Fui hoje visitar a exposição “Uma Viagem ao
Mundo Antigo: Egito e Pompeia – Nas Fotografias da Coleção D. Thereza Christina
Maria”, na Biblioteca Nacional. São 160 imagens produzidas aproximadamente nas
últimas seis décadas do século 19, do Egito e da região onde ficava localizada a
cidade de Pompeia, na Itália, exibidas pela primeira vez. As imagens da
exposição registram o Egito Antigo e Pompeia, no período em que foram feitas as
escavações de suas ruínas. São dois locais por onde passaram D. Pedro II e sua
comitiva. Elas fazem parte da coleção pessoal do imperador, um amante das
artes, da fotografia e da arqueologia, entre outras áreas de interesse, além de
ser considerado o primeiro fotógrafo brasileiro. À época, eram utilizados
equipamentos diversos, tais como o daguerreotipo; e diferentes processos de
reprodução, como o papel albuminado, que utilizava a albumina, extraída da
clara de ovo, para a fixação dos sais de prata ao papel. D. Pedro II e sua
esposa adquiriram mais de 30 mil itens relacionados a registros de antigas
civilizações em suas viagens ao exterior, entre 1871 e 1888. Após a proclamação da República, exilado em
Paris, D. Pedro II resolveu que sua biblioteca pessoal fosse doada ao Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro e à Biblioteca Nacional após a sua morte.
Foram livros, periódicos, mapas, partituras, estampas e milhares de
fotografias. Ele pediu que essa coleção pessoal
doada à BN, algo em torno de 100 mil itens, levasse o nome de sua esposa. Ela é
formada também por imagens do Brasil e do mundo no século 19, sendo a maior e
mais abrangente coleção de documentos fotográficos desse período em uma
instituição pública no Brasil. A coleção de D. Pedro II é maior, inclusive, do
que a da rainha Vitória, da Inglaterra, cujo reinado se deu entre 1837 a 1891.
Estão incluídas também fotografias tiradas durante suas viagens ou compradas
por ele de mercadores, e trechos de seus diários de viagem. A viagem a Pompeia
foi um desejo da imperatriz Thereza Christina, que fez questão que diversas
peças recuperadas das escavações no local fossem adquiridas e enviadas para o
Brasil. A cidade de Pompeia foi soterrada por cinzas
e pedras no ano de 79 d.C. devido a maior erupção que se tem notícias do vulcão
Vesúvio, matando milhares de pessoas. Somente no século 18, o local foi
efetivamente descoberto e as escavações começaram, encontrando a cidade
submersa, com as suas casas, objetos e corpos, como estátuas de pedra. Em 1870,
o arqueólogo italiano Giuseppe Fiorelli, responsável pelos trabalhos de
escavação em Pompeia, desenvolveu uma técnica para injetar gesso nos espaços
vazios existentes entre as cinzas vulcânicas, ocupados pelos corpos das
vítimas, e que acabou por dar a forma original delas. D.
Pedro II chegou a subir à cratera do Vesúvio, e andou pelas ruas de Pompeia com
a esposa, conhecendo um pouco daquele sítio arqueológico. Em 2003, a coleção
recebeu o reconhecimento internacional, através de sua inscrição no Registro
Internacional da Memória do Mundo da UNESCO; o primeiro conjunto documental do
país a fazer parte dessa lista mundial. A exposição reinaugura o Espaço
Cultural Eliseu Visconti, localizado na entrada da Biblioteca pela Rua do
México, por conta das obras da reforma que ainda estão sendo feitas na BN. Eu
gostei muito do local, que tem um jardim muito bonito, com bancos para as
pessoas descansarem e relaxarem. Ela está aberta à visitação gratuita, de 1º deste
mês a 30 de janeiro do ano que vem, de terça a sexta-feira, de 10:00 às 16:30,
e aos sábados, de 10:00 às 14:30. fr
















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