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domingo, 22 de novembro de 2020

"O túnel do tempo"

      Uma de minhas séries de TV favoritas quando criança era “O túnel do tempo”, exibida originalmente nos Estados Unidos pela ABC, de 9 de setembro de 1966 a 7 de abril de 1967, eu ainda nem era nascido. Mas, assim como outras séries daquela época, ela foi reexibida nos anos seguintes aqui no Brasil. Como eu sempre me interessei por História, eu adorava assistir.
      “O túnel do tempo” foi criada pelo produtor Irwin Allen, responsável também por outras séries que eu assisti durante a infância, como “Perdidos no espaço”, “Terra de gigantes” e “Viagem ao fundo do mar”. A música da abertura é de John Williams, que viria a ser também o responsável pela trilha sonora de muitos filmes de sucesso no cinema, como os do diretor Steven Spielberg, e várias vezes premiado.
      Eu revi recentemente, mais uma vez, todos os 30 episódios da única temporada de “O túnel do tempo”, cada um com 50 minutos de duração, através de uma plataforma gratuita de filmes e séries na internet. Infelizmente, a série só teve uma temporada, devido aos altos custos de produção e os índices de audiência não terem sido os esperados pela ABC. 
     Em vários episódios, para reproduzir épocas passadas, foram utilizados muitos figurantes, com as respectivas roupas do tempo retratado, cavalos, explosões e locações. Com certeza, tudo isto gerou muita despesa. É claro que foram usadas também cenas de outros filmes da 20th Century Fox, por questão de economia. 
     No primeiro episódio (‘Volta ao passado’), a História do projeto do túnel do tempo é explicada. O governo dos Estados Unidos desenvolveu um ultrassecreto projeto, chamado “TIC-TOC”, com o objetivo de possibilitar a viagem no tempo. O enorme complexo onde era desenvolvido o projeto ficava no meio de um deserto, abaixo do chão, com mais de 12 mil pessoas trabalhando e mais de 800 andares subterrâneos. 
    Uma estrutura enorme, até mesmo para os padrões atuais, imagine para a década de 1960. Em 1968, após dez anos e 7,5 bilhões de dólares gastos, em valores da época, um senador foi verificar pessoalmente a viabilidade do empreendimento, e cobrar resultados, caso contrário ele cortaria a sua verba. 
     O projeto era comandado pelo general Heywood Kirk (Whit Bissell), e dois principais cientistas: Douglas ‘Doug’ Phillips (Robert Colbert) e o número dois, Anthony ‘Tony’ Newman (James Darren). O elenco principal era completado por mais dois cientistas, Ann MacGregor (Lee Meriwether) e Raymond Swain (John Zaremba).





























            Cada episódio contava com atores convidados diferentes. Por curiosidade, eu percebi que, a exemplo do seriado “Jeannie é um gênio”, do qual já escrevi no meu blog, “O túnel do tempo” teve nove diretores em seus 30 episódios. Irwin Allen dirigiu o primeiro episódio, e Sobey Martins dirigiu 14, ou seja, cerca da metade, sendo o diretor mais atuante. Sobey dirigiu outras séries de Allen. 
     A fim de justificar o investimento na viagem pelo tempo, o doutor Phillips disse ao senador: “O controle do tempo é, potencialmente, o maior tesouro que o homem poderá descobrir”. E é verdade! O que não faria o governo, ou empresa, que detivesse essa tecnologia? E será que alguém já não a tem? Como saber? Quem dominar essa tecnologia, com certeza não iria divulgá-la publicamente, claro! 
    Temeroso por ver o projeto ser interrompido por falta de resultados, Tony Newman desobedece as ordens de Phillips, e quando a sala de controle estava vazia, procura testar o equipamento. Até então, as experiências tinham sido realizadas apenas com ratos e macacos, mas sem conseguir o seu retorno. Tony entra no Túnel do tempo, e é enviado para dentro do navio Titanic, no dia 13 de abril de 1912, dia anterior ao acidente em que ele atingiu um iceberg, e, depois, afundou, resultando na morte estimada de 1514 pessoas. 
     Sem ter condições de retirar Tony do Titanic, e levá-lo de volta à sala de controle, Phillips entra no Túnel para ir em seu auxílio. A partir daí, os dois cientistas passam 30 episódios viajando pelo tempo, no passado e no futuro, por diferentes épocas históricas e perigos de vida. A sala de controle do Túnel do tempo não conseguia levar os dois de volta, apenas fazer a sua transferência para uma outra época e local, sem controlar quais. O senador, por sua vez, assume o compromisso de não tomar nenhuma atitude enquanto os dois cientistas não retornassem em segurança. 
     Tony e Phillips, no entanto, não tinham como alterar a História, a série deixa isto bem claro, apesar de não explicar a razão. Em alguns episódios, porém, eles até tentam, como o de nº 4 (‘O dia em que o céu desabou’). Nele, Tony encontra o pai, um militar, momentos antes do ataque japonês à base naval de Pearl Harbor, no Havaí, e procura avisá-lo do perigo, mas ele acaba morrendo. Tony encontra a si mesmo, então com sete anos. 
     A família nunca soubera o que tinha acontecido com o seu pai, já que ele foi morto na explosão da base, e o seu corpo não foi localizado. Mesmo não podendo alterar fatos históricos, várias pessoas foram mortas, inclusive pelos dois, nos vários combates em que eles se meteram, para salvar suas vidas. Portanto, já teriam alterado a História, pelo menos em relação a essas pessoas, que não iriam mais seguir suas vidas e isso teria implicações em muitas outras. Mas, os grandes acontecimentos históricos, pelo menos, não eram alterados. 
     Os dois cientistas puderam presenciar vários acontecimentos importantes da História. Além de estarem no Titanic, participaram da Revolução Francesa; da conspiração para assassinar o presidente Lincoln; e das duas Guerras Mundiais. E também tiveram contatos com seres de outros planetas, em um futuro muito distante; no episódio 24 (‘Perseguição no tempo’), no ano de um milhão d.C., por exemplo. 
      Presenciaram, inclusive, a mitológica Guerra de Tróia, que teria ocorrido entre os anos de 1.300 a.C. e 1.200 a.C. Tony participou do conflito estando dentro do cavalo dado aos troianos, o que ficou conhecido como “presente de grego”, responsável pela vitória dos gregos.

       A voz do narrador da série sempre fazia a introdução dos episódios, durante a abertura:

   “Dois cientistas americanos se perdem no envolvente labirinto de épocas passadas e futuras, durante a primeira experiência do maior e mais secreto projeto americano, o Túnel do tempo. Tony Newman e Doug Phillips são arrojados, então, a uma nova e fantástica aventura em alguma parte dos infinitos caminhos do tempo.” 

    Dos cinco atores principais da série, três ainda estão vivos. Robert Colbert (26.7.1931) está com 89 anos; James Darren (8.6.1936), tem 84 anos; e Lee Meriwether (27.5.1935), atualmente com 83 anos. Os três fizeram outros filmes e séries, e participam de eventos sobre cultura pop, em que relembram séries antigas, ainda cultuadas por muitos admiradores. Lee Meriwether foi eleita Miss EUA em 1955, e foi a Mulher-Gato no filme ‘Batman’, de 1966, do qual eu já escrevi aqui, no meu blog. James Darren também é diretor e cantor. 
    Das séries de televisão que me divertiram durante a minha infância, como certeza, “O túnel do tempo” foi uma das minhas preferidas. Já quando criança eu me interessava por História, uma preferência que me levou a estudar e me formar neste curso, anos depois, na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). fr

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