Dominação religiosa nos
canais de televisão desafia todos os critérios
Por Flavio Ricco
Jornal O DIA,
08/3/2019
O negócio
televisão está cada dia mais bagunçado. E muito pior que do que essa realidade
tão triste, é a perspectiva nenhuma de qualquer melhora nos próximos tempos.
Os interesses
maiores, por mais escusos que sejam, continuam a se sobrepor ao que a ordem, o
bom senso e as próprias leis determinam.
A CNT, cujo slogan
é "A rede que abraça o Brasil", exibe 22 horas diárias de programação
da Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo.
Por mais
paradoxal, durante toda essa maratona religiosa, no canto superior esquerdo da
imagem, é colocado o logotipo da emissora, sabe-se lá com que objetivo ou qual
razão.
É, no mínimo, caso
de informação enganosa. Ou, sabe-se lá, mais um jeitinho inventado para driblar
a legislação.
Aliás, como
justificar a existência de redes de televisão, concessões do governo, CNT como
um caso e Rede 21, outro, além de outras zilhões, registradas em nomes de
pessoas que não são responsáveis pelas suas programações?
No caso específico
dessas duas, nas mãos de um único terceiro, que já é dono de outras. Só no
Brasil, não acha?
E ainda tem
isso
Se algum médico
oftalmologista parou um tempinho, na quarta, à noite, para ver o RR Soares na
Band, certamente sentiu vontade de “rasgar” o diploma e fechar consultório.
Pra quê? Se para
curar miopia, astigmatismo, catarata..., conforme os vários relatos lidos no
ar, bastou apenas tomar um copo de água ou receber oração.
Já disse e repito
Num país como o
nosso, com o sistema de saúde pública caindo aos pedaços, mais que
irresponsabilidade, é um crime o que se anuncia como milagre na televisão.
E tudo ao ar
livre. Escancarado e em qualquer horário. A “classificação indicativa” não enquadra
tais aberrações, só, convenientemente, as novelas, filmes etc.
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