O chafariz da pirâmide ou de Mestre Valentim, localizado na
Praça 15, no Rio de Janeiro, é um dos monumentos históricos mais antigos do
Brasil. Ele foi inaugurado em 1789 durante o mandato do vice-rei D. Luiz de
Vasconcelos e Souza, e abastecia com água as proximidades e as embarcações que
ancoravam no local, à época conhecido como Largo do Paço (Paço dos vice-reis,
atual Paço Imperial). Atualmente, as pessoas que passam diariamente pelo
chafariz nem fazem ideia, mas naquele tempo ele ficava de frente para o mar
(como se vê abaixo, na primeira aquarela, de Richard Bates, de 1808). A segunda
pintura ("Uma tarde na Praça do Palácio") de Jean-Baptiste Debret, é de 1826. Próximo a esse
chafariz esteve preso por cerca de três anos Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes, na antiga cadeia velha; e foi também por ali que o príncipe
regente, futuro D. João VI, e a família real passaram, quando desembarcaram,
vindos de Portugal, em 1808. A região, no entanto, foi aterrada ao longo dos
anos, e atualmente o chafariz não tem a mesma funcionalidade, encontrando-se
distante da água da Baía da Guanabara, e sua importância é artística e
histórica, sendo tombado pelo Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional. Com o passar do tempo, um
aqueduto passou a fazer o transporte da água. Sobre o chafariz está uma pirâmide quadrangular, com uma
coroa imperial no topo, de bronze. À frente, uma placa registra a inauguração e
o seu ano, em números romanos. A Praça 15
tem passado por várias modificações ao longo dos séculos, daí a importância de
se preservar o chafariz de Mestre Valentim, escultor e urbanista do período
colonial, um pedaço da nossa História que se mantém por mais de duzentos
anos. fr
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