Muita gente passa diariamente pela Praça da República, no
Rio de Janeiro, sem saber que foi lá que em 1889 ocorreu a proclamação da
República brasileira. E lá está até hoje a casa onde morava o Marechal Deodoro
da Fonseca e sua família, e de onde ele saiu
no dia 15 de novembro daquele ano para derrubar a Monarquia no Brasil. Estive
lá e conheci a Casa Histórica do Marechal Deodoro. É um sobrado de dois
andares, construído provavelmente entre 1808 e 1817, utilizando-se pedra, cal e
óleo de baleia, como costume da época. No térreo, ficavam os escravos e os
carros puxados por animais; e no andar de cima a família. Ao longo do tempo,
passou por muitas reformas, que foram alterando o seu interior, mas a fachada
manteve-se a mesma.
Em 1890, já como presidente, o marechal e sua família
mudaram-se para o Palácio do Itamaraty [que pretendo visitar também para
registrar aqui no blog], bem próximo dali, e o sobrado foi vendido para outras
pessoas. Em 1905, o imóvel foi desapropriado pelo governo federal; e em 1918
foi ocupado temporariamente pelo Pritaneu Militar, um órgão assistencial
voltado a oferecer educação aos filhos órfãos de militares. Em 1936, o então
ministério da Guerra ordenou sua desocupação para passar a ser sede da Primeira
Circunscrição de Recrutamento Militar, o que ocorreu até 1959.
Em 1958, o imóvel foi tombado pela Diretoria de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Educação e Cultura; e em 1966,
passou a ser sede do Museu do Exército. Em 1987, o espaço, acervo, pessoal e
material foram incorporados ao recém criado Museu Histórico do Exército e Forte
de Copacabana, atual administrador da Casa. Em 1998, tornou-se sede do
Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB). Ano passado, a
CHMD foi reinaugurada após restauração do sobrado e do acervo. Os primeiros
atos tomados na República foram decididos na casa do Marechal Deodoro da
Fonseca, entre eles, a composição do primeiro ministério e o decreto para a
confecção da bandeira brasileira.
A Casa está aberta à visitação gratuita, de terça a
sexta-feira. O segundo andar não está aberto à visitação; no dia em que fui,
conheci o diretor da CHMD, coronel Joel Francisco Corrêa, que me mostrou os
cômodos que eram ocupados pelo Marechal e sua família. Atualmente, são
utilizados para as reuniões e palestras do IGHMB. Ele me disse haver um projeto
para identificar a utilização desses cômodos pela família e futuramente abrir o
segundo andar também à visitação, deslocando o IGHMB para outro local. Pouco do
interior do imóvel é originário da casa de Deodoro, alguns itens são doações de
militares e se referem mais à História do Exército. Mas, com certeza, é um local de enorme
relevância para a História do Brasil fr
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(Quarta foto): A mesa onde o marechal Deodoro da Fonseca
assinou os primeiros decretos da República.
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