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sexta-feira, 26 de abril de 2019

STJ autoriza que clínica mantenha corpo sob criogenia

          O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu autorizar, dia 26, o pedido feito por uma das filhas de Luiz Felippe Dias de Andrade Monteiro, para que o seu corpo seja mantido em uma clínica dos Estados Unidos, sob processo de criogenia. Ele faleceu em janeiro de 2012, aos 83 anos de idade. A criogenia é uma técnica que conserva o corpo em temperaturas extremamente baixas, aguardando que a ciência descubra uma técnica que possa ressuscitar corpos sem vida. A decisão do STJ foi unânime, baseando-se no fato da legislação brasileira não se opor a este procedimento.
 
A filha do segundo casamento de Luiz Felippe, Ligia Cristina Mello Monteiro, é quem vem lutando para que o corpo do pai seja preservado por uma empresa privada no estado de Michigan, nos Estados Unidos. Ele teria manifestado este desejo ainda em vida a Ligia, com quem morava nos últimos 30 anos, no Rio de Janeiro. Duas outras filhas, do primeiro casamento de Luiz Felippe, que moram no Rio Grande do Sul, são contrárias que se leve adiante o processo de criogenia. Elas querem que o pai seja enterrado naquele estado, junto à mãe delas, e entraram na Justiça fluminense.
Ligia perdeu a ação na primeira instância, que autorizou o sepultamento, porém recorreu à segunda instância, que reformou a sentença, permitindo que se enviasse o corpo do pai aos Estados Unidos, preservado sob criogenia, o que ocorreu em julho de 2012.  Ela alegou que as irmãs não mantinham contato regular com o pai, e, por isso, desconheciam sua vontade. As irmãs, então, recorreram ao STJ.
O relator do recurso ao STJ, ministro Marco Aurélio Bellizze, justificou a decisão favorável à criogenia:
- "Não obstante as autoras e a ré possuam o mesmo grau de parentesco com o falecido, é razoável concluir, diante das particularidades fáticas do presente caso, que a manifestação da filha Lígia, ora recorrente, é a que traduz a real vontade de seu genitor em relação à destinação de seus restos mortais, pois, sem dúvida alguma, é a que melhor pode revelar suas convicções e desejos, em razão da longa convivência com ele, que perdurou até o final de sua vida", disse o ministro no voto.
As despesas do processo de criogenia, que já chegaram a 28 mil dólares, têm sido assumidas por Ligia Cristina. Ela assumiu nos autos do STJ também o compromisso de pagar as despesas das irmãs para que elas possam visitar o corpo do pai nos Estados Unidos. Caso elas desejem, entretanto, ainda podem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Fontes: G1 e GaúchaZH. fr

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