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segunda-feira, 26 de março de 2018

Igreja da Penha


Eu fui à Igreja de Nossa senhora da Penha, ou simplesmente Igreja da Penha, como é mais conhecida, uma vez, quando criança, e na companhia de minha mãe e de minha madrinha, que me incluiu em uma promessa. Recentemente, voltei lá para visita-la e conhecê-la melhor, inclusive assistindo uma missa. A igreja fica localizada no alto de um penhasco. À entrada a pessoa pode optar por subir uma ladeira a pé, ou fazer a subida em três viagens pelos bondinhos do Plano Inclinado Padre Laércio Dias de Moura, inaugurado em junho de 2012, em uma viagem total de uns quinze minutos, e de forma gratuita. Após essa subida, você tem acesso a uma tranquila área verde, com a vista do bairro (fotos 23 a 25), coretos (foto 15), uma pequena capela para missas (foto 18), um espaço onde se pode acender velas e orar (foto 17), uma loja onde se pode comprar lembranças religiosas, a Concha Acústica Jerry Adriany (foto 17), onde podem ser realizados eventos culturais e artísticos, um quiosque para comprar lanches, que estava fechado nos dias em que eu fui, e uma pequena cantina.
 Para chegar à igreja ainda é preciso superar os 382 degraus, de tamanhos irregulares, subida feita por muitas pessoas para pagarem suas promessas. Ou, quem não quiser ou não puder, pode subir no último dos três bondinhos. No primeiro dia em que eu fui, subi pelos bondinhos e desci os degraus e a ladeira; no segundo, eu encarei a ladeira e subi e desci os degraus. Nossa Senhora da Penha (também conhecida como de França), uma das diversas denominações de Maria, passou a ser venerada a partir de sua aparição em uma serra de nome Penha de França, na província de Salamanca, no Oeste da Espanha, no século 15, e de seguidos milagres. Da Espanha passou a ser também venerada em Portugal e no Brasil, onde teve sua primeira capela construída em Vila Velha, antiga capitania do Espírito Santo, entre 1558 e 1570. A segunda foi levantada na então freguesia de Irajá, onde está a atual Igreja da Penha, por volta de 1635, quando o capitão Baltazar de Abreu Cardoso, ao subir o penhasco como fazia sempre, para contemplar suas plantações, foi atacado por uma serpente. Devoto de Nossa Senhora, ele pediu ajuda à santa, surgindo, de imediato, um lagarto, que passou a lutar com a serpente, dando oportunidade a ele de fugir. Agradecido, o capitão mandou construir uma pequena capela, onde colocou uma imagem de Nossa Senhora.
A partir daí, ele, seu familiares, amigos, e, com o tempo, pessoas que passavam pelo local, subiam o penhasco para rezar na capela, disseminando a sua fama. E como o local era conhecido com Penha, por causa do penhasco, as pessoas se acostumaram a dizer Nossa senhora da Penha.  O capitão doou todas as suas propriedades à santa; e em 1728 criou-se a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha, demolindo-se a antiga capela, e construindo-se, em seu lugar, uma maior, com uma torre e dois pequenos sinos. Em 1870, demoliram a igreja, construindo outra, ainda com uma torre, mas com novos sinos; e por volta de 1900, novamente substituíram o templo, construindo uma igreja com duas torres. A escadaria, com seus 382 degraus, foi construída em 1819, como pagamento de uma promessa. Dois anos antes, um casal subia o penhasco, e a esposa, Maria Barbosa, pediu à Nossa Senhora da Penha que desse ao casal um filho, aguardado há anos, e prometeu que se isso ocorresse, mandaria construir uma escadaria para a igreja. No ano seguinte nasceu seu filho.
          Em 2016, a Igreja da Penha foi elevada pelo papa Francisco à categoria de Basílica Menor, por possuir destaques nos aspectos arquitetônico, histórico e de devoção popular. Existem no mundo somente quatro Basílicas Maiores, todas em Roma, na Itália: a de São Pedro, no Vaticano; a de São João de Latrão; Santa Maria Maior e a de São Paulo Extramuros. A Festa de Nossa Senhora da Penha, com a organização de missas, shows religiosos, corais, procissões luminosas, a lavagem da escadaria e barracas de comidas e doces, é realizada todos os anos, no mês de outubro, e em 2018 será a sua 383ª edição. Para minha surpresa, vi o tradicional Parque Shangai (foto 18) ao lado da entrada para a igreja, próximo à rua. Mais um local característico do Rio de Janeiro e do Brasil visitado. fr


























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