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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

"O ateneu", Raul Pompéia

"O ateneu"
, Raul Pompéia, São Paulo, editora Klick, 1997, 178 páginas (Coleção Livros O Globo, vol. 9). 

     O livro é sobre os dois anos em que o menino Sérgio estudou no colégio interno ‘Ateneu’, no Rio Comprido, no Rio de Janeiro, no final do século 19, matriculado pelo pai aos onze anos. Ele relata a experiência de morar longe dos pais, o relacionamento com os colegas e o rigor imposto pelo diretor Aristarco Argolo de Ramos. 
     O ateneu recebia meninos das famílias ricas de todo o país: “não havia família de dinheiro, enriquecida pela setentrional borracha ou pela charqueada do sul, que não reputasse um compromisso de honra com a posteridade doméstica mandar dentre seus jovens, um, dois, três representantes abeberar-se à fonte espiritual do Ateneu.” 
     Sérgio recusou relações mais íntimas com os colegas mais velhos, uma prática existente no colégio. E constatou que a disciplina imposta pelo diretor era flexibilizada por ele quando lhe interessava, não expulsando os infratores a fim de não diminuir o rendimento com as mensalidades pagas pelos seus pais. O livro tem um vocabulário arcaico, longas descrições, não gostei, mas o livro tem sua importância na literatura brasileira. 
     ‘O ateneu’ foi lançado em folhetins no jornal carioca ‘Gazeta de Notícias’, em 1888, e estudiosos acreditam que foi inspirado na própria vivência do autor, que também estudou em colégio interno. Raul Pompéia nasceu em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, em 12 de abril de 1863, filho de pais com boas condições financeiras. Ele formou-se em Direito, mas nunca exerceu a profissão. Foi jornalista, chargista e escritor, tendo publicado crônicas, poemas, e outros dois livros, Mas, “O ateneu’ foi o de maior destaque. 
     Raul Pompéia posicionou-se a favor da abolição dos escravos no Brasil e do fim da monarquia, defendendo a implantação da República. Ele defendia suas convicções políticas com grande paixão, o que lhe causou muitos desentendimentos e contrariedades. Em 25 de dezembro de 1895, aos 32 anos, sofrendo de depressão, cometeu suicídio, na casa dos pais, onde morava. Foi o patrono da cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras. fr

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