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domingo, 24 de novembro de 2013

Dica de livro: "Pelé a Autobiografia"

Edson Arantes do Nascimento: Pelé a Autobiografia, redatores: Orlando Duarte e Alex Bellos, escrito originariamente em inglês e traduzido para português por Henrique Amat Rêgo Monteiro; editora Sextante, 2006, 304 páginas.
 
O nome, Edson, foi colocado em homenagem a Thomas Edison. Pouco antes do nascimento do menino, sua cidade natal, Três Corações, recebeu a eletricidade. A intenção era ser Edson sem o 'i', mas o cartório cometeu um erro e inseriu a letra, o que aborrece Pelé. A data de nascimento também tem um erro: Pelé nasceu em 23 de outubro de 1940, ao contrário de 21, como aparece na certidão. O apelido, Pelé, o deixava irritado quando criança, chegava a brigar com os colegas que o chamavam assim, e até foi suspenso por bater em um no colégio. O apelido teria origem em um goleiro, conhecido como "Bilé", companheiro de time do pai, João Ramos do Nascimento, o 'Dondinho'. Quando criança, Edson dizia que ia ser goleiro como "Pilé" e as pessoas entendiam "Pelé". Um menino começou a chamá-lo de "Pelé" e os outros fizeram o mesmo. Somente mais tarde Edson passou a gostar desse apelido, que se tornou mundialmente conhecido.
O primeiro clube pelo qual o menino Edson torceu foi o Corinthians. Torcia ouvindo os jogos no rádio e teve um time de botão corintiano. A paixão pelo Santos teve início em um jogo com o Comercial, pelo campeonato paulista, e, claro, e se solidificou nos anos seguintes. Já em Santos, jogando no clube aos 15 anos, chegou a morar em um dos quartos embaixo das arquibancadas. Na final de um torneio do sub-16, Edson perdeu um pênalti e o Santos o título. Triste e sentindo-se culpado, na manhã seguinte arrumou suas coisas e resolveu voltar para a casa dos pais, na época morando em Bauru. Mas, para felicidade dele e do futebol, foi impedido por um dos funcionários, pois não tinha autorização para sair sozinho do clube, por ser menor de idade. Se tivesse abandonado o Santos naquele dia, acredita, nunca mais teria sido aceito de volta.
No livro, Pelé fala dos jogos mais importantes da carreira, da família, do sucesso e também dos fracassos. Perdeu praticamente todo o patrimônio por causa de um procurador, seu padrinho do primeiro casamento. Anos mais tarde, fechou sua empresa e processou o sócio, perdendo novamente muito dinheiro. "Esta é uma das razões pelas quais ainda trabalho tanto: preciso pagar muitos advogados." Pelé conta que é da terceira geração livre da família, seus bisavós eram escravos. "Nascimento era o nome do proprietário da fazenda onde trabalhava o primeiro dos meus ancestrais a chegar ao Brasil".
Conta também que teve dois filhos de relações fora do casamento. Sandra Regina Machado entrou na justiça para ser reconhecida como filho de Pelé, escreveu um livro ("A Filha que o Rei Não Quis"), foi eleita vereadora em Santos e faleceu em 2006. "A minha irmã Maria Lúcia foi conversar com ela e teve a impressão de que ela estava mais interessada em dinheiro do que em ficar comigo." Flávia Christina Kurtz, ao contrário, foi reconhecida por Pelé, que pagou seus estudos e uma pensão. "No instante em que a minha mãe a viu, soube que não seria necessário um teste de DNA: aquela era sua neta, sem a menor dúvida."
Um fato curioso relatado no livro. Após pesquisas sobre a carreira de Pelé, foram descobertas algumas partidas "perdidas". "Esta última pesquisa sugere que Pelé marcou de fato seu milésimo gol antes da famosa partida contra o Vasco da Gama, em 19 de novembro de 1969 (...). De maneira semelhante, o milésimo jogo da carreira de Pelé foi festejado na ocasião como sendo Santos x Transvaal, em 28 de janeiro de 1971, mas hoje parece provável que essa marca tenha sido atingida nove dias (e três partidas) mais cedo." Pelé, o atleta do século 20, disputou 1367 jogos e marcou 1283 gols; foi três vezes campeão mundial e é considerado por muita gente como o maior jogador de futebol de todos os tempos. O livro tem muitas fotos interessantes. Eu o comprei há uns anos para presentear um primo que mora em Portugal, mas ele não é mais encontrado nas livrarias, e tornou-se uma raridade, pelo menos no Brasil. Provavelmente deixou de ser vendido devido a brigas na Justiça. Quem se interessar pelo assunto, somente procurando em sebos.   fr

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