Alguns milhares de pessoas
passam diariamente em frente ao antigo edifício-sede do Ministério da Fazenda,
no Centro do Rio de Janeiro, mas nunca entraram nele, e até não sabem o que
seja. Até 1960, quando o Rio ainda era a capital do país, os Ministérios
ficavam espalhados pelo Centro. O prédio é enorme, tem a entrada principal pela
Avenida Presidente Antônio Carlos, com colunas de 9.5 metros de altura,
escadaria, vasos pesando cerca de dez
mil quilos, e imponentes portas, que demonstram a grandiosidade
pretendida no início do século 20. A construção do prédio foi coordenada por uma comissão de engenheiros, arquitetos e
desenhistas sob a direção do engenheiro Ary Fontoura de Azambuja. O
lançamento da pedra fundamental ocorreu em 3 de
novembro de 1938, durante as comemorações do 8º ano da chamada 'Revolução de
1930'; e a inauguração do prédio foi em 10 de novembro de 1943, ambas as
solenidades com a presença do então presidente Getúlio Vargas. O na época
chamado Palácio da Fazenda foi idealizado para concentrar todos os órgãos
fazendários e o Tribunal de Contas. Atualmente, o prédio é a sede regional do
Ministério e da Receita Federal, com postos bancários do Banco do Brasil e da
Caixa Econômica Federal. Mesmo passado tanto tempo da mudança da capital, as
pessoas ainda se referem ao prédio como 'Ministério da Fazenda'. Os relógios
não marcam a hora correta, e o enorme prédio dá a sensação de muito espaço
ocioso, com vários guichês sem funcionários, principalmente lembrando que hoje
em dia as declarações de Imposto de Renda são facilmente entregues pela
internet. Eu mesmo cheguei a entregar minha declaração
nesse prédio, quando ainda era em papel. Ao contrário das primeiras décadas do
século 20, quando o Brasil procurava mostrar ao mundo a sua importância através
de grandes obras, atualmente o que se espera do Estado é o enxugamento de
despesas e da máquina pública. fr
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