SEJA ÉTICO

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domingo, 30 de outubro de 2022

Lula é eleito pela 3ª vez, e faz o discurso da vitória


“Meus amigos e minhas amigas.

Chegamos ao final de uma das mais importantes eleições da nossa história. Uma eleição que colocou frente a frente dois projetos opostos de país, e que hoje tem um único e grande vencedor: o povo brasileiro.

Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora.

Neste 30 de outubro histórico, a maioria do povo brasileiro deixou bem claro que deseja mais – e não menos democracia.

Deseja mais – e não menos inclusão social e oportunidades para todos. Deseja mais – e não menos respeito e entendimento entre os brasileiros. Em suma, deseja mais – e não menos liberdade, igualdade e fraternidade em nosso país.

O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que exercer o direito sagrado de escolher quem vai governar a sua vida. Ele quer participar ativamente das decisões do governo.

O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que o direito de apenas protestar que está com fome, que não há emprego, que o seu salário é insuficiente para viver com dignidade, que não tem acesso a saúde e educação, que lhe falta um teto para viver e criar seus filhos em segurança, que não há nenhuma perspectiva de futuro.

O povo brasileiro quer viver bem, comer bem, morar bem. Quer um bom emprego, um salário reajustado sempre acima da inflação, quer ter saúde e educação públicas de qualidade.

Quer liberdade religiosa. Quer livros em vez de armas. Quer ir ao teatro, ver cinema, ter acesso a todos os bens culturais, porque a cultura alimenta nossa alma.

O povo brasileiro quer ter de volta a esperança.

É assim que eu entendo a democracia. Não apenas como uma palavra bonita inscrita na Lei, mas como algo palpável, que sentimos na pele, e que podemos construir no dia-dia.

Foi essa democracia, no sentido mais amplo do termo, que o povo brasileiro escolheu hoje nas urnas. Foi com essa democracia – real, concreta – que nós assumimos o compromisso ao longo de toda a nossa campanha.

E é essa democracia que nós vamos buscar construir a cada dia do nosso governo. Com crescimento econômico repartido entre toda a população, porque é assim que a economia deve funcionar – como instrumento para melhorar a vida de todos, e não para perpetuar desigualdades.

A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias que perderam seu poder de compra.

A roda da economia vai voltar a girar com os pobres fazendo parte do orçamento. Com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas.

Com todos os incentivos possíveis aos micros e pequenos empreendedores, para que eles possam colocar seu extraordinário potencial criativo a serviço do desenvolvimento do país.

É preciso ir além. Fortalecer as políticas de combate à violência contra as mulheres, e garantir que elas ganhem o mesmo salários que os homens no exercício de igual função.

Enfrentar sem tréguas o racismo, o preconceito e a discriminação, para que brancos, negros e indígenas tenham os mesmos direitos e oportunidades.

Só assim seremos capazes de construir um país de todos. Um Brasil igualitário, cuja prioridade sejam as pessoas que mais precisam.

Um Brasil com paz, democracia e oportunidades.

Minhas amigas e meus amigos.

A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somo um único país, um único povo, uma grande nação.

Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio.

A ninguém interessa viver num país dividido, em permanente estado de guerra.

Este país precisa de paz e de união. Esse povo não quer mais brigar. Esse povo está cansado de enxergar no outro um inimigo a ser temido ou destruído.

É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida.

O desafio é imenso. É preciso reconstruir este país em todas as suas dimensões. Na política, na economia, na gestão pública, na harmonia institucional, nas relações internacionais e, sobretudo, no cuidado com os mais necessitados.

É preciso reconstruir a própria alma deste país. Recuperar a generosidade, a solidariedade, o respeito às diferenças e o amor ao próximo.

Trazer de volta a alegria de sermos brasileiros, e o orgulho que sempre tivemos do verde-amarelo e da bandeira do nosso país. Esse verde-amarelo e essa bandeira que não pertencem a ninguém, a não ser ao povo brasileiro.

Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome. Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças neste país não tenham o que comer, ou que consumam menos calorias e proteínas do que o necessário.

Se somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o primeiro de proteína animal, se temos tecnologia e uma imensidão de terras agricultáveis, se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias.

Este será, novamente, o compromisso número 1 do nosso governo.

Não podemos aceitar como normal que famílias inteiras sejam obrigadas a dormir nas ruas, expostas ao frio, à chuva e à violência.

Por isso, vamos retomar o Minha Casa Minha Vida, com prioridade para as famílias de baixa renda, e trazer de volta os programas de inclusão que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza.

O Brasil não pode mais conviver com esse imenso fosso sem fundo, esse muro de concreto e desigualdade que separa o Brasil em partes desiguais que não se reconhecem. Este país precisa se reconhecer. Precisa se reencontrar consigo mesmo.

Para além de combater a extrema pobreza e a fome, vamos restabelecer o diálogo neste país.

É preciso retomar o diálogo com o Legislativo e Judiciário. Sem tentativas de exorbitar, intervir, controlar, cooptar, mas buscando reconstruir a convivência harmoniosa e republicana entre os três poderes.

A normalidade democrática está consagrada na Constituição. É ela que estabelece os direitos e obrigações de cada poder, de cada instituição, das Forças Armadas e de cada um de nós.

A Constituição rege a nossa existência coletiva, e ninguém, absolutamente ninguém, está acima dela, ninguém tem o direito de ignorá-la ou de afrontá-la.

Também é mais do que urgente retomar o diálogo entre o povo e o governo.

Por isso vamos trazer de volta as conferências nacionais. Para que os interessados elejam suas prioridades, e apresentem ao governo sugestões de políticas públicas para cada área: educação, saúde, segurança, direitos da mulher, igualdade racial, juventude, habitação e tantas outras.

Vamos retomar o diálogo com os governadores e os prefeitos, para definirmos juntos as obras prioritárias para cada população.

Não interessa o partido ao qual pertençam o governador e o prefeito. Nosso compromisso será sempre com melhoria de vida da população de cada estado, de cada município deste país.

Vamos também reestabelecer o diálogo entre governo, empresários, trabalhadores e sociedade civil organizada, com a volta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Ou seja, as grandes decisões políticas que impactem as vidas de 215 milhões de brasileiros não serão tomadas em sigilo, na calada da noite, mas após um amplo diálogo com a sociedade.

Acredito que os principais problemas do Brasil, do mundo, do ser humano, possam ser resolvidos com diálogo, e não com força bruta.

Que ninguém duvide da força da palavra, quando se trata de buscar o entendimento e o bem comum.

Meus amigos e minhas amigas.

Nas minhas viagens internacionais, e nos contatos que tenho mantido com líderes de diversos países, o que mais escuto é que o mundo sente saudade do Brasil.

Saudade daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos. E que ao mesmo tempo contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres.

O Brasil que apoiou o desenvolvimento dos países africanos, por meio de cooperação, investimento e transferência de tecnologia.

Que trabalhou pela integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe, que fortaleceu o Mercosul, e ajudou a criar o G-20, a UnaSul, a Celac e os BRICS.

Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que o Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo.

Vamos reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país, para que os investidores – nacionais e estrangeiros – retomem a confiança no Brasil. Para que deixem de enxergar nosso país como fonte de lucro imediato e predatório, e passem a ser nossos parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental.

Queremos um comércio internacional mais justo. Retomar nossas parcerias com os Estados Unidos e a União Europeia em novas bases. Não nos interessam acordos comerciais que condenem nosso país ao eterno papel de exportador de commodities e matéria prima.

Vamos re-industrializar o Brasil, investir na economia verde e digital, apoiar a criatividade dos nossos empresários e empreendedores. Queremos exportar também conhecimento.

Vamos lutar novamente por uma nova governança global, com a inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e com o fim do direito a veto, que prejudica o equilíbrio entre as nações.

Estamos prontos para nos engajar outra vez no combate à fome e à desigualdade no mundo, e nos esforços para a promoção da paz entre os povos.

O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a Floresta Amazônica.

Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que provocam o aquecimento global.

Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia

O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva. Uma árvore em pé vale mais do que toneladas de madeira extraídas ilegalmente por aqueles que pensam apenas no lucro fácil, às custas da deterioração da vida na Terra.

Um rio de águas límpidas vale muito mais do que todo o ouro extraído às custas do mercúrio que mata a fauna e coloca em risco a vida humana.

Quando uma criança indígena morre assassinada pela ganância dos predadores do meio ambiente, uma parte da humanidade morre junto com ela.

Por isso, vamos retomar o monitoramento e a vigilância da Amazônia, e combater toda e qualquer atividade ilegal – seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida.

Ao mesmo tempo, vamos promover o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem na região amazônica. Vamos provar mais uma vez que é possível gerar riqueza sem destruir o meio ambiente.

Estamos abertos à cooperação internacional para preservar a Amazônia, seja em forma de investimento ou pesquisa científica. Mas sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa soberania.

Temos compromisso com os povos indígenas, com os demais povos da floresta e com a biodiversidade. Queremos a pacificação ambiental.

Não nos interessa uma guerra pelo meio ambiente, mas estamos prontos para defendê-lo de qualquer ameaça.

Meus amigos e minhas amigas.

O novo Brasil que iremos construir a partir de 1º de janeiro não interessa apenas ao povo brasileiro, mas a todas as pessoas que trabalham pela paz, a solidariedade e a fraternidade, em qualquer parte do mundo.

Na última quarta-feira, o Papa Francisco enviou uma importante mensagem ao Brasil, orando para que o povo brasileiro fique livre do ódio, da intolerância e da violência.

Quero dizer que desejamos o mesmo, e vamos trabalhar sem descanso por um Brasil onde o amor prevaleça sobre o ódio, a verdade vença a mentira, e a esperança seja maior que o medo.

Todos os dias da minha vida eu me lembro do maior ensinamento de Jesus Cristo, que é o amor ao próximo. Por isso, acredito que a mais importante virtude de um bom governante será sempre o amor – pelo seu país e pelo seu povo.

No que depender de nós, não faltará amor neste país. Vamos cuidar com muito carinho do Brasil e do povo brasileiro. Viveremos um novo tempo. De paz, de amor e de esperança.

Um tempo em que o povo brasileiro tenha de novo o direito de sonhar. E as oportunidades para realizar aquilo que sonha.

Para isso, convido a cada brasileiro e cada brasileira, independentemente em que candidato votou nessa eleição. Mais do que nunca, vamos juntos pelo Brasil, olhando mais para aquilo que nos une, do que para nossas diferenças.

Sei a magnitude da missão que a história me reservou, e sei que não poderei cumpri-la sozinho. Vou precisar de todos – partidos políticos, trabalhadores, empresários, parlamentares, govenadores, prefeitos, gente de todas as religiões. Brasileiros e brasileiras que sonham com um Brasil mais desenvolvido, mais justo e mais fraterno.

Volto a dizer aquilo que disse durante toda a campanha. Aquilo que nunca foi uma simples promessa de candidato, mas sim uma profissão de fé, um compromisso de vida:

O Brasil tem jeito. Todos juntos seremos capazes de consertar este país, e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos – com oportunidades para transformá-los em realidade.

Maus uma vez, renovo minha eterna gratidão ao povo brasileiro. Um grande abraço, e que Deus abençoe nossa jornada.”

Luiz Inácio Lula da Silva 

Eleição presidencial de 2022 foi marcada pelo radicalismo, troca de acusações e ofensas. Infelizmente!

A eleição presidencial deste ano termina hoje, após meses de uma disputa polarizada, em que os candidatos pouco ou nada disseram a respeito de propostas concretas para um possível mandato. São dois candidatos que já governaram o Brasil. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi presidente de 2003 a 2011, e Jair Bolsonaro é o atual ocupante do cargo, desde 2019. Ao invés dos dois apresentarem as suas metas para um novo mandato, caso eleitos, eles passarem a campanha trocando ofensas e acusações. Eu tentei assistir aos debates entre os dois, na Rede Bandeirante e na Rede Globo, mas não consegui assistir até o final. Eles passaram o tempo todo se acusando, e não apresentaram nenhuma proposta concreta, apenas promessas que iriam resolver os problemas, mas não dizendo como. O país está dividido desde a eleição de 2014, entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, com o posterior impeachment da ex-presidente em 2016. Mas, nos últimos quatro anos, o país vem passando por um período de radicalismos muito grave e preocupante, em que seguidores do atual presidente ameaçam, intimidam, agridem e, em alguns casos, até matam quem pensa diferente. É preciso colocar um ponto final nisso e pacificar o país, mesmo sabendo que esses seguidores continuarão a ser o que já eram, mesmo que o seu candidato perca. As pessoas têm que se respeitar sempre, principalmente quando não pensam igual. Não é o povo que tem que brigar entre si por causa dos políticos, são os políticos que têm que lutar pelo povo! fr

sábado, 29 de outubro de 2022

Quadro vem sendo exposto, por engano, há 77 ANOS de cabeça para baixo!

        O quadro ‘New York City 1”, do pintor neerlandês (holandês) Piet Mondrian (1872-1944) está sendo exposto de cabeça para baixo há 77 ANOS! Somente a historiadora de arte Susanne Meyer-Büser, curadora de uma exposição que está sendo organizada em um museu de arte de Düsseldorf, na Alemanha, onde a obra está desde 1980, conseguiu perceber o erro. O quadro foi exposto pela primeira vez em 1945 no famoso Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, e vem sendo exibido em outros museus pelo mundo, sem ninguém se dar conta. Ele não tem a assinatura do artista, possivelmente porque Mondrian teria morrido sem o ter concluído, e, por isso, não deixa claro como deveria ser exposto.
      A descoberta da estudiosa foi confirmada por uma fotografia do quadro no estúdio de Mondrian, publicada em 1944 pela revista estadunidense ‘Town and Country’. A tela foi feita com fitas adesivas na cor vermelho, amarelo, preto e azul. De acordo com Susanne, não é mais possível corrigir o erro, já que as fitas estão penduradas por um fio, e se virassem o quadro de cabeça para baixo a própria gravidade faria com que elas mudassem de posição. Ou seja, o quadro vai permanecer como está há 77 anos. É muito curioso, principalmente pensar que durante todo esse tempo vários “especialistas” em arte devem ter dado explicações diferentes sobre o que o artista queria passar com a sua obra. 😄😄😄 fr

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

O adeus da cativante e competente jornalista Susana Naspolini 🙏🙏🙏

Ontem, a jornalista Susana Naspolini faleceu, vítima do câncer. Eu gostava muito de vê-la fazendo as reportagens do RJ Móvel no RJTV da Rede Globo, em que ela cobrava das autoridades a realização de obras prometidas à população. O seu jeito alegre, descontraído e, ao mesmo tempo, sua qualidade jornalística cativaram a mim e a milhares de pessoas. Ela morreu muito nova, apenas 49 anos, mas demonstrou ter muita força, garra, para lutar contra o câncer, que apareceu por cinco vezes. Infelizmente, desta vez, ela não conseguiu vencê-lo. O ser humano faz planos de viver em Marte, mas ainda não conseguiu chegar até à cura do câncer. Deixa muitas saudades! Assista a uma das suas reportagens, esta foi no município de Magé, em 10 de junho de 2019. fr

"Maria, Maria": parabéns ao aniversariante do dia, Milton Nascimento (80 anos) 😀

 

Composição: Milton Nascimento e Fernando Brant

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Abertura de "Jornada nas Estrelas: Enterprise"

Comentando sobre "Jornada nas Estrelas: Enterprise"


      Assisti a todas as quatro temporadas da série “Jornada nas Estrelas: Enterprise”, mais uma das produções baseadas na série clássica criada por Gene Roddenberry na década de 1960, que eu assistia em reprises quando criança. Foram 98 episódios, exibidos originariamente na UPI (United Paramount Network), nos Estados Unidos, entre 2001 e 2005. A UPI passou ao controle da CBS em 2006. A produção dessa nova série foi de Rick Berman e Brannon Braga.
      "Jornada nas estrelas: Enterprise" transcorre de 2151 a 2161, antes dos eventos da série original, que se iniciaram em 2265, e antes, portanto, do nascimento do capitão James Kirk e do vulcano Spock. Esta série acompanha a equipe da nave Enterprise NX-01, a primeira nave interestelar. A sua missão é explorar regiões desconhecidas da galáxia e estabelecer relações de amizade com os planetas encontrados. Mas, o espaço demonstra ser muito perigoso, e constantemente a tripulação tem que enfrentar espécies hostis.
     A série clássica mostrou episódios independentes, com histórias próprias, já a “Enterprise” segue, a partir do final da segunda temporada, uma história que vai se desenvolvendo até o fim da série. O planeta Terra é atacado pelo planeta Xindi, formado por cinco espécies, que bombardeia uma extensa área que vai do estado da Flórida, nos Estados Unidos, até a Venezuela, provocando a morte de sete milhões de pessoas. O povo Xindi estava sendo manipulado para acreditar que a Terra pretendia atacá-lo.
     Após investigar e descobrir os responsáveis através de tortura de presos comandada pelo capitão Jonathan Archer, a Enterprise invadiu o planeta Xindi para destruir o armamento responsável pelo ataque e evitar a destruição da Terra. Nesta série, o teletransporte estava começando a ser utilizado, e ainda provocava medo a muitos, que evitavam usá-lo com receio de que as suas moléculas não se reconstituiriam corretamente após a desmaterialização, como já acontecera antes. Na série clássica da década de 1960, os tripulantes usavam várias e várias vezes o teletransporte, que pode enviar qualquer objeto ou ser vivo em um raio de 2.000 quilômetros.
      A tripulação é liderada pelo capitão Jonathan Archer, interpretado pelo ator Scott Bakula. Assim como na série clássica, que teve um vulcano, Spock, como o segundo na linha de comando, em "Jornada nas estrelas: Enterprise" ele também é do planeta Vulcan, mas uma mulher: a oficial de Ciências T’Pol (Jolene Blalock). Outros tripulantes: o engenheiro-chefe Charles Tucker (Connor Trinneer); o tenente Malcolm Reed (Dominic Keating); e o médico da nave, dr. Phlox (John Billingsley).
      A oficial de comunicações é a japonesa Hoshi Sato (Linda Park), que domina dezenas de idiomas de diferentes planetas, incluindo o Klingon, e ensinava linguística no Brasil antes de ser integrada à tripulação. Completam o elenco principal o piloto Travis Mayweather (Anthony Montgomery) e o almirante Admiral Forrest (Vaughn Armstrong). Muitos dos tripulantes de baixa patente (os figurantes) são chamados apenas de “tripulante” pelos oficiais.
      Os dois únicos alienígenas da tripulação são o denobulano dr. Phlox e a vulcano T’Pol, os únicos também a usarem uniformes diferentes dos demais. Ela usa roupas de dormir bem sexy, mostrando a barriga (tudo pela audiência!) RISOS. T’pol diz ter 66 anos e, como todo vulcano, tem uma expectativa de vida maior do que a dos humanos. Assim como Spock, T’Pol procura tomar decisões racionais, seguindo a razão, mas, ao contrário do primeiro, ela não consegue controlar as suas emoções tão bem. Nesta série, é explicado que os vulcanos têm sim emoções, mas eles são condicionados desde cedo a dominá-las.
      No início da série, existe uma atração entre T’pol e o capitão Archer, mas na terceira temporada T’pol e o engenheiro-chefe Charles Tucker têm relações sexuais. Em um dos episódios, a Enterprise passa por um corredor subespacial e encontra uma Enterprise do futuro, um modelo mais avançado, em que estão alguns descendentes da tripulação comandada pelo capitão Archer, incluindo a própria T’pol, mais idosa. Tucker e a T’pol mais jovem ficam, então, sabendo que tiveram um filho, ou seja, que viriam a ter um filho no futuro.


     
Com a diminuição da audiência, a emissora decidiu cancelar a série e o último episódio, “Estas são as viagens...”, foi a despedida. Ele contou com a participação de alguns atores de outra produção da franquia: “Jornada nas Estrelas: Nova Geração”, cuja história se passaria a partir do ano de 2364. Exibida originariamente de 1987 a 1994, nos Estados Unidos, ela teve sete temporadas. Entre os atores convidados, William T. Riker (Jonathan Frakes), o primeiro-oficial; e Deanna Troi (Marina Sirtis), a conselheira.
      Riker tem que resolver se deve contar a seu capitão o real motivo que levou à morte de quase toda a tripulação de uma nave em que ele servia junto ao atual almirante, anos antes. A nave estava experimentando um recurso tecnológico de camuflagem, em segredo, contrariando o Tratado de Algeron, assinado com os romulanos, e Riker se comprometeu em guardar segredo. A conselheira, então, sugere que ele interaja com a tripulação da Enterprise NX-01 durante a última missão sob comando do capitão Archer, há 200 anos, que antecedeu a criação da Federação de Planetas, para poder ter a sabedoria necessária para tomar sua decisão.
      Um programa simula um documento holográfico, portanto, em três dimensões, os registros dos acontecimentos estudados por eles nos livros de História, em sua época. A caminho da cerimônia de fundação da federação, o capitão Archer ajuda o amigo andoriano Shran a resgatar sua filha de antigos sócios que o estavam chantageando. Neste episódio, ao tentar salvar a vida do amigo e capitão Archer, o engenheiro-chefe Charles Tucker acaba morrendo. Após assistir tudo, inclusive podendo interagir com os tripulantes, Riker decide contar o segredo a seu capitão, contrariando o atual almirante, seu antigo líder. É, portanto, um episódio da série “Enterprise” dentro da “Nova Geração”.
      Eu gostei da série “Jornada nas Estrelas: Enterprise”, mas, claro, ela não se iguala à série clássica com o capitão Kirk e o seu oficial de Ciências Spock, a série que deu origem a tudo. Vale pela curiosidade, assistir a uma série baseada em uma das minhas preferidas quando criança. Vale por isso e para divertir, e é isso que importa. fr

domingo, 23 de outubro de 2022

Quando o artista erra a letra...

"Odeio quando eu estou cantando junto com a música, e o artista erra a letra!" (Da internet) 😄😄😄

sábado, 22 de outubro de 2022

Dando o troco às operadoras de telefone 😂😂😂😂😂

Toca o telefone...
- Alô.
- Alô, poderia falar com o responsável pela linha?
- Pois não, sou eu mesmo.
- Quem fala, por favor?
- Carlos.
- Sr. Carlos, aqui é da Oi, estamos ligando para oferecer a promoção Oi linha adicional, onde o Sr. tem direito...
- Desculpe interromper, mas quem está falando?
- Aqui é Rosicleide Judite, da Oi, e estamos ligando...
- Rosicleide, me desculpe, mas para nossa segurança, gostaria de conferir alguns dados antes de continuar a conversa, pode ser?
- Bem, pode..
- De que telefone você fala? Meu identificador não reconheceu.
- 10331.
- Você trabalha em que área, na Oi?
- Telemarketing Pro Ativo.
- Você tem número de matrícula na Oi?
- Senhor, desculpe, mas não creio que essa informação seja necessária.
- Então terei que desligar, pois não posso ter segurança que falo com uma funcionária da Oi...
- Mas posso garantir....
- Além do mais, sempre sou obrigado a fornecer meus dados a uma legião de atendentes sempre que tento falar com a Oi.
- Ok.... Minha matrícula é 34591212.
- Só um momento enquanto verifico.
(Dois minutos depois)
- Só mais um momento.
(Cinco minutos depois)
- Senhor?
- Só mais um momento, por favor, nossos sistemas estão lentos hoje.
- Mas senhor...
- Pronto, Rosicleide, obrigado por ter aguardado. Qual o assunto?
- Aqui é da Oi, estamos ligando para oferecer a promoção, onde o senhor tem direito a uma linha adicional. O senhor está interessado, sr. Carlos?
- Rosicleide, vou ter que transferir você para a minha esposa, porque é ela que decide sobre alteração e aquisição de planos de telefones. Por favor, não desligue, pois essa ligação é muito importante para mim.
(Coloco o telefone em frente ao aparelho de som, deixo a música Festa no Apê do Latino tocando no Repeat - quem disse que um dia essa droga não iria servir para alguma coisa? -, depois de tocar a porcaria toda da música, minha mulher atende:
- Obrigada por ter aguardado.... pode me dizer seu telefone pois meu identificador não reconheceu...
- 10331.
- Com quem estou falando, por favor.
- Rosicleide
- Rosicleide de quê?
- Rosicleide Judite (já demonstrando certa irritação na voz).
- Qual sua identificação na empresa?
- 34591212 (mais irritada agora!).
- Obrigada pelas suas informações, em que posso ajudá-la?
- Aqui é da Oi, estamos ligando para oferecer a promoção, onde a senhora tem direito a uma linha adicional. A senhora está interessada?
- Vou abrir um chamado e em alguns dias entraremos em contato para dar um parecer, pode anotar o protocolo por favor.....alô, alô!
TUTUTUTUTU...
- Desligou.... nossa que moça impaciente!
(Retirado da internet)

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

"1984", George Orwell: comentários

“1984”
, George Orwell, tradução de Alexandre Hubner e Heloísa Jahn; São Paulo, Companhia das Letras, 2009, 416 páginas.
      Eu terminei a leitura do livro “1984”, de George Orwell (1903-1950), um dos clássicos mais indicados e comentados do mundo, pelo menos nos países do Ocidente, claro. Este é um dos vários livros que muitos elogiam sem nunca ter lido, ou elogiam para não ficarem destoando justamente daqueles que o consideram um dos melhores da literatura mundial. Eu li porque é muito recomendado e citado.
      Não o considero ruim, apesar de ter quem o considere, mas também não o considero tão bom quanto fazem parecer. Mas, claro, respeito a opinião de todos! Eu publico no meu blog comentários acerca dos livros que eu leio, sem me preocupar em me aprofundar em debates literários, é a minha opinião.
      A mensagem do livro “1984” é considerada como um alerta para o perigo de governos ditatoriais e centralizadores no futuro, mas a história é muito exagerada. O livro foi lançado em 1949, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial e da derrota do nazismo, ainda com o stalinismo em andamento. O mundo estava impactado por tudo de ruim que vivera e ainda estava presenciando.
      Winston Smith, de 39 anos, vive em Londres, principal cidade da fictícia Faixa Aérea Um (antiga Inglaterra), terceira mais populosa província da Oceânia. É membro do Partido que governa o país, e funcionário do Ministério da Verdade, onde trabalha no Departamento de Documentação. Ele é um dos funcionários responsáveis por reescrever discursos oficiais e matérias do ‘Times’, jornal oficial, para fazer com que eles correspondam aos acontecimentos efetivamente ocorridos.
      A História é constantemente reescrita, várias e várias vezes, e os antigos registros eram substituídos e destruídos. O Partido controla todos os registros históricos e as mentes da população, portanto, a História é aquilo que o Partido decidir. O controle do passado é justamente o principal objetivo do “socing”, nova denominação do socialismo inglês, e a ideologia do Partido.
      “Esse processo de alteração contínua valia não apenas para jornais como também para livros, periódicos, panfletos, cartazes, folhetos, filmes, trilhas sonoras, desenhos animados, fotos – enfim, para todo tipo de literatura ou documentação que pudesse vir a ter algum significado político ou ideológico. Dia a dia e quase minuto a minuto o passado era atualizado. Desse modo era possível comprovar com evidências documentais que todas as previsões feitas pelo Partido haviam sido acertadas; sendo que, simultaneamente, todo vestígio de notícia ou manifestação de opinião conflitante com as necessidades do momento eram eliminados.”
      Oceânia é um país que, após uma revolução, passou a ter uma sociedade excessivamente burocrática e permanentemente controlada pelo governo, onde as liberdades individuais não são toleradas. O governo tem apenas quatro ministérios: “O Ministério da Paz cuida dos assuntos de guerra; o Ministério da Verdade trata das mentiras; o Ministério do Amor pratica a tortura; e o Ministério da Pujança lida com a escassez de alimentos”.
      As pessoas são vigiadas 24 horas por dia por “teletelas”, placas de metal semelhantes a um espelho fosco, que registram todos os movimentos, conversas e até mesmo alterações dos batimentos cardíacos das pessoas, seja em suas residências, locais de trabalho e até mesmo nas ruas. Elas também serviam para doutrinar a população, divulgando propaganda política favorável ao governo, sempre com informações falsas, totalmente opostas à realidade, destacando um suposto aumento da qualidade de vida e a falsa satisfação das pessoas com as medidas do governo.
      O controle é feito pela “Polícia das Ideias”, e qualquer manifestação de descontentamento ou discordância contra o governo, mesmo que sutil, era considerada um ato subversivo, com a consequente detenção e tortura, através da qual o Partido conseguia dos “criminosos” todas as confissões que desejasse inventar. Todos deviam pensar e agir de forma padronizada, sem individualidade, não deveriam pensar livremente.
      A Polícia das Ideias procurava identificar possíveis criminosos muito antes que eles pudessem vir a cometer qualquer crime contra o Partido. A punição podia ser de 25 anos de trabalhos forçados ou até mesmo a morte. Aqueles que eram executados tinham todos os seus registros totalmente apagados, inclusive citações e fotografias na imprensa e em documentos oficiais, tudo era manipulado para fazer com que eles fossem esquecidos. No idioma do “Novafala”, eles passavam a ser “despessoas”, ou seja, nunca tinham existido.
      O inglês, antigo idioma, chamado de “Velhafala”, foi substituído por um novo, o “Novafala”, que buscava reduzir o vocabulário ao máximo, a fim de controlar também a manifestação do pensamento. As palavras eram continuamente suprimidas; quanto menos palavras, menos as pessoas pensariam: “No fim teremos tornado o pensamento-crime literalmente impossível, já que não haverá palavras para expressá-lo.”.
      Em todo lugar de destaque viam-se pôsteres com a imagem do rosto enorme do Grande Irmão, o líder da revolução que teria acabado com a exploração capitalista na Oceânia. Com o seu bigode negro e os olhos escuros, ele está sempre a acompanhar as pessoas por onde elas andam, como a lembrá-las permanentemente de estarem sendo vigiadas. Abaixo da pintura, o aviso: “O GRANDE IRMÃO ESTÁ DE OLHO EM VOCÊ”. O culto à imagem estava presente em tudo, inclusive nas moedas.
      “Ali também, em letras minúsculas e precisas, estavam inscritos os mesmos slogans, e do outro lado da moeda via-se a cabeça do Grande Irmão. Até na moeda os olhos perseguiam a pessoa. Nas moedas, nos selos, nas capas dos livros, em bandeiras, em cartazes e nas embalagens dos maços de cigarro – em toda a parte.”
      Helicópteros sobrevoam os céus para espionar o interior das residências. Apesar do constante controle, não há leis escritas a serem seguidas, apenas a consciência de que nada fora da rotina burocrática autorizada pelo Partido seria tolerado. O relacionamento fora do Partido também era controlado, os casamentos precisavam ser aprovados por uma comissão e eram aceitos com o único fim de gerar filhos para servir ao Partido, sem amor, apenas o cumprimento de uma obrigação. Até as crianças eram estimuladas a espionar e denunciar os vizinhos e os próprios pais à Polícia das Ideias, se ouvissem um simples comentário contrário ao Partido.
      O Partido alimentava a repulsa aos inimigos do regime com a realização do chamado “Dois minutos de ódio”, em que vídeos eram exibidos para a população demonizando aqueles que caiam em desgraça perante o governo. Líder de uma organização denominada Confraria, o principal inimigo era Emmanuel Goldstein, supostamente um ex-líder do Partido, que traíra o povo e passara a organizar atividades subversivas, tendo fugido após ter sido condenado à morte. “Ele era o comandante de um vasto exército nas sombras, uma rede clandestina de conspiradores dedicados à derrubada do Estado.”
      A Oceânia estava permanentemente em guerra com os dois países vizinhos, a Lestásia e a Eurásia, e a população de cada um não podia manter contato com as dos demais. Mas o inimigo mudava constantemente. Em um momento estava em guerra com um e o outro era o seu aliado, mas tempos depois tudo se invertia, e os registros eram sempre adulterados a fim de que a História fosse atualizada.
      “O Partido dizia que a Oceânia jamais fora aliada da Eurásia. Ele, Winston Smith, sabia que a Oceânia fora aliada da Eurásia não mais de quatro anos antes. Mas em que local existia esse conhecimento? Apenas em sua própria consciência que, de todo modo, em breve seria aniquilada. E se todos os outros aceitassem a mentira imposta pelo Partido – se todos os registros contassem a mesma história –, a mentira tornava-se história e virava verdade.”
      Era o chamado “duplipensamento’, em “Novafala”, nada mais do que o controle da realidade. Os membros do Partido sabiam estar manipulando a realidade, mas, ao mesmo tempo, acreditavam no que estavam fazendo. Esse é um aspecto que eu considero muito exagerado. Alterar os acontecimentos históricos, que são do conhecimento de todos, e fazer com que as pessoas aceitem pela força eu entendo. Mas fazer com que as pessoas acreditem na mudança constante dos acontecimentos, como se elas não tivessem mais a capacidade de lembrar do que acontecia e de se chocar com aquela adulteração eu já considero pouco crível, mesmo em sociedades ditatoriais.
      Como mudar o inimigo do seu país de um dia para o outro e as pessoas não perceberem? E não se revoltarem? Aceitar à força é uma coisa, acreditar que é verdade, é outra! Winston Smith é o exemplo disso. Ele percebia o absurdo que estava acontecendo. Por que não os outros membros do Partido?  fr

"1984", George Orwell (continuação)

      No mundo criado por George Orwell, uma guerra atômica ocorrera na década de 1950: “algumas centenas de bombas foram jogadas em centros industriais, sobretudo na Rússia europeia, na Europa Ocidental e na América do Norte. O resultado foi que os grupos governantes de todos os países se convenceram de que com algumas bombas atômicas mais, a sociedade organizada chegaria ao fim, bem como seu próprio poder. A partir de então, embora nenhum acordo formal tivesse sido celebrado ou mesmo discutido, não se jogaram mais bombas.”
      O autor não aprofunda entre quais países teriam sido travada essa guerra nuclear, nem os “vencedores”, se é que pudessem existir vencedores. Os três países estavam em permanente guerra há 25 anos, somente alterando o inimigo. Mas, o confronto não era com o objetivo de busca de domínio territorial, afinal nenhum deles teria condições de conquistar os demais. E não buscavam tomar as riquezas dos vizinhos, já que os seus mercados eram autossustentáveis. O interesse era escravizar populações para que elas produzissem e pudessem sustentar as guerras.
      “Na medida em que a guerra tem um objetivo econômico direto, trata-se de uma guerra por força de trabalho. Entre as fronteiras dos superestados, e sem pertencer permanentemente a nenhuma deles, situa-se um quadrilátero grosseiro cujos ângulos localizam-se em Tânger, Brazzaville, Darwin e Hong Kong, e que contém em seu interior cerca de um quinto da população terrestre. É pelo domínio dessas regiões densamente povoadas, bem como da calota de gelo do polo Norte, que as três potências lutam sem cessar.”
      Os membros do Núcleo do Partido possuíam privilégios. Os trabalhadores comuns, os chamados “proletas” compunham 85% da população, mas eram controlados desde a infância:
      “Mas, ao mesmo tempo, fiel aos princípios do duplipensamento, o Partido ensinava que os proletas eram inferiores naturais que deviam ser mantidos dominados, como os animais, mediante a aplicação de umas poucas regras simples. Na realidade pouco se sabia sobre os proletas. Não era necessário saber grande coisa. Desde que continuassem trabalhando e procriando, suas outras atividades careciam de importância.” Eles começavam a trabalhar pesado bem cedo, tinham expectativa de vida baixa e eram estimulados a se contentarem com prazeres simples, como “filmes, futebol, cerveja e, antes de mais nada, jogos de azar”.
      Oceânia tinha uma sociedade hierarquizada. No topo da pirâmide, o Grande Irmão, todo-poderoso, jamais visto, mas sempre presente, “o disfarce escolhido pelo Partido para mostrar-se ao mundo”. A seguir, o Núcleo do Partido, “com efetivos limitados a seis milhões, ou um pouco menos de dois por cento da população”. Os membros do Partido passam toda a vida controlados pela Polícia das Ideias. Abaixo, o Partido Exterior e, por fim, “as massas ignaras que habitualmente denominamos ‘os proletas’”, que constituem a maioria, e mantidos na ignorância total.
      Winston Smith tinha uma visão crítica acerca do rígido controle imposto pelo Partido, com as constantes e absurdas mudanças determinadas pelo Grande Irmão. E demonstrava pouco entusiasmo nas atividades coletivas, quando era esperado que as pessoas manifestassem o seu apoio ao governo com ardor e obediência cega. Ele tinha consciência da manipulação feita pelo governo, das torturas, da censura e da perseguição.
      Anos antes, ele encontrara junto a uma pilha de documentos um recorte de jornal antigo em que apareciam em uma foto três acusados de traição ao Partido. A reportagem provava que os três estavam, na realidade, em uma cerimônia em homenagem ao Partido em Nova Iorque no dia em que supostamente estariam na Eurásia, país inimigo, como supostamente teriam confessado. Foram condenados. Com medo de ser descoberto pelas teletelas, ele destruiu o recorte.
      A sua vida começa a mudar quando uma jovem mulher faz contato através de um bilhete, dizendo estar apaixonado por ele. Julia, de 26 anos, é funcionária do Departamento de Ficção, que fingia ser seguidora fiel do Partido, mas não tinha por ele nenhuma simpatia. Devassa, queria apenas se divertir, não tinha nenhuma conscientização política; odiava o Partido justamente por ele querer impedir que as pessoas aproveitassem a vida.
      “Vezes sem conta, nos comícios e manifestações espontâneas do Partido, ela pedira a plenos pulmões a execução de pessoas cujos nomes jamais ouvira antes e em cujos supostos crimes não acreditava nem por sombra. Sempre que havia julgamentos públicos ela ocupava seu lugar em meio aos destacamentos da Liga da Juventude que cercavam os tribunais da manhã à noite, entoando de quando em quando ‘Morte aos traidores!’ Durante os Dois Minutos de Ódio era sempre a primeira a insultar Goldstein aos gritos. Contudo, nem sabia direito quem era Goldstein e que doutrinas ele supostamente representava.”
      Os dois iniciam um romance escondido, encontrando-se em um quarto alugado a um senhor em um bairro dos “proletas”, onde não havia qualquer vigilância por teletela. Os “proletas” eram considerados tão pouco importantes que não eram vigiados. O relacionamento, evidentemente, era um grave crime, já que as relações amorosas deviam ser previamente autorizadas e o sexo somente deveria ser praticado para procriar. O’Brien, membro do Núcleo do Partido os convida a ir à sua casa e diz ser da Confraria, que defende a derrubada do governo e o fim da guerra.
      A seguir, vou adiantar alguns acontecimentos do livro, portanto, quem não desejar ter conhecimento antecipado, precisa decidir se quer continuar lendo o meu texto ou não. Na realidade, os dois estavam sendo espionados durante anos a mando de O’Brien, que fingia combater o governo. O dono do quarto alugado a eles também fazia parte do Partido e tudo o que eles falavam era gravado.
      Os dois são presos e torturados, obrigados a denunciar-se mutuamente e a confessar tramar contra o Partido. A prática da tortura também buscava a total lavagem cerebral dos presos, fazendo com que eles se arrependessem de ter “conspirado” e, mais do que isso, passassem a acreditar, defender e a amar o Grande Irmão e tudo o que ele representa. Somente, então, os presos eram eliminados.
      O’Brien explica a Winston Smith o que o Partido reservava para o futuro. O objetivo do Partido era suprimir as emoções humanas.
      “Ninguém mais se atreve a confiar na mulher ou no filho ou no amigo. Mas no futuro já não haverá esposas ou amigos, e as crianças serão separadas das mães no momento do nascimento, assim como se tiram os ovos das galinhas. O instinto sexual será erradicado. A procriação será uma formalidade anual, como a renovação do carnê de racionamento.” A única lealdade será ao Partido.
      “Não haverá arte, nem literatura, nem ciência. Quando formos onipotentes, já não precisaremos da ciência. Não haverá distinção entre beleza e feiura. Não haverá curiosidade, nem deleite com o processo da vida. Todos os prazeres serão eliminados.” Mas, O’Brien acrescenta, o Partido permanecerá vivo pela opressão e a imposição da obediência e do medo, mantendo a vigilância e o combate aos “inimigos” do governo.
      Winston Smith e Julia acabam sendo libertados, após muito sofrimento físico e psicológico, voltam a trabalhar em ocupações sem grande importância. Não sentem mais nenhuma atração um pelo outro, apenas aversão. Desumanizados. O Partido conseguiu fazer com que ele passasse a amar o Grande Irmão.
      Eric Arthur Blair adotou o nome George Orwell para sua carreira literária. Entre os seus livros, escreveu também “A Revolução dos Bichos”, publicado em 1945, em que animais fazem uma revolução em uma fazenda, tomando-a dos seres humanos. Os líderes da revolução são os porcos, que prometem aos demais animais uma vida mais justa e digna, sem os maus-tratos dos humanos, mas, depois, um dos porcos acaba por se tornar um ditador, repetindo os erros que dizia criticar. Eu li este livro há algum tempo, e pretendo ler novamente para comentá-lo aqui, no meu blog.
      Outro livro com uma previsão muito pessimista para o futuro do mundo, assim como “1984” é o “Admirável mundo novo”, também escrito por um autor inglês, Aldous Huxley, e publicado em 1932. Neste, o mundo igualmente é mantido sob controle e o grande líder, o “Administrador”, era conhecido como “Sua Fordeza Mustafá Mond”.
      As pessoas eram geradas em laboratório e tinham o seu papel social previamente determinado antes do nascimento, em uma sociedade dividida em categorias e dominada pelos chamados “alfas”. As classes mais baixas ficavam com os trabalhos que a elite não queria fazer, e eram condicionadas a aceitar a realidade. Eu já comentei o livro, basta consultar no meu blog. Como se vê, são livros de dois autores que previam um futuro sombrio, com governos ditatoriais e as pessoas sem direitos e permanentemente controladas. fr

domingo, 16 de outubro de 2022

Brasil é o grande campeão dos 12º Jogos Sul-Americanos (lamentavelmente, sem cobertura da TV!)


O Brasil foi o grande campeão dos 12º Jogos Sul-Americanos, encerrados ontem, em Assunção, Paraguai. Foi um domínio muito grande. A delegação brasileira terminou em primeiro lugar no quadro de medalhas, com um total de 319 medalhas, sendo 133 de ouro, 100 de prata e 86 de bronze. Os Jogos Sul-Americanos são importantes, e também servem como classificação para 27 modalidades dos Jogos Pan-Americanos do ano que vem, evento que será realizado em Santiago, no Chile. A competição foi realizada de 1º a 15 deste mês. Infelizmente, a grande imprensa no Brasil não deu importância, muito menos os canais de televisão. Lamentável a falta de apoio ao esporte por parte da imprensa. A próxima edição dos Jogos Sul-Americanos será em 2026, na Argentina, tendo como sedes as cidades de Rosario e Santa Fé.
fr 

sábado, 15 de outubro de 2022

O Céu

Um homem, um cavalo e um cachorro caminhavam por uma estrada, quando o homem se deu conta de que haviam morrido. Numa curva do caminho, avistaram um portal magnífico que conduzia a um jardim cinematográfico com uma fonte central de água fresca e cristalina. O homem, então, aproximou-se do guardador do portal perguntando:
- Que lugar maravilhoso é este?
- Aqui é o Céu, respondeu o guardião.
- Que bom, vamos poder matar a sede, disse o homem.
- O senhor pode entrar e beber à vontade, mas, animais não são permitidos!
O homem ficou desapontado, pois tinha muita sede, porém, não deixaria seus amigos, e assim prosseguiu sua jornada. Lá pelo entardecer, exaustos, chegaram a um lugar com uma pequena porteira entreaberta. Logo à entrada, havia uma árvore com um sujeito recostado em tranquilo cochilo. O viajante despertou-o indagando sobre onde poderiam matar a sede.
- Há uma fonte ali dentro, disse o estranho, apontando a direção. Podem beber à vontade.
O homem e os seus amigos saciaram então a sede. Na volta, o andarilho agradeceu ao sujeito e perguntou:
- A propósito, como se chama este lugar?
- Céu!, respondeu o estranho.
- Céu!? Mas o guardião do portal lá atrás disse que lá que é o Céu!
- Lá não é o Céu, meu amigo. Lá é o inferno!
O caminhante ficou perplexo e exclamou:
- Mas, essa informação deve causar grandes confusões!
- Pelo contrário, amigo, na verdade, eles nos prestam um grande favor, porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus amigos.
(Retirado da internet, sem autoria.)