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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Incêndio destrói Museu Nacional e parte considerável da memória brasileira

Ontem à noite, a notícia de que o Museu Nacional foi praticamente destruído por um incêndio me deixou muito triste. É revoltante como o poder público trata a História e a cultura do nosso país com tanto descaso. A mais antiga instituição científica brasileira, com 200 anos completados em junho, e que possuía um acervo de mais de 20 milhões de itens, segundo o G1, virou cinzas em poucas horas. O museu, o Rio de Janeiro, o Brasil, o mundo perderam com o fogo preciosidades históricas como o fóssil de “Luzia”, o mais antigo do continente americano; a coleção de múmias egípcias de D. Pedro II e o esqueleto do primeiro dinossauro de grande porte montado no país. O Museu Nacional foi residência de um rei, D. João VI; e dois imperadores, D. Pedro I e D. Pedro II. A imprensa internacional repercutiu a tragédia.
As ‘autoridades’ dizem que as causas do incêndio, iniciado após o encerramento do horário de visitas, serão investigadas pela Polícia Federal, já que o museu pertence à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Já levantaram as hipóteses de curto circuito e de um balão ter caído sobre o prédio. O fato é que é inaceitável que um museu da importância como este não esteja devidamente protegido por medidas de segurança contra incêndio. Agora, ouço e leio várias pessoas reclamarem que o Museu Nacional não tinha sequer portas corta-fogo, nem mesmo uma brigada de incêndio 24 horas. E que teria faltado água nos hidrantes próximos, e foi necessário usar a água do lago da Quinta da Boa Vista. Além de tudo isto, que o atual e os governos anteriores não repassam verbas para a manutenção do museu, e de outros. O Museu Nacional vem sofrendo há anos cortes de verbas. Uma vergonha!
Os políticos, claro, já se apressaram para se aproveitar politicamente da tragédia. Leio que o governo federal promete a liberação de 10 milhões de reais para a recuperação do prédio. Então por que não o fizeram antes?, a fim de evitar essa tragédia anunciada. O que aconteceu é um crime contra o país, que vê, impotente, a sua História, a sua memória e a sua cultura serem destruídas continuamente. Podem recuperar o prédio, claro, mas o acervo não. Triste! Eu visitei o Museu Nacional pela última vez em janeiro de 2015, e reproduzo mais abaixo a matéria que escrevi aqui no meu blog, com fotos. E também uma matéria que eu publiquei já tratando do corte de verbas para o Museu, que ficou fechado para o público por falta de dinheiro para pagar à empresa terceirizada que fazia a sua limpeza. fr 
 

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