Reli
o livro de contos de Machado de Assis, na edição publicada pela 'Coleção Livros'
do jornal O Globo. São 15 contos, que tratam do relacionamento humano, em pleno
século 19. Uma época em que eram comuns no Brasil a presença de escravos e
caçadores deles quando fugiam; carruagens puxadas a cavalo, uso de chapéus e
bengalas para os homens e longos vestidos para as mulheres; entre outros
costumes que ficaram no passado.
Entre as estórias, Machado de Assis
conta brilhantemente a relação tensa de um trio amoroso formado por dois amigos
e a esposa de um deles: “A Cartomante”. Amizade, amor, traição, mentiras e o
medo de serem descobertos conduzem até o último parágrafo, e a seu final
surpreendente. Em “Noite de Almirante”, um casal apaixonado jura amor eterno,
mas que terá que resistir a quase um ano de distância entre os dois, quando o
rapaz, um marujo da Marinha, parte em viagem de instrução em um navio.
O conto “O Alienista” é o maior de
todos, com 30 páginas. Médico de grande prestígio constrói um hospício, e, aos
poucos, vai internando todos na sua cidade. Algumas editoras já publicaram este
conto separadamente, como livro. “Pai contra a mãe” mostra a situação
desesperadora de um casal, sem dinheiro, prestes a ser despejado e com uma
criança recém-nascida. Apesar do título sugerir uma discórdia entre marido e
esposa, é a tia dela, que mora com eles, que os pressiona a ter que abandonar o
menino, pela falta de condições para alimentar a todos. O pai, um caçador de
escravos, busca uma última chance de conseguir algum dinheiro ao sair na
procura de novos fugitivos, e, assim, poder ficar com o filho.
Um homem aceita o trabalho de
enfermeiro de um ancião doente e de péssimo gênio. Aturando o que mais ninguém
queria aturar, o desenlace dessa relação acaba por mudar sua vida. É o conto “O
Enfermeiro”. Em “D. Paula”, senhora tem o passado batendo-lhe à porta, quando
procura ajudar a sobrinha, triste por conta de uma séria crise conjugal. fr
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