Hoje, dia 16 de junho, eu e minha mãe aproveitamos bastante e passeamos
por vários lugares. Começamos pelo Mosteiro dos Jerônimos, também conhecido
como Mosteiro de Santa Maria de Belém, localizado na Praça do Império, próximo
ao rio Tejo, na freguesia de Belém, na cidade e concelho de Lisboa. Quando nós
chegamos, havia uma fila quilométrica do lado de fora, sob um sol caprichado
(veja nas minhas fotos). A fila em sua maioria era de turistas estrangeiros, vi
muitos asiáticos, alemães, ingleses e franceses.
Como eu já tinha me informado antes eu sabia
que contornando a fila podia comprar no museu, que fica um pouco mais à frente.
E foi o que eu fiz. Comprei os nossos ingressos no Museu Nacional de Arqueologia
(foto 7), protegidos do sol, com uma fila muito (muito mesmo!) menor, e ainda
comprei os nossos ingressos para a Torre de Belém. Fica a dica! Cada ingresso para
o Mosteiro sai a 10 euros, com um desconto de 50% para pessoas acima de 65
anos. A Igreja Santa Maria de Belém tem entrada gratuita.
A ida ao Mosteiro dos
Jerônimos é uma das principais atrações turísticas de Portugal, visitado por mais de
um milhão de pessoas ano passado. Ele é considerado Monumento Nacional desde
1907, e Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1983, assim como a Torre de Belém.
Em 2007, esses monumentos foram eleitos pelos portugueses duas das sete
Maravilhas de Portugal. A fachada do Mosteiro prolonga-se por cerca de 300
metros e é ornamentada por imagens religiosas e outras que remetem a história
de Portugal e à época das grandes descobertas portuguesas. É linda!
Em 1496, o rei D. Manuel
I pediu autorização à Santa Sé para a construção do Mosteiro dos Jerônimos, e
ela teve início a 6 de janeiro de 1501 ou 1502 (o ano não conseguiu ser
definido precisamente pelos estudiosos). O mosteiro foi construído ao longo do
século 16, onde já ficava a Igreja de Santa Maria de Belém, e contou com o
trabalho dos melhores profissionais da época. A Ordem de São Jerônimo era uma ordem religiosa católica
de clausura monástica, fundada por São Jerônimo, baseada no silêncio, no
trabalho, no estudo, na oração e na reclusão.
De acordo com o Wikipédia:
“Para ocupar o mosteiro foram
escolhidos os monges da Ordem de São Jerónimo (daí a designação Mosteiro dos
Jerónimos), comunidade religiosa que habitou nestes espaços até à extinção das
ordens religiosas ocorrida no século XIX (1834). O mosteiro foi então entregue
à Real Casa Pia de Lisboa (instituição destinada ao acolhimento e educação de
órfãos e à recuperação de mendigos e desfavorecidos e que ocuparia os espaços
do claustro até 1940); a Igreja passou a servir de Igreja Paroquial da
Freguesia de Santa Maria de Belém.”
Nós começamos o passeio pela Igreja Santa Maria de Belém,
onde procurei visitar os túmulos de Vasco da Gama e Luís de Camões (fotos 14 e 15),
dentre outros lá localizados. Na igreja, também estão os túmulos de Henrique I;
do rei Dom Sebastião (foto 28, acima de dois elefantes de mármore); de Dom
Manuel I, de seus filhos e de sua esposa, D. Maria; de Dom João III e de seus
descendentes, e de sua esposa, Catarina. Quando chegamos, estava sendo
realizado um casamento, e parte da capela-mor estava momentaneamente interditada
(fotos 10 e 11), sendo liberada logo depois do fim da cerimônia. À esquerda da entrada, fica a Capela do Senhor
dos Passos (foto 12).
Saindo da igreja,
percorremos os corredores que formam o claustro do mosteiro e onde estão as
entradas dos locais que visitamos. Havia 12 confessionários (foto 31), sendo
que atualmente duas portas estão bloqueadas pela Capela do Senhor dos Passos. A
pessoa se confessava por dentro da igreja, e o confessor a ouvia pelo outro
lado, no claustro, os dois separados por uma grade de ferro. O claustro teve a
sua construção iniciada em 1517 e concluída em 1541, e era destinada à
meditação, oração e descanso dos monges (fotos 35 a 38 e 41 a 48).
“O claustro dos Jerónimos é o primeiro no seu género em Portugal,
possuindo dois andares abobadados e uma planta quadrada, de cantos cortados,
formando um octógono virtual. É considerado uma obra-prima da arquitetura
mundial e constitui um depoimento estético de extraordinária beleza, cuja
harmonia resultou da habilidade e delicadeza dos mestres que, em três campanhas
sucessivas, se dedicaram à sua construção – projetado inicialmente por Diogo de
Boitaca, sofreu adaptações de João de Castilho e foi concluído
por Diogo de
Torralva.”
Na ala norte inferior
encontra-se o túmulo de Fernando Pessoa (foto 39), de autoria do escultor Lagoa
Henriques, o mesmo que fez a estátua do poeta no bairro do Chiado, em Lisboa,
próxima ao Café A Brasileira.
O coro-alto (fotos 17 a 19 e 23) fica
localizado no parte superior da igreja, e era utilizado pelos monges para suas
atividades fundamentais, tais como orações, cânticos e ofícios religiosos, já
que a Sala do Capítulo demorou para ser concluída, já no século 19. Tem o
cadeiral monástico, e nas paredes estão pinturas dos apóstolos, em um total de
dez, já que duas se perderam no terremoto de 1755, e mais uma de S. Jerônimo e
outra de Santo Agostinho. Do lado oposto, está a
imagem do “Cristo Crucificado”,
com um resplendor de prata acima de sua cabeça, obra do escultor Philippe de Vries.
Em uma placa
no local, está registrado:
“De acordo com a Regra de Santo Agostinho, seguida pela Ordem de São
Jerónimo, os monges permaneciam aqui 7 horas (repartidas durante o dia) para as
orações em voz alta, cânticos e ofícios religiosos. Foi o lugar mais atingido
pelo terramoto de 1755, com a queda da balaustrada, reconstituída em 1883. De
influência flamenga e italiana, com uma decoração exuberante, o cadeiral, a
primeira obra de talha renascentista em Portugal, executado em madeira de
carvalho e castanho, foi desenhado pelo arquitecto Diogo de Torralva e
executado em 1550, pelos mestres de marcenaria Diogo de Carça e Filipe de
Vries. Por cima dos espaldares das cadeiras, pinturas setecentistas com os
Apóstolos e Doutores da Igreja. Cada assento tem um ressalto, denominado
‘misericórdia’, onde os monges apoiavam o corpo enquanto permaneciam de pé.”
O refeitório (fotos 32 a 34; esta mostra, à
entrada, São Jerônimo em tela do século 17, atribuída ao pintor régio Avelar Rebelo) era
utilizado pelos monges, e foi construído entre 1517 e 1518 pelo mestre Leonardo
Vaz. “Por debaixo de grossos
cordões de pedra, as paredes estão revestidas por um silhar de azulejos de
1780-1785. Os seus painéis representam no topo norte o Milagre da multiplicação
dos pães e dos peixes (Novo Testamento) e nas paredes laterais cenas da Vida de
José do Egipto (Antigo Testamento).”
No centro da Sala do Capítulo (foto 40) está o túmulo de
Alexandre Herculano, escritor liberal que se opôs ao Absolutismo: “A Sala do Capítulo tem esta denominação por
servir às reuniões periódicas dos monges, as quais tinham o seu início com a
leitura de um capítulo da Regra. Nessas reuniões, discutia-se a eleição dos
priores, a recepção dos noviços e procedia-se à confissão pública das faltas.
Originalmente pensada para este efeito, a Sala do Capítulo nunca teve tal
utilização pois a abóbada e decoração interior só foi completada no séc. XIX.”
A biblioteca do Mosteiro deu origem à atual livraria:
“A Livraria, ou biblioteca, do
Mosteiro foi mandada fazer no tempo do Prior Frei Bento de Siqueira, por volta
do ano de 1640. Nela foram postos livros deixados pelo infante D. Luís (filho
de D. Manuel I) e outros mais legados à Comunidade, alguns de monges que
morreram e outros que se compraram. À data da extinção da Comunidade, a
livraria encerraria cerca de 8 000 volumes. A estantaria, que era de madeira de
bordo, desapareceu de todo. Os livros perderam-se na sua maior parte, salvo o
lote que foi para a Biblioteca Nacional (impressos), para a Torre do Tombo
(manuscritos) e para a Casa Pia de Lisboa.”
Conhecer o Mosteiro dos
Jerônimos é um passeio que eu indico a quem for viajar para Lisboa. Saindo de
lá, eu e minha mãe continuamos o passeio, que eu vou seguir contando nas
próximas postagens do blog. As
informações a que eu fiz uso eu encontrei na internet, principalmente na página
do próprio Mosteiro dos Jerônimos, e na Wikipédia. fr
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