Terça-feira, a Assembleia Geral da ONU (Organização das
Nações Unidas) votou maciçamente contra o bloqueio que os EUA mantêm a Cuba
desde 1962. É o 24º ano consecutivo que
o mundo condena o bloqueio, e com o maior apoio internacional. Foram 191
países que votaram a favor do fim do bloqueio, e somente dois contra (Estados
Unidos, claro, e Israel). A votação, no entanto, tem apenas o sentido de
recomendação, já que a Assembleia não tem o poder de impor sanções a nenhum
país. Mas demonstra de forma indiscutível que o mundo condena o bloqueio a
Cuba, que vem amargando um enorme prejuízo social e tecnológico devido a sua
existência. O próprio presidente estadunidense Barack Obama manifesta-se
contrário a ele, mas para o seu fim é necessária a aprovação pelo Congresso dos
EUA. Os dois países restabeleceram as relações diplomáticas este ano. O
presidente cubano, Raul Castro, no entanto, tem afirmado que a normalização
definitiva depende do fim do bloqueio e da devolução a seu país do território ocupado
em Guantánamo desde 1903, por conta do arrendamento perpétuo aos EUA, que teve
papel decisivo na independência cubana da Espanha, na chamada Guerra
Hispano-Americana em 1898. No local, os Estados Unidos construíram uma base
militar que passou a ser usada como prisão desde o início deste século, onde já
foi constatada a prática de tortura, e ele somente pode ser devolvido a Cuba se os dois
países envolvidos concordarem, conforme estabelecido em um acordo de 1934. Espero
que as negociações avancem e EUA e Cuba possam consolidar boas relações políticas
e econômicas, com o fim desse anacrônico bloqueio e a devolução da base militar
de Guantánamo ao povo cubano. fr
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