O
ano de 2013 começou com uma tragédia que vem se repetindo ano após ano. No
estado do Rio de Janeiro, a forte chuva que caiu na madrugada do último dia 3
provocou a morte de três pessoas e mais de 2.500 desalojadas (aquelas que foram
obrigadas a deixar suas residências, mas que podem retornar para elas) e
desabrigados (aquelas que tiveram as suas residências destruídas e não têm onde
morar). A região mais atingida foi o distrito de Xerém, no município de Duque
de Caxias, cuja situação foi ainda mais agravada pelo lixo acumulado durante
dias e que não foi recolhido pela administração do prefeito derrotado nas
eleições do ano passado, José Camilo Zito, do Partido Progressista. As outras regiões que sofreram com o
despreparo para suportar fortes chuvas foram Belford Roxo, Seropédica,
Paracambi, Nova Iguaçu, Mangaratiba, Angra dos Reis, Petrópolis e Teresópolis.
De acordo com especialistas, novas tragédias continuarão ocorrendo por falta de
planejamento urbano e de infraestrutura de drenagem e de contenção de encostas.
Há
dois anos, a região serrana fluminense foi atingida pela maior tragédia natural
ocorrida no Brasil, quando cerca de mil pessoas morreram e mais de 200 até hoje
estão desaparecidas. À época, a presidente da República, Dilma Rousseff, e o
governador do estado, Sérgio Cabral Filho, deram entrevistas prometendo a
liberação imediata de verbas para a indenização das vítimas e para a construção
de novas casas para os desabrigados. Mas até hoje centenas de pessoas
permanecem morando em locais improvisados, abandonadas pelo poder público. Os
nossos políticos continuam sendo muito bons para dar declarações demagógicas de
impacto e fazer promessas, mas não cumprem com a sua obrigação. Uma vergonha! fr
Foto: Marino Azevedo/Reuters
Vista aérea de Xerém, Duque de Caxias, após a inundação
do rio Capivari, na madrugada de 3 de janeiro.
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