em 1881, o matadouro foi transferido para o bairro de Santa Cruz, onde passou a funcionar por décadas, até ser desativado. Após deixar de ser utilizado para o abate de animais, no Largo do Matadouro, a construção foi demolida. Restou no local apenas o pórtico do Matadouro, atribuído ao arquiteto José Maria Jacinto Rabelo, localizado atualmente junto à Escola Nacional do Circo, na Rua Elpídio Boamorte. 


     Sem a presença do matadouro, o nome do local foi alterado para ‘Praça da Bandeira’ em 1911, por determinação do então prefeito do Distrito Federal, Bento Ribeiro, atendendo à solicitação de uma comissão de moradores. De acordo com o jornal ‘Correio da Manhã’, em sua edição de 19 de novembro daquele ano, a mudança foi oficializada pelo Decreto nº 842. 
     A justificativa alegada para a mudança foi ter sido naquele local onde passaram a se realizar as primeiras cerimônias festivas em homenagem àquele símbolo nacional, em 1908. Era um momento de fortalecimento do espírito nacionalista da recém-implantada República. Vejam as minhas fotos e as antigas, em preto e branco. fr 
(Fontes de referência: Wikipédia; texto “Do Largo do Matadouro à Praça da Bandeira”, de Luiza Ferreira, gerente de pesquisa do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, publicado na página da Brasiliana Fotográfica, em 13/7/2018; texto de Marcello Ferreira, publicado no grupo ‘A Tijuca de antigamente’, no facebook.)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Obelisco da Avenida Rio Branco









                
      O Obelisco da Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro, é um monumento de 18,15 metros de altura, em granito, com 28 toneladas, e foi inaugurado no dia 15 de novembro de 1906. Foi construído para marcar o encerramento das obras de abertura da então Avenida Central, com 1.800 metros de extensão, uma das alterações feitas no Rio, à época Distrito Federal, pela reforma urbana do prefeito Pereira Passos, cuja gestão foi de 1902 a 1906. 
     O autor do Obelisco é Eduardo Sá, responsável, entre outros, pelo Monumento a Floriano Peixoto, na Cinelândia. O Obelisco foi patrocinado pelo empresário da construção civil Antônio Januzzi, responsável pela construção de vários edifícios da nova avenida carioca. Inicialmente, um cartão postal da cidade, localizado junto à antiga Praia de Santa Luzia, que foi aterrada anos depois. Atualmente, após sucessivos aterros na região, o Obelisco fica afastado do movimento das pessoas, no meio do trânsito pesado de carros, ônibus e motos, entre o Centro e o Aterro do Flamengo, praticamente ignorado. 
     Em 1930, os gaúchos amarraram os seus cavalos no Obelisco para marcar a tomada do poder por Getúlio Vargas, pondo fim à República Velha, e dando início ao mais longo período de um presidente no poder no Brasil. O monumento foi tombado pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) em 25 de maio de 2006. 
     Eu estive visitando o Obelisco, e fiz muitas fotos. Comparando as minhas fotos com fotos antigas do local, pode-se perceber a ausência do imponente Palácio Monroe, antiga sede do Senado Federal, quando a capital do Brasil ainda ficava no Rio. O prédio foi demolido durante a ditadura militar, no ano de 1976. 
     O Palácio Monroe ficava à esquerda do Obelisco, olhando em direção à Cinelândia. Hoje, o espaço é ocupado pela Praça Mahatma Gandhi, enorme, mas muito pouco frequentada pelas pessoas, como, em geral, ocorre em todas as praças no Rio de Janeiro, mal cuidadas e sem segurança. Outra modificação foi a redução de quatro para dois degraus do monumento, já que foi feita uma elevação do piso à sua volta. Vejam as minhas fotos e as antigas, e compare. fr