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sábado, 2 de dezembro de 2017

Dica de livro: "Memorial de Aires"

Memorial de Aires, Machado de Assis, s/l, editora Klick, s/d, 189 páginas.
 
Último romance escrito por Machado de Assis, publicado em 1908, justamente o ano de sua morte, no dia 29 de setembro, aos 69 anos. O livro é o relato das memórias do conselheiro José da Costa Marcondes Aires, diplomata aposentado, no período dos anos de 1888 a 1889, em forma de diário. O personagem esteve presente no romance anterior, “Esaú e Jacó”, de 1904, para muitos seria ele o seu narrador, e, assim como Quincas Borba no livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, acabou voltando em um livro posterior. “Memorial de Aires” faz parte da fase realista de Machado de Assis, que teria, segundo estudiosos de sua obra, utilizado aspectos autobiográficos nele. Dona Carmo (casada com Aguiar) seria a lembrança de sua esposa, Carolina, falecida quatro anos antes; assim como o casal do livro, Machado e a esposa não tiveram filhos. Aires conta a estória da jovem viúva Fidélia, que casou com o filho do inimigo político de seu pai, que acabou brigando com ela, com quem não mais falou, mesmo após a morte do genro. Dona Carmo e Aguiar, tristes pela ausência de um filho, acabam afeiçoando-se a ela como se fosse uma filha. Fidélia tem como pretendentes Osório, funcionário do banco onde Aguiar trabalha; Tristão, afilhado de Dona Carmo, e também como se fosse um filho para ela; e o próprio Aires, estimulado pela irmã, que não queria vê-lo mais sozinho. Mas ele não se empenhou muito nessa paixão, pela diferença de idade que os dois tinham. Mais uma estória simples, sem grandes reviravoltas, mas contada pelas mãos de Machado de Assis. Curiosidade: O ano do início das memórias é justamente o ano da abolição da escravidão no Brasil, e as memórias do conselheiro mostram o descontentamento do pai de Fidélia, o barão de Santa-Pia, com a princesa Isabel. Inconformado com a iminente assinatura da ‘Lei Áurea’, ele resolve dar liberdade a seus escravos antes, para não vê-los libertos pelo governo, que pretende, depois, ver derrubado. fr

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