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terça-feira, 26 de maio de 2020

Empresas jornalísticas deixam de cobrir presidente em frente ao Palácio do Alvorada por falta de segurança

          Empresas jornalísticas anunciaram, ontem, terem sido obrigadas a se afastar da cobertura em frente ao Palácio do Alvorada, local onde o presidente Jair Bolsonaro costuma falar e responder algumas perguntas. O Grupo Globo, o jornal Folha de São Paulo e a TV Bandeirantes afirmam que os seus profissionais têm sido insultados e agredidos por apoiadores do governo.
Essas pessoas aglomeram-se próximo aos jornalistas, de quem ficam afastados apenas por uma pequena grade, que não costuma ser respeitada. E gritam ofensas em direção aos jornalistas, que estão trabalhando. Os seguranças do local não tomam nenhuma atitude para coibir a violência.
Alguns já foram até fisicamente agredidos, como uma repórter da Bandeirantes, que foi atingida com uma bandeira na cabeça por uma mulher. A profissional estava cobrindo manifestação de apoio ao presidente.  
A fim de proteger a segurança de seus empregados, as empresas tomaram a decisão de não cobrir o local, que já havia sido adotada pelo jornal Correio Braziliense há mais de um mês:
“Há pelo menos 45 dias, o Correio não faz mais a cobertura presencial de Jair Bolsonaro, no portão do Palácio da Alvorada. A decisão foi tomada não apenas porque o jornal percebera que os apoiadores do presidente estavam cada vez mais exaltados. A retirada da equipe de cobertura deu-se também por motivos de saúde pública, pois a recomendação das autoridades é para que se evitem aglomerações e o contato próximo com pessoas sem a máscara de proteção.
         A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) manifestou, em nota, apoio às posturas dos veículos de comunicação: “Esses ataques ganharam corpo e se tornaram mais graves, havendo, inclusive, agressões físicas a repórteres por parte da claque bolsonarista (…). A ABI saúda esta decisão e parabeniza as Organizações Globo e o Grupo Folha”.

Minha opinião: É lamentável e preocupante que em um país que se considera uma democracia, a liberdade de imprensa e o trabalho dos jornalistas sejam atacados bem próximo ao presidente, e este não manifeste uma única palavra contra. Em qualquer democracia, a imprensa é, e deve ser sempre, vista como imprescindível para a garantia constitucional que o cidadão tem de ser informado sobre o que acontece em seu país. Mesmo que desagrade aos políticos e governantes que, no momento, ocupam cargos públicos. E diante de tudo isso chega a ser também triste ver o papel de alguns veículos de comunicação, que apoiam cegamente o governo, como a TV Record e o SBT. Como pretendem conseguir benefícios em audiência e patrocínios diante da hostilidade com que o presidente trata a Rede Globo e outras empresas, comportam-se de forma omissa frente aos ataques que veem sendo cometidos contra os jornalistas da concorrência. Vergonhoso!  fr

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