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terça-feira, 19 de maio de 2020

Ex-presidente Collor pede desculpas às pessoas que prejudicou em 1990 com o confisco da poupança

           Ontem, dia 18, o senador Fernando Collor de Melo, pediu desculpas, em sua conta no Twitter, pelo confisco das contas de poupança, logo no dia seguinte em que tomou posse como presidente da República, em janeiro de 1990. “Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos.” À época, foram bloqueados por 18 meses valores que excediam a NCz$ 50.000, ou seja, cinquenta mil cruzados novos, em contas correntes; de poupança; ou depósitos de overnight, um investimento no mercado financeiro.
Muita gente teve suas vidas arruinadas da noite para o dia, inclusive muitos sofreram ataques cardíacos ou se mataram por verem suas economias de anos serem bloqueadas. Collor acabou com a vida de milhares de famílias. E ficamos, também, sabendo depois que o governo avisou muitos empresários e amigos na véspera para que retirassem seu dinheiro, antes da decretação da medida. Um dos maiores e mais vergonhosos crimes contra a população na história brasileira.
Eu mesmo tive dinheiro bloqueado em minha conta de poupança, dinheiro que eu poupava mês a mês para poder um dia comprar meu apartamento, o que eu somente pude vir a fazer anos mais tarde. E, para piorar, depois dos 18 meses, o dinheiro somente nos foi devolvido em 12 vezes. E devolvido a menos, tanto que o Poder Judiciário foi inundado nos anos posteriores por milhares de ações contra o prejuízo. Outra vergonha, já que as pessoas precisaram recorrer à Justiça, já que os governos seguintes não obrigaram os bancos a fazê-lo.
Eu fui, novamente, prejudicado, porque tive a infelicidade de entrar na Justiça com um advogado desonesto e incompetente, e acabei não conseguindo reaver as perdas, e ainda tive novo prejuízo. Graças a Deus, eu, com saúde, posso tocar minha vida à custa do meu trabalho. O prejuízo a gente recupera, trabalhando. Mas os responsáveis ficaram livres, sem nenhuma punição.
O então presidente Fernando Collor, que acabou sofrendo um impeachment, em 1992, e ficou apenas oito anos afastado da política, voltou e atualmente é senador por Alagoas. A então ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello, prima do então presidente, continua vivendo tranquilamente em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Nenhum deles foi punido pelo crime do confisco, que destruiu a vida de milhares de famílias brasileiras. Uma vergonha tudo isto acontecer em nosso país. Em outros lugares, onde o rigor da Lei não fica apenas no papel, essa gente teria sido punida!  fr

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