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terça-feira, 21 de maio de 2024

Portugal diz que não pagará indenizações pelos crimes da colonização. E nem poderia, mas deve ter uma postura de respeito aos brasileiros.


        O ministro das Relações Exteriores de Portugal, Paulo Rangel, afirmou que o país não tem a intenção de pagar indenizações pelos crimes cometidos nas nações que colonizou. A declaração foi dada no dia 15 deste mês, no Parlamento português: “Não haverá um processo ou programa de ações específicas para indenizar outros países pelo passado colonial português. (...) Mas quando for justo pedir desculpas, o faremos, como no caso do massacre de Wiriyamu.” Referia-se a Moçambique, em que 400 civis foram assassinados durante a guerra de independência, em 1972. O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, havia reconhecido, no dia 23 do mês passado, os crimes cometidos pelo seu país durante o período de colonização, e que “devemos pagar os custos”. Mas não disse como.
      Minha opinião: Eu não sou favorável que o governo brasileiro fique estimulando expectativas de que Portugal vá pagar pelos crimes que cometeu durante a colonização em nosso país. Foram bens e riquezas saqueados; tortura, escravidão e assassinato de indígenas e africanos, entre outros. Como colocar preço em vidas humanas? Como esperar que um país pequeno, que não tem uma indústria forte e vive apenas do setor terciário, principalmente do turismo, possa ter recursos para reparar todas as riquezas que pilhou? E o ouro? Qualquer valor seria baixo demais. Se não podem pagar pelo mal que fizeram, podiam, pelo menos, reconhecer o que fizeram de errado e adotar uma postura mais respeitosa com os brasileiros que viajam a Portugal, seja a turismo ou em busca de trabalho. Seria bastante útil para Brasil e Portugal manterem uma relação amigável e produtiva.
        Não há registros precisos de quanto ouro foi retirado das nossas terras durante a colonização portuguesa, até porque muitos documentos da época foram destruídos durante os séculos e também porque havia muito contrabando. Algumas estimativas defendem que Portugal extraiu, pelo menos, 128 toneladas, mas há quem acredite que foi muito mais e que o total gire em torno de 200 toneladas. Seja como for, foi muito ouro, que daria para fazer de Portugal uma das nações mais poderosas e respeitadas até hoje. Mas a Coroa portuguesa usou grande parte desse tesouro para reconstruir a cidade de Lisboa, destruída pelo terremoto de 1755, e para pagar dívidas com a Inglaterra, que se beneficiou bastante do nosso ouro. Vai ver que é por isso que os ingleses costumam falar que Portugal e Inglaterra são “aliados” históricos, porque eles sempre conseguem muitas vantagens do seu “aliado”, e não é de hoje. Até parece que Portugal teria condições de ressarcir todas as riquezas que tirou daqui.
        Os portugueses costumam alegar que o Brasil “nem existia” como país na época da colonização. É verdade. Mas é verdade também que o Brasil ressente-se até hoje de tudo que foi explorado, para nós restou apenas os custos ambientais e financeiros da colonização. Portugal somente veio a criar a primeira instituição superior do Estado português em território brasileiro, por exemplo, em 1808, e ainda assim devido à transferência da família real para cá, fugindo das tropas francesas de Napoleão. As primeiras universidades brasileiras foram abertas após a independência, já no século 20. A Espanha, por sua vez, abriu universidades em suas colônias desde o século 16.
        Em Portugal, eles procuram eximir-se da violência praticada contra indígenas e africanos, dizendo que “eram outros tempos”. O escritor e jornalista brasileiro Eduardo Bueno, autor de vários livros sobre a colonização no Brasil (leiam os comentários que eu fiz sobre os livros aqui, no meu blog), recentemente contestou essa tentativa de fugir das responsabilidades, em entrevista à imprensa:
        - Se eles dizem que não podemos julgar as pessoas pela mentalidade de hoje, lembro que desde Roma [antiga] havia vozes que se erguiam contra a escravidão. E pessoas dignas, como Bartolomeu de las Casas e Damião de Góis, defendiam que os indígenas tinham alma e não poderiam ser escravizados. Então, Portugal tem que assumir e a extrema direita tem que ser calada.
        Atualmente, tomamos conhecimento constantemente de casos vergonhosos de xenofobia (antipatia e ódio contra estrangeiros) em Portugal contra brasileiros. E é muito comum ouvir esses portugueses ignorantes e cheios de ódio dizerem aos brasileiros “volta para tua terra!” Esses idiotas parecem esquecer que Portugal é um dos países que mais exporta mão de obra no mundo. Milhões de portugueses saíram do país durante o longo período de Salazar, fugindo da ditadura e para não lutar nas guerras pela independência das colônias africanas. Foram para vários países, inclusive para cá, no Brasil. E hoje em dia, outros milhares de portugueses saem em busca de emprego nos Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra, Alemanha e outros países.
        Para os idiotas cheios de ódio funciona o seguinte raciocínio (egoísta e hipócrita): os portugueses podem sair para viver e trabalhar fora, mas os brasileiros e outros estrangeiros não podem fazer o mesmo em Portugal. fr

segunda-feira, 20 de maio de 2024

A bola mais usada nas 'peladas' da infância

Uma de minhas lembranças de criança era a bola Dente de Leite da Estrela, uma bola de borracha. Eu vivia jogando bola, na área do prédio, e na escola (antes das aulas e no intervalo). Muitas vezes eu e os meus colegas improvisávamos uma bola com meia e jornal, o importante era jogar. Era a bola mais barata para se conseguir na época, o ruim era que furava muito facilmente. As bolas melhores eram mais caras e, por isso, menos usadas. 😄😄Hoje em dia, as crianças nem sabem o que é isso, estão ocupadas demais no celular. fr 

domingo, 19 de maio de 2024

Estados do Nordeste têm as cidades mais violentas do Brasil e algumas das cidades mais violentas do mundo

        Muitas pessoas costumam dizer que o Rio de Janeiro é a cidade mais violenta do Brasil. Mentira! Dizem isso por desinformação ou, até mesmo, de forma mal intencionada. Os estados do Nordeste são os mais violentos do Brasil. E onde estão algumas das cidades mais violentas do mundo. E quem afirma isto são estudos realizados por especialistas. Mas eu, como carioca e morador do Rio, não levo isso como consolo, porque o Rio tem, sim, muita violência, apenas não é a cidade mais violenta, isto é preciso ser dito.
        O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou em janeiro deste ano, que no período de janeiro a outubro do ano passado, a taxa de homicídio doloso (com a intenção de matar) por 100 mil habitantes foi de 23,40 na Região Nordeste, e no Brasil todo foi de 14,33. Os estados do Nordeste tiveram uma média de 45 mortes violentas por dia, quase metade da média de todo o país, que foi de 110 mortes. De acordo com o Ministério, os estados com mais mortes violentas (homicídio doloso, latrocínio, morte por intervenção policial, feminicídio e lesão corporal seguida de morte) são Bahia (5.508), Pernambuco (2.995) e Ceará (2.539).
        Em levantamento realizado em 2023 pela ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal, DEZ cidades brasileiras estão entre as mais violentas do mundo, NOVE são do Nordeste. A cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi apontada como a cidade brasileira mais violenta e a 11ª mais violenta do mundo. Na relação, seguem Salvador (Bahia), Manaus (Amazonas, na região Norte), Feira de Santana (Bahia), Vitória da Conquista (Bahia), Natal (Rio Grande do Norte), Fortaleza (Ceará), Recife (Pernambuco), Maceió (Alagoas) e Teresina (Piauí). México é o país onde está o maior número de cidades: 17, na lista de 50. Estados Unidos têm sete cidades na lista. Veja a lista completa abaixo. fr

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Botafogo vence 3º jogo consecutivo e consegue classificação, por antecipação, às oitavas da Libertadores

O Botafogo venceu, ontem, o Universitario, em Lima, no Peru, por 1x0, e garantiu, com antecedência, a vaga nas oitavas de final da Copa Libertadores. Esta foi uma classificação de recuperação, já que perdeu nas duas primeiras rodadas, mas conseguiu vencer nas três rodadas seguintes. Vendo os melhores momentos, dá para perceber que não foi um bom jogo, com poucas chances reais de gol. O alvinegro reclama de um pênalti não marcado, aos 27 minutos do primeiro tempo, quando o zagueiro Di Benedetto desvia a bola, na risca da pequena área, e, ao cair, toca com a mão na bola. Para mim, foi pênalti! O último jogo desta fase será no dia 28 deste mês, contra o Junior Barranquilla, na Colômbia, também já classificado, e vai decidir quem será o primeiro colocado, já que os dois estão com nove pontos, sendo que o adversário está em primeiro pelo saldo de gols, três contra um. fr
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FICHA TÉCNICA
UNIVERSITARIO-PER 0 X 1 BOTAFOGO
UNIVERSITARIO - Britos; Corzo, Riveros e Di Benedetto; Andy Polo, Murrugarra (Concha), Ureña (Dorregaray), Pérez Guedes (Calcaterra) e Portocarrero; Edison Flores (Christofer Gonzáles) e Valera (Rivera). Técnico: Fabián Bustos.
BOTAFOGO - John Victor; Damián Suárez, Lucas Halter, Bastos e Hugo; Danilo Barbosa (Gregore), Marlon Freitas e Tchê Tchê (Patrick de Paula); Luiz Henrique (Jeffinho), Savarino (Yarlen) e Júnior Santos. Técnico: Artur Jorge.
GOL - Jeffinho, aos 31 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Di Benedetto e Ureña (Universitario); Danilo Barbosa e Bastos (Botafogo).
ÁRBITRO - Cristián Garay (CHI).
LOCAL - Monumental de Lima, em Lima (PER).
Fonte: GZH Esportes

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Com time misto, Botafogo consegue um difícil empate com o Fortaleza

O Botafogo até conseguiu um bom resultado, ontem, ao empatar, fora de casa, com o Fortaleza, por 1x1, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. Isto porque o treinador português poupou alguns titulares no primeiro tempo; o Fogão vai ter um jogo decisivo na quinta-feira, contra o Universitario, em Lima, no Peru. O Fortaleza dominou no primeiro tempo, sempre tendo a iniciativa do ataque. No segundo, o alvinegro melhorou, com a entrada de titulares. Foi um jogo muito bom de se ver, com os dois times jogando no ataque (o Fortaleza foi melhor no primeiro tempo, e o Botafogo no segundo). O resultado foi justo. O Botafogo está em terceiro lugar, com 10 pontos; a liderança está com o Athletico-PR, com 13 pontos. O Fortaleza está em 11º lugar, com sete pontos, tendo uma vitória e quatro empates em cinco jogos. Os jogos envolvendo Grêmio, Internacional e Juventude não estão sendo realizados desde a quinta rodada, devido à enchente que atingiu as cidades da região Sul. fr
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FICHA TÉCNICA
FORTALEZA 1X1 BOTAFOGO
Local: Castelão, Fortaleza (CE)
Data: 12/05/2024, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Público: 15.914 torcedores
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO)
Assistentes: Guilherme Dias Camilo (Fifa-MG) e Leone Carvalho Rocha (GO)
VAR: Rodrigo D Alonso Ferreira (SC)
Cartão amarelo: John, Óscar Romero, Mateo Ponte, Cuiabano, Diego Hernández e Alexander Barboza (Botafogo) e Titi, Hércules, Brítez e Lucero (Fortaleza)
Cartão vermelho:
Gols:
Fortaleza: Pochettino, aos 9' do 1ºT
Botafogo: Danilo Barbosa, aos 40' do 1ºT
FORTALEZA: João Ricardo; Tinga, Kuscevic, Titi e Felipe Jonatan; Matheus Rosseto, Hércules (José Welison) e Pochettino (Machuca); Marinho (Pikachu), Breno Lopes (Moisés) e Renato Kayzer (Lucero). Técnico: Juan Pablo Vojvoda
BOTAFOGO: John; Mateo Ponte (Damian Suárez), Bastos, Alexander Barboza e Cuiabano; Danilo Barbosa (Marlon Freitas), Gregore e Tchê Tchê; Jeffinho (Savarino), Óscar Romero (Diego Hernández) e Luiz Henrique (Júnior Santos). Técnico: Artur Jorge.
Fonte: Gazeta Esportiva.

sábado, 11 de maio de 2024

Irlandeses matavam para vender os corpos para o estudo científico no século 19

        A cidade de Edimburgo, capital da Escócia, foi um dos principais centros de estudos da anatomia humana durante o século 19. À época, os corpos utilizados para o estudo e pesquisa eram os de criminosos condenados à morte, já que não havia muitos cadáveres disponíveis, pelo menos de maneira lícita. Essa carência deu origem a um mercado paralelo e sinistro. Ladrões invadiam cemitérios e roubavam corpos recém enterrados, já que os métodos de conservação eram precários e eles precisavam estar em boas condições, e os vendiam para instituições de ensino. Mesmo quando presos, esses ladrões não podiam ser condenados, pois não existia uma legislação que considerasse como crime o roubo de sepulturas, e os cadáveres não eram considerados propriedade de quem quer que fosse.
        Dois irlandeses quiseram aproveitar-se dessa demanda e passaram a matar pessoas e vender os seus corpos a um médico. A ideia surgiu quando um deles, William Hare, morava em uma pensão, cujo proprietário faleceu. Hare casou-se, depois, com a viúva, Margaret, e passou a administrar o lugar. Em novembro de 1827, o aposentado Donald, um dos hóspedes, morreu, deixando vários meses sem pagar. A fim de se ressarcir do prejuízo, Hare resolveu vender o corpo para a escola de anatomia do doutor Robert Knox, um respeitado médico e professor escocês. Para simular o enterro de Donald, Hare contou com a ajuda do compatriota William Burke e de sua namorada, Helen Mc Douglas, que também residiam na pensão. Convencidos que essa poderia ser uma forma de conseguir uma renda extra, os criminosos resolveram dar continuidade à prática. Mas, ao invés de invadir cemitérios, passaram a atrair para a pensão pessoas carentes ou sem família, como mendigos e prostitutas, e matá-las.
        As vítimas eram embriagadas, Burke as asfixiava e Hare fazia a venda para o doutor Knox. Durante o ano de 1828, os três mataram e venderam os corpos de, pelo menos, 16 pessoas. Com o tempo, o fato de o médico ter sempre cadáveres em quantidade e em bom estado de conservação despertou suspeitas nos seus estudantes, que reconheceram dois dos corpos: um jovem com problemas mentais, Daft Jamie, muito conhecido pelas pessoas, e a prostituta Mary Paterson. Os estudantes levaram ao conhecimento do doutor Robert Knox, que não deu a importância devida, ou preferiu desconsiderar propositalmente a denúncia. Após o sumiço repentino de uma das hóspedes da pensão, a irlandesa Mary Docherty, os outros hóspedes desconfiaram e encontraram o corpo dela debaixo de uma cama, denunciando o caso à polícia. Quando os policiais chegaram na pensão, já não encontraram o cadáver, mas viram várias manchas de sangue no local e, após investigação, chegaram até o doutor Knox. Veja, abaixo, ilustração de William Burke assassinando uma das vítimas, Margery Campbell.
Gravura idealizada de Robert Seymourde mostrando Burke matando Margaret Docherty, também conhecida como Margery Campbell 
        William Hare e a esposa e William Burke e a namorada foram presos em 24 de dezembro de 1828. Em troca da sua liberdade e da sua esposa, Hare fez um acordo com a polícia, passando as informações de todos os assassinatos. Burke acabou por confessar os crimes e foi condenado à execução pública na forca, consumada em 28 de janeiro do ano seguinte, com a presença de uma multidão estimada em 25 mil pessoas, ávidas por assistir ao “espetáculo” (veja ilustração, abaixo). Na sentença, foi determinado que o seu cadáver servisse ao estudo médico, sendo posteriormente dissecado na presença de vários estudantes e curiosos. A maior parte da pele do corpo foi desviada, sendo, depois, vendida e usada até para a confecção de estojos de cartões de visita e livros; um deles está no Museu da Universidade de Edimburgo, junto com o esqueleto de Burke. A sua namorada, Helen, foi absolvida por falta de provas, mas, assim como Margaret, não se sabe o que aconteceu com elas depois.
        William Hare foi para Londres, onde acabou morrendo como indigente. Acusado pela receptação dos cadáveres, o doutor Robert Knox não foi processado porque não teria sido provado que ele tinha conhecimento da procedência dos corpos e como eles eram conseguidos. Ele alegou ter a única motivação utilizá-los para o estudo científico. A sua reputação, no entanto, decaiu significativamente e o seu curso, que chegou a ter 504 estudantes matriculados em 1827 e no ano seguinte, decaiu bastante. Os assassinatos em série para a comercialização dos corpos das vítimas chocaram os britânicos. Com o objetivo de combater o roubo de cadáveres, o parlamento do Reino Unido promulgou, em 1832, o Anatomy Act, autorizando a utilização para o estudo da anatomia dos corpos das pessoas falecidas e não reclamados por familiares ou amigos.
        Fontes: “Episódio macabro no ensino de Anatomia”, professor Joffre M. de Rezende; “William Burke e William Hare: a dupla da Era Vitoriana que matava pessoas e vendia cadáveres”, “Aventuras na História”, Caio Tortamano, 24/7/2020; Wikipédia. fr
Execução de Burke, de uma impressão contemporânea

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Botafogo vence LDU, sai do último lugar e já é segundo na Libertadores

O Botafogo venceu, ontem, a LDU, por 2x1, em casa, e saiu da última colocação direto para o segundo lugar do grupo D da fase de grupos da Copa Libertadores. Aos 17 minutos do primeiro tempo, Estrada da LDU marcou, de calcanhar, mas, após 10 MINUTOS, o VAR chegou à conclusão que houve impedimento anterior e o gol foi anulado. Logo na sequência, Luiz Henrique cruzou da direita para a área da LDU, Hugo dominou e chutou, de esquerda, para fazer um golaço. Mas, aos 46 minutos, novamente Estrada marcou e empatou. Aos 23 minutos do segundo tempo, Junior Santos recebeu de Óscar Romero na meia-lua, e colocou no canto direito do gol adversário, fazendo o gol da vitória, e seu nono gol na Libertadores deste ano. Ele é o artilheiro da competição, quatro gols à frente do segundo colocado, Paulinho, do Atlético Mineiro. No grupo D, o Fogão e o Junior Barranquilla chegaram aos seis pontos, mas o clube colombiano tem um saldo de gols maior. Universitario, do Peru, está em terceiro, com cinco pontos, e a LDU caiu para último, com apenas quatro. Faltam apenas dois jogos para definição dos classificados para as oitavas de final. Na quinta-feira que vem, o alvinegro enfrentará o Universitario, em Lima, no Peru, e no dia 28 deste mês o Junior, na Colômbia. fr
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FICHA TÉCNICA

BOTAFOGO 2 X 1 LDU-EQU
Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 8 de maio de 2024 (Quarta-feira)
Horário: 21h30(de Brasília)
Árbitro: Darío Herrera (Argentina)
Assistentes: Facundo Rodríguez (Argentina) e Ezequiel Brailovsky (Argentina)
VAR: Hernán Mastrangelo (Argentina)
Cartões amarelos: Lucas Halter, Luiz Henrique, Diego Hernández e Marlon Freitas (Botafogo); Estrada, Piovi e Dominguez (LDU)
GOLS
BOTAFOGO: Hugo, aos 30min do primeiro tempo; Junior Santos, aos 23min do segundo tempo
LDU: Estrada, aos 46min do primeiro tempo
BOTAFOGO: Jhon, Damián Suárez, Lucas Halter, Bastos e Hugo; Marlon Freitas, Danilo Barbosa (Gregore) e Jefferson Savarino (Tchê Tchê); Luiz Henrique (Diego Hernández), Jeffinho (Romero) e Júnior Santos
Técnico: Artur Jorge
LDU: Alexander Dominguez, Quintero, Ricardo Adé, Facundo Rodríguez e Quiñónez; Villamil (Alzugaray), Piovi, Jhojan Julio (Angulo) e Estrada (Charcopa); Estupiñán (Alvarado) e Alex Arce
Técnico: Josep Alcácer
Fonte: Gazeta Esportiva

quarta-feira, 8 de maio de 2024

"Memórias do Cárcere", 1984

MEMÓRIAS DO CÁRCERE
Brasil, Drama, 1984
Direção: Nelson Pereira dos Santos
Com: Carlos Vereza, Glória Pires, Nildo Parente, Jofre Soares
Filme baseado no livro homônimo do jornalista e escritor alagoano Graciliano Ramos, em que ele registrou suas memórias sobre os meses em que esteve preso, sem processo e acusação formal. O filme tem adaptação, roteiro e direção de Nelson Pereira dos Santos. O filme tem algumas passagens que não estão no livro, que eu li e sobre o qual publiquei ontem, como o capitão Lobo pedindo um autógrafo a Graciliano Ramos na cadeia e o escritor entregando os originais do seu recém-concluído livro a um colega do trabalho.fr

"Memórias do Cárcere" (trecho)

terça-feira, 7 de maio de 2024

"Memórias do Cárcere", Graciliano Ramos


“Memórias do Cárcere”
, Graciliano Ramos; Rio de Janeiro, editora Record, s/ano, v. 1, 378 páginas, e v. 2, 319 páginas (Coleção Mestres da Leitura Contemporânea, volumes 40 e 41).

        Livro em que Graciliano Ramos (1892-1953) recorda o período em que esteve preso de março de 1936 a janeiro de 1937, após a chamada Intentona Comunista, uma tentativa fracassada realizada em novembro de 1935 em Natal, no Recife e no Rio de Janeiro, de derrubar o governo de Getúlio Vargas. O movimento foi organizado pela ANL (Aliança Nacional Libertadora), liderada por Luis Carlos Prestes, com o apoio da Internacional Comunista, estrutura de disseminação do comunismo pelo mundo, com sede em Moscou. A intenção era implantar o comunismo no Brasil, e acabou por dar origem a um período de denúncias e perseguições. Apesar de não ter havido acusação formal ou processo, o escritor foi preso, considerado simpático ao movimento comunista.
        O livro foi escrito a partir de 1946, já no governo de Eurico Gaspar Dutra, mas Graciliano não chegou a concluí-lo, devido a um forte desânimo que sentia e ao enfraquecimento de sua saúde. Foi publicado em setembro de 1953, meses após o seu falecimento, ocorrido em 20 de março, aos 60 anos, devido a um câncer de pulmão. São dois volumes com cerca de 700 páginas. O escritor tinha consciência que não veria o livro publicado: “Estou a descer para a cova, este novelo de casos em muitos pontos vai emaranhar-se, escrevo com lentidão – e provavelmente isto será publicação póstuma, como convém a um livro de memórias.”
        Na obra, Graciliano Ramos conta ter sido preso em 1936, em sua casa, em Maceió, onde morava com a esposa e oito filhos, após ter sido demitido da Instrução Pública de Alagoas devido a pressões sobre o governador daquele estado. Graciliano foi alertado por um ex-colega do trabalho e por uma parenta sobre a iminência de sua prisão, mas preferiu aguardar os acontecimentos, não os questionando, nem procurando quem o pudesse ajudar a entender o que acontecia.
        “Ótimo. Num instante decidi-me. Não me arredaria, esperaria tranquilo que me viessem buscar. Se quisesse andar alguns metros, chegaria à praia, esconder-me-ia por detrás de uma duna, lá ficaria em segurança. Se me resolvesse a tomar o bonde, iria até o fim da linha, saltaria em Bebedouro, passaria o resto do dia a percorrer aqueles lugares que examinei para escrever o antepenúltimo capítulo do romance. Não valia a pena. Expliquei em voz alta que não valia a pena. Entrei na sala de jantar, abri uma garrafa de aguardente, sentei-me à mesa, bebi alguns cálices, a monologar, a dar vazão à raiva que me assaltara. Propriamente não era monólogo: minha mulher replicava com estridência. Escapava-me a significação da réplica, mas a voz aguda me endoidecia, furava-me os ouvidos. Não conheço pior tortura que ouvir gritos. Devia existir uma razão econômica para esse desconchavo: as minhas finanças equilibravam-se com dificuldade, evitávamos reuniões, festas, passeios. De fato as privações não me inquietavam. Minha mulher, porém, sentia-se lesada, o que me fazia perder os estribos. De repente um ciúme insensato. A incongruência me arrancava a palavra dura:
        - Que estupidez!
        Naquele momento a ideia da prisão dava-me quase prazer: via ali um princípio de liberdade. Eximira-me do parecer, do ofício, da estampilha, dos horríveis cumprimentos ao deputado e ao senador; iria escapar a outras maçadas, gotas espessas, amargas, corrosivas. Na verdade suponho que me revelei covarde e egoísta: várias crianças exigiam sustento, a minha obrigação era permanecer junto a elas, arranjar-lhes por qualquer meio o indispensável. Desculpava-me afirmando que isto se havia tornado impossível. Que diabo ia fazer, perseguido, a rolar de um canto para outro, em sustos, mudando o nome, a barba longa, a reduzir-me, a endividar-me?”
        Graciliano Ramos aceitou a prisão também porque desejava saber qual acusação existia contra ele, e por acreditar que o período de reclusão daria a ele a oportunidade de ter a tranquilidade que precisava para revisar o seu livro recém-terminado. Deixou o livro “Angústia” pronto quando foi preso, que ele, exigente com a correção do texto, pretendia ainda revisá-lo, mas que acabou sendo publicado pela Editora José Olympio quando Graciliano estava na cadeia. Com certeza, ele não gostaria de ver em seu livro a utilização da palavra “porque” em perguntas, o que eu vi várias vezes: “Porque não?” ao invés do correto “Por que não?”.
        Em um misto de orgulho e muita desinformação sobre o que acontecia no país, Graciliano Ramos tinha a ilusão de não se demorar preso: “Julgava é que não me deteriam nem uma semana. Dois ou três dias depois me mandariam embora, dando-me explicações. Um engano.” O escritor relembrou o dia em que foi preso, por um tenente que, um mês antes, havia lhe pedido que a reprovação de sua sobrinha fosse revista, o que ele negou.
        “Afinal, cerca de sete horas, um automóvel deslizou na areia, deteve-se à porta – e um oficial do exército, espigado, escuro, cafuz ou mulato, entrou na sala.
        - Que demora, tenente! Desde o meio-dia estou à sua espera.
        - Não é possível, objetou o rapaz empertigando-se.
        - Como não? Está aqui a valise pronta, não falta nada.
        (...)
        - Vai apenas essa maleta? Aqui entre nós posso dizer: acho bom levar mais roupa. É um conselho.”
        De Maceió, Graciliano Ramos foi transferido para Recife e, mais tarde, para o Rio de Janeiro e Ilha Grande, tendo convivido com presos políticos; militares que participaram da Intentona Comunista; magistrados; e presos comuns, como ladrões e assassinos. Havia um permanente medo do que se falava e com quem se falava devido à suspeita de delatores e espiões. Permanente desconfiança. E medo de furtos. As roupas eram vestidas pelo avesso e os objetos vigiados permanentemente.
        No livro, o autor relata as péssimas condições das cadeias onde ficou; a pouca e péssima comida; as doenças; as negociações realizadas entre os presos, com venda de camas, por exemplo; as brigas; a corrupção e os abusos militares. Graciliano pouco conseguia comer, tendo emagrecido bastante; fumava muito e envelheceu durante os dias de prisão:
        “- Que idade tem o senhor? Perguntou-me alguém.
        Veio-me o desejo de conhecer o meu aspecto:
        - Calcule.
        - Sessenta e cinco anos, disse o interlocutor sem vacilar.
        - Por aí, pouco mais ou menos, concordei num abatimento profundo.
        Sessenta e cinco anos. Andava em quarenta e três, quarenta e três e meses. Atribuíam-me sessenta e cinco.”
        No último capítulo, o filho de Graciliano Ramos, Ricardo Ramos, explica que o pai não conseguiu escrever o capítulo final, em que descreveria as suas impressões após a sua saída da prisão. O livro foi adaptado para o cinema em 1984, com direção de Nelson Pereira dos Santos e com o ator Carlos Vereza interpretando o escritor alagoano. Ano passado, a morte de Graciliano Ramos completou 70 anos, período em que, no Brasil, a obra de um autor passa a domínio público e as editoras passam a poder publicar os seus livros sem precisar pagar direitos autorais à família. A editora Record tinha os direitos de publicação até 2023. fr

Manuscrito da versão inicial de "Memórias do Cárcere", de 11.6.1949

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Botafogo perde em casa para o Bahia: 2x1

O Botafogo jogou melhor, mas perdeu, ontem, por 2x1, para o Bahia, em casa, e perdeu, também, a liderança do Campeonato Brasileiro, caindo para o terceiro lugar, embolado com Atlético Mineiro e Bragantino. Os três estão com nove pontos, mas o Fogão tem mais gols marcados. O Botafogo marcou mais dois gols durante o jogo, mas eles foram anulados com a interferência do VAR. O primeiro, de Luiz Henrique foi corretamente anulado, mas o segundo, logo no primeiro minuto do segundo tempo, foi muito criticado devido a linha de impedimento ter sido marcada no braço do jogador Damián Suárez, que fez o passe para o gol de Junior Santos. A reclamação foi que a linha deveria ter sido assinalada no ombro, o que faria com que o gol fosse legal. O gol da vitória do Bahia foi resultado de uma bobeira da linha de marcação, que abriu um espaço enorme para Rafael Ratão receber, avançar, driblar o goleiro e desempatar, aos 40 minutos do segundo tempo. Um péssimo resultado em casa! fr
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FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 1 X 2 BAHIA
Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 5 de maio de 2024 (Domingo)
Horário: 18h30(de Brasília)
Árbitro: Rafael Rodrigo Klein (Fifa-RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves (Fifa-RS) e Tiago Augusto Kappes Diel (RS)
VAR: Igor Junio Benevenuto de Oliveira (Fifa-MG)
Cartões amarelos: Bastos e Alexander Barboza (Botafogo); Kanu e Rezende (Bahia)
GOLS
BOTAFOGO: Jeffinho, aos 17min do segundo tempo
BAHIA: Everaldo, aos 47min do primeiro tempo; Rafael Ratão, aos 40min do segundo tempo
BOTAFOGO: John, Damián Suárez (Alexander Barboza), Bastos, Lucas Halter e Hugo (Cuiabano); Danilo Barbosa (Gregore), Marlon Freitas e Jefferson Savarino; Júnior Santos, Jeffinho (Diego Hernández) e Luiz Henrique (Romero)
Técnico: Artur Jorge
BAHIA: Marcos Felipe, Santiago Arias, Gabriel Xavier, Kanu e Luciano Juba; Caio Alexandre (De Pena), Jean Lucas, Thaciano (Rafael Ratão), Everton Ribeiro (Ademir) e Cauly (Biel); Everaldo (Rezende)
Técnico: Rogério Ceni
Fonte: UOL

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Botafogo vence o 5º jogo seguido e abre vantagem na Copa do Brasil

O Botafogo venceu, ontem, o Vitória, em casa, por 1x0, pela terceira fase da Copa do Brasil e poderá empatar no jogo de volta, no dia 21, para classificar-se às oitavas de final. É a quinta vitória consecutiva do Fogão! Esta é a regularidade que eu tanto reclamo. Eu não entendi a opção do treinador Artur Jorge, que não começou o jogo com os titulares disponíveis, apenas colocando alguns no segundo tempo. Está poupando o time para quê? É fase decisiva da Copa do Brasil, se não superar o Vitória o Botafogo estará eliminado. Enquanto isso, o Campeonato Brasileiro está apenas no início, foram disputadas apenas quatro rodadas. Ainda bem que o Botafogo conseguiu a vitória (uma vitória difícil, de apenas um gol de vantagem, mas conseguiu!), mas e se não tivesse conseguido? Para que complicar, Artur Jorge? fr
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FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x0 Vitória
Copa do Brasil - 3ª fase (jogo de ida)
Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro
Data: 2/05/2024 (quinta-feira)
Horário: 19h
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira
Assistentes: Neuza Ines Back e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa
VAR: Wagner Reawy
Cartões amarelos: Gregore (Botafogo)
Gols: Eduardo aos 19 minutos do 2° tempo
Botafogo: John; Mateo Ponte (Suárez), Lucas Halter, Alexandre Barboza e Cuiabano; Gregore e Patrick de Paula (Danilo Barbosa); Luiz Henrique (Júnior Santos), Jeffinho, Diego Hernández (Óscar Romero) e Eduardo (Savarino). Técnico: Artur Jorge.
Vitória: Lucas Arcanjo; Zeca, Camutanga (Bruno Uvini) e Wagner Leonardo; Willean Lepo (Osvaldo), Willian Oliveira, Dudu, Jean Mota (Janderson) e Patric Calmon; Matheusinho (Léo Naldi) e Alerrandro (Luiz Adriano). Técnico: Léo Condé.
Fonte: Bahia Notícias