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domingo, 24 de maio de 2020

"A Feiticeira" (1ª a 5ª temporadas)

 
          Quando eu era criança, havia muitas reprises de seriados na TV, e uma das que eu gostava de assistir era “A Feiticeira” (“Bewitched”), que mostrava a vida nada normal de uma bruxa vivendo em família em um bairro de classe média nos Estados Unidos. Samantha é uma jovem que conheceu o publicitário James Stephens, eles se casaram e constituíram uma família. Nada mais “normal” se não fosse o fato de Sam ser uma bruxa, e o marido querer que ela seja uma mulher como as outras à época, uma dona de casa de classe média, sem fazer nenhuma bruxaria. É aí que começam as confusões... rsrs

         O seriado teve oito temporadas, sendo originalmente exibido na rede de TV estadunidense ABC, de 17 de setembro de 1964 a 25 de março de 1972. Eu terminei de rever recentemente todas as cinco primeiras temporadas através do conteúdo disponibilizado pela minha operadora de TV paga; alguns poucos que faltaram eu assisti no Youtube. As duas  primeiras temporadas foram originalmente em preto e branco, e as demais já a cores. Mas eu assisti tudo colorido, porque foi feito um processo de colorização no computador.
 

         A atriz Elizabeth Montgomery (1933-1995) era a feiticeira Samantha. James Stephens foi interpretado por dois atores. Nas cinco primeiras temporadas por Dick York (1928-1992), mas ele foi obrigado a deixar a série devido às fortes dores que sentia na coluna, desde que sofreu um acidente de carro, que o faziam faltar às gravações. Ele não aparece em vários episódios das quarta e quinta temporadas, e a desculpa encontrada era que James estava viajando a trabalho. Em seu lugar, entrou Dick Sargent (1930-1994). O nome do personagem, no original, é Darrin, mas a tradução no Brasil optou pela mudança, a fim de facilitar a assimilação pelo público.

A verdade é que esse James Stephens era muito chato, com os dois atores, vivia sempre estressado, reclamando o tempo todo. Como é que alguém tem uma feiticeira do bem como esposa e não permite que ela use os seus poderes? Não para vantagens indevidas, claro, mas para facilitar a vida de sua família, e ajudar as pessoas. E esteja sempre rabugento? Se fosse comigo, eu não seria tão chato! kkkkk
 

         A mãe de Samantha era a bruxa Endora (Agnes Moorehead, 1900-1974), que vivia visitando a filha, e não gostava de James, a quem chamava pelo nome errado, de propósito. Ela não aceitava o fato da filha ter escolhido abrir mão de usar os seus poderes para poder viver com um mortal. Maurice, o pai de Sam, separado de Endora, aparecia bem menos. Maurice Evans, o ator que interpretou o personagem, foi o macaco dr. Zaius em dois filmes da sequência "Planeta dos Macacos".

A Tia Clara, uma bruxa mais idosa e bastante atrapalhada, vivia colocando James em confusão, sem querer, é claro. É a tia preferida de Samantha e também muito querida por James. A atriz que a interpretou, Marion Lorne (1883-1968), foi tão cativante com o público, que, ao morrer, o seu personagem não foi substituído por outra atriz. A sua participação é, mesmo, um destaque, gostava muito das suas confusões. kkkkkk Nas últimas temporadas, entrou a tia Esmeralda (Alice Ghostley – 1923-2007), como babá dos filhos dos Stephens, uma bruxa também bem atrapalhada.
 

O casal Stephens teve dois filhos. A menina era Tabatha, que nasceu também bruxa, para desespero do pai. O nome foi a avó Endora que escolheu, por sua conta, mas James acabou aceitando. Inicialmente, um bebê aparecia nos episódios, e, mais tarde, duas atrizes gêmeas fizeram a personagem na primeira temporada, alternando-se: Erin e Diane Murphy. Nas temporadas seguintes, devido às mudanças físicas adquiridas com o tempo, elas passaram a se diferenciar, e Erin passou a ser a única Tabatha.

Mais tarde, nasceu o irmão, Adam, mas este puxou o pai, e não tinha poderes, era apenas mortal. Ele também foi interpretado por dois irmãos gêmeos: David e Greg Lawrence. A utilização de duas crianças para cada personagem foi devido à legislação estadunidense, que proibia crianças muito novas passarem muito tempo em trabalhos profissionais, daí a necessidade de alterná-las. Ainda havia outros bruxos, tais como o médico dr. Bombay (Bernard Fox – 1927-2016); o tio de Samantha, Arthur (Paul Lynde – 1926-1982), sempre com suas piadas sem graça e inoportunas; e a prima inconsequente, Serena, também interpretada pela atriz Elizabeth Montgomery.
 

Os vizinhos dos Stephens eram o casal da casa em frente, o aposentado Abner (George Tobias - 1901-1980) e a esposa intrometida, Gladys Kravitz, que causavam confusões muito engraçadas.  Ela estava sempre olhando da janela para ver o que Samantha e o marido estavam fazendo, e ficava espantada toda vez que flagrava uma das magias de Sam, ou de sua filha. E corria para contar ao marido, insistindo que ele fosse conferir, e acabava sempre sem conseguir provar o que falava, o que fazia parecer estar maluca. Gladys Kravitz foi interpretada por duas atrizes. Alice Pearce (1917-1966) faleceu, vítima de câncer, ainda durante as gravações da segunda temporada. Em seu lugar, entrou Sandra Gould (1916-1999).

         Entre os personagens de mais destaque, em minha opinião, ainda tem o patrão de James, o dono da agência de publicidade, Larry Tate (David White – 1916-1990). Apesar de ele e a esposa serem amigos da família, Larry estava constantemente ameaçando James de demissão, caso não fizesse o que ele queria para agradar aos clientes. A direção do programa, na maioria dos episódios, foi de William Asher (1921-2012), o terceiro dos quatro maridos da protagonista, Elizabeth Montgomery, com quem teve três filhos. Montgomery estava grávida do primeiro filho durante a primeira temporada de “A Feiticeira”. Os outros dois filhos nasceram em temporadas seguintes, e o período de gravidez foi aproveitado na série, dando origem aos dois filhos na ficção.
 

A abertura da série foi feita pela Hanna-Barbera (assista, mais abaixo, a abertura usada nas cinco primeiras temporadas, com o ator Dick York). Samantha fazia os seus feitiços mexendo o nariz, e, para isso, a atriz mexia os lábios de um lado para outro. Tabatha, para facilitar a atriz, ainda uma criança, mexia o nariz com o dedo. À época das filmagens, os efeitos especiais não eram os mesmos de atualmente, e a maioria dos feitiços eram feitos manualmente, com truques com fios transparentes, por exemplo. Mas eram muitos bons, ainda hoje.

A série mostrava uma sociedade machista, em que o homem era o responsável pelo sustento da família, e a mulher casada era a “dona de casa”, que cuidava do lar e dos filhos. As roupas das pessoas no seriado chamam a atenção. Os homens, quase sempre, vestindo terno, e as mulheres calçando luvas. Entre os atores que fizeram participações no seriado, que eu anotei, estão: Raquel Welch; Adam West e Magde Blake (o Batman e a tia Harriet, da série clássica da TV); Jonathan Harris, June Lockhart e Billy Mumy (o dr. Smith, a Maureen Robinson e o Will Robinson, da série “Perdidos no espaço”); e Bill Daily ( o major Healey, de “Jeannie é um gênio”).

Em 2005, foi lançado o filme “A Feiticeira” (“Bewitched”), com Nicole Kidman e o chato Will Ferrell. Na estória, Ferrel era um ator em um mau momento da carreira, que iria interpretar James Stephens na refilmagem do seriado, e procurava uma atriz para interpretar Samantha. Ele encontra Isabel, uma bruxa que desejava viver uma vida normal, sem feitiçaria, e a considera perfeita para o papel, apesar de não ser atriz. Ela aceita porque acredita ser a oportunidade de conseguir o que queria. O filme ainda teve a participação de atores como Shirley MacLaine, Michael Caine e Steve Carell, e não teve muito sucesso junto à crítica e ao público. Eu também não gostei.fr

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