SEJA ÉTICO

SEJA ÉTICO: Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução do conteúdo deste blog com a devida citação de sua fonte.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Novela "Estúpido Cupido"

 
          “Estúpido Cupido” é a novela mais antiga de que tenho lembrança. Eu era muito criança, mas lembro que a abertura, suas músicas e os personagens me chamavam a atenção. Foi a estreia de Mário Prata como autor de novela para a televisão, e a direção foi de Régis Cardoso. Lembro bem também dos atores que fizeram a novela, mesmo aqueles que não são tão famosos atualmente, os seus rostos marcaram. A novela foi exibida pela TV Globo no horário das 19 horas, de 25 de agosto de 1976 a 28 de fevereiro de 1977, em 160 capítulos, tendo sido reexibida em 1979, à tarde, segundo pesquisei na Wikipédia. E foi a última novela da emissora exibida em preto e branco, tendo apenas os dois últimos capítulos em cores.
 
“Estúpido Cupido” fez um sucesso enorme em todo o país, tornando os seus atores muito conhecidos nacionalmente. As músicas também agradaram, e o disco da trilha sonora da novela vendeu cerca de um milhão de exemplares. Celly Campello, cantando “Banho de Lua” marcou época, e essa música é lembrada até hoje. Ela chegou até a fazer uma participação especial, como ela mesma. A emissora chilena TVN fez uma adaptação da novela, em 1995, com o mesmo nome.
A estória da novela se passa na fictícia cidade de Albuquerque, no interior paulista, no ano de 1961. As gravações externas, porém, ocorreram na cidade fluminense de Itaboraí. Mostra os jovens e as inovações da época, como o rock; o uso do jeans e as jaquetas de couro; as gírias dos jovens; e as motocicletas e lambretas. Um dos personagens era o mendigo Belchior, interpretado pelo ator Luiz Armando Queiroz, que andava pela praça principal da cidade, simulando a apresentação de um programa de rádio. De acordo com a atriz Elizabeth Savalla, a novela sofreu com a ação da Censura da ditadura militar à época. A sua personagem, a irmã Angélica, queria encenar a peça “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, mas o governo não permitiu devido à presença de um Cristo negro no enredo.
A personagem Maria Teresa, ou Tetê, da atriz Françoise Forton, sonhava vencer o Miss Brasil de 1961. A novela reconstituiu o concurso no Maracanãzinho, incluindo com a presença dos apresentadores, Hilton Gomes e Marly Bueno. Françoise Forton somente descobriu que a Tetê venceu o concurso no momento da gravação do capítulo, quando anunciaram a decisão dos jurados. A atriz diz que não esperava que sua personagem fosse eleita Miss Brasil, apenas ficar entre as primeiras, e que foi uma grande emoção quando ouviu o anúncio do seu nome como vencedora. Em 2016, Françoise Forton estrelou um musical baseado na novela, com texto de Flávio Marinho, e direção de Gilberto Gawronski.
           Eu fiz uma pesquisa na internet, e selecionei as fotos de 30 atores que participaram da novela, incluindo a cantora Celly Campello (abaixo). Alguns poucos ainda estão atuando, outros já faleceram. Lembro que encontrei a linda Djenane Machado em um comício a favor do Fernando Gabeira, candidato do PT a governador do Rio, na Cinelândia. Simpática e linda! Mas, é curioso como eu me lembro de praticamente de todos, mesmo sendo muito criança na época. Assim como acontecia no país todo, a minha família ligava a televisão para assistir a novela, e eu acabei retendo alguma coisa na memória. As músicas eram animadas e os personagens cativantes, principalmente os “jovens rebeldes” da época. Fica aqui o registro. Assista ao vídeo abaixo, com a abertura da novela. fr