Em decisão histórica, a Assembleia Nacional
de Cuba aprovou o nome de Miguel Díaz-Canel como o novo presidente cubano,
interrompendo a sequência dos revolucionários irmãos Fidel e Raúl Castro no
poder, há quase 60 anos. Candidato único, ele foi eleito pelos 604 deputados e
garantiu que a mudança de comando não representa o distanciamento dos ideais
revolucionários:
-
Para aqueles que por ignorância ou má-fé duvidam de nosso compromisso, devemos
dizer-lhes que a revolução continua e continuará. O mundo recebeu a mensagem
errada de que a revolução termina com seus guerrilheiros.
Ontem, os
parlamentares haviam aprovado uma lista de 31 nomes para o Conselho de Estado O
atual líder Raúl Castro permanecerá ainda como o secretário-geral do Partido
Comunista de Cuba (PCC) até 2021, chefe das Forças Armadas e deputado nacional.
A mudança já era esperada, e foi anunciada por Raúl quando ele assumiu o poder,
em substituição a seu irmão Fidel Castro, afastado por problemas de saúde. Amanhã,
dia 20, Díaz-Canel completa 58 anos de idade.
Díaz-Canel nasceu em 1960, ano seguinte à
Revolução Cubana, liderada pelos irmãos Castro, e tem em sua trajetória
política ter sido líder da União de Jovens Comunistas na província central de Villa Clara, onde nasceu;
líder da Juventude Nacional do PCC; ministro do Ensino Superior e
vice-presidente do Conselho de Ministros para a Ciência, Educação, Esportes e
Cultura. A mudança é interpretada como uma necessária substituição política,
tendo em vista Raúl Castro já estar às vésperas de completar 87 anos.
A tendência do novo governo é levar adiante a
abertura econômica, de forma lenta e controlada, e a reaproximação com os
Estados Unidos, apesar do seu atual presidente, Donald Trump, continuar a
demonstrar não ter o mesmo interesse. O mandato do presidente Díaz-Canel será
de cinco anos, podendo ser reeleito por apenas mais um período igual de tempo. Eu
torço para que Cuba promova uma grande abertura política e econômica, sem
resvalar para o capitalismo selvagem que conhecemos no Brasil e no restante da
América Latina e para a subserviência aos Estados Unidos ou a qualquer outro país.
fr
Nenhum comentário:
Postar um comentário