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quinta-feira, 29 de junho de 2017

Dica de livro: "Esaú e Jacó"

Esaú e Jacó, Machado de Assis, s/local, Klick Editora, s/data, 270 páginas.

Considerado o maior nome da literatura brasileira, Machado de Assis escreveu, ao longo dos seus 69 anos, peças teatrais, contos, crônicas, poemas e nove livros. Li há poucos dias a sua penúltima obra, “Esaú e Jacó”, lançada em 1904, em que ele conta a inimizade entre dois irmãos gêmeos, Pedro e Paulo, iniciada ainda "no útero da mãe". Desde crianças pequenas brigavam por tudo, desde que perceberam que, com as brigas, ganhavam mais atenção da mãe, que se demonstrava tolerante com os desentendimentos dos dois, passando-lhe apenas "ralhos amigos", apesar de não gostar de vê-los desunidos.
Preocupada com o destino dos filhos, ainda grávida ela procurou uma vidente no antigo Morro do Castelo, que lhe previu vagamente “coisas futuras”, o que lhe trouxe muita esperança com o futuro dos filhos. Os dois, já adultos, divergiam sempre, inclusive sobre política, mais especificamente sobre o sistema de governo que o país deveria seguir, às vésperas da proclamação da República. Pedro posicionava-se a favor da Monarquia, Paulo era simpatizante da mudança. Os dois seguiram por caminhos próprios na vida profissional, Pedro seguiu a Medicina; Paulo a advocacia. Mas ambos entraram na política, sendo eleitos deputados e defendendo suas convicções.
O distanciamento aumentou ainda mais após os dois apaixonaram-se pela mesma mulher, Flora, que não se decidia por qual dos dois nutria mais amor. O único elo entre os dois era o amor à mãe. Assim como no clássico “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado de Assis usa um narrador para contar a estória, e ele se dirige diretamente a nós, leitores. E, assim como aquele livro, que teve o personagem Quincas Borba utilizado no livro homônimo, anos mais tarde, o autor lançou depois uma obra baseando-se em um personagem de um trabalho anterior. Em 1908, Machado de Assis publicou o seu último livro, “Memorial de Aires”, voltando a usar um dos personagens de “Esaú e Jacó”, o diplomata aposentado José da Costa Marcondes Aires, que anotava passagens de sua vida. Este livro eu ainda não li, mas já está na minha lista. fr

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